domingo, 21 de outubro de 2012

13 motivos para votar em Fernando Haddad 13


1. Bilhete Único Mensal

Haddad vai criar uma ótima opção para quem usa o transporte público frequentemente. O Bilhete Único Mensal custará R$ 140 e metade disso, R$ 70, para estudantes. E você vai usar o transporte sem limites, o mês todo, inclusive nos fins de semana. Quem não usa muito poderá continuar com o Bilhete Único de três horas.

Com o Bilhete Mensal do Haddad, mais pessoas poderão deixar seus carros de lado e optar pelo transporte público. Para atender ao aumento da demanda e proporcionar maior velocidade ao transporte público, Haddad criará mais 150 km de corredores de ônibus e mais 150 km de faixas exclusivas. Dará apoio financeiro ao metrô para a ampliação da rede e a integração com o Bilhete Único Mensal, exigindo metas. Também será garantida a acessibilidade universal, ou seja, à toda a frota de ônibus.

2. Rede Hora Certa

Serão 31 centros de saúde - um em cada subprefeitura - para a realização de consultas, exames e cirurgias simples, tudo com hora marcada e no mesmo lugar. Assim, os hospitais terão menos filas, porque vão se dedicar às emergências e às cirurgias que necessitam de internação.

Haddad ainda vai construir três novos hospitais – aqueles prometidos e não entregues pela gestão Serra/Kassab – e cinco novos prontos-socorros, além de implantar o Plano de Carreira para o Médico do Município, estimulando os atuais e atraindo novos profissionais para a rede pública.

3. Educação em tempo integral

O plano de Haddad é intensificar em São Paulo o programa Mais Educação, modelo de ensino em tempo integral que ele criou quando era ministro da Educação. O Mais Educação aumenta de quatro para sete horas a jornada escolar e o aprendizado acontece dentro e fora da escola – em um turno o estudante aprende na sala de aula e, no outro turno, o estudante é levado para museus, teatros e quadras poliesportivas.

A prefeitura de São Paulo não quis ou não soube trabalhar em parceria com o governo federal. Por isso, o Mais Educação avançou pouco em São Paulo. Com Haddad, o programa virá com força para cá.

Haddad também vai oferecer mais e melhor capacitação aos professores da rede pública, trazendo à cidade a Universidade Aberta do Brasil, que fornece aos professores municipais e estaduais cursos à distância de especialização, mestrado e doutorado. A implantação será feita com a participação dos professores, que terão seus direitos respeitados.

4. 20 novos CEUs

A construção de CEUs será retomada na gestão de Haddad. Ele vai fazer 20 novas unidades em quatro anos e ainda criará a Rede CEU, que integrará as demais escolas aos equipamentos e ao projeto pedagógico dos CEUs. Os avanços na educação conquistados no governo Marta serão ampliados.

O projeto pedagógico original dos CEUs vai ser retomado, articulando a educação com o esporte e a cultura. Também serão criados dois novos Centros Culturais, com Escolas Municipais de Artes e Casas de Cultura Digital. Haddad implementará o Fundo Municipal de Fomento à Cultura, ampliando os Pontos de Cultura, o VAI e criando o Bolsa-Cultura. Haddad também iniciará o projeto Internet Popular, com implantação de rede sem fio gratuita na cidade.

5. 172 novas creches

Eleito prefeito, Haddad terá a educação infantil como prioridade. Ele trará imediatamente os recursos federais disponíveis para São Paulo e construirá 172 creches. Em quatro anos, serão criadas 150 mil vagas de educação infantil.

Quando era ministro da educação, Haddad aprovou recursos do Proinfância para a construção dessas 172 creches, mas até hoje providências mínimas, como o preenchimento de um cadastro, não foram tomadas pela Prefeitura. E o dinheiro continua parado. Enquanto a prefeitura perde tempo, 150 mil crianças de 0 a 5 anos de idade esperam vaga em creche e pré-escola.

6. 55 mil novas moradias

Em quatro anos, a meta de Haddad é entregar 55 mil novas moradias, dando oportunidade para que milhares de famílias possam não só mudar de casa, mas mudar de vida, nas comunidades mais afastadas e no centro. Em espaços mal aproveitados, Haddad estimulará o surgimento de centralidades habitacionais, para atrair moradores de todas as classe sociais. Além disso, será retomado o projeto de produção de moradias no centro. Haddad vai trazer o Programa Minha Casa Minha Vida com toda força para a cidade.

O programa de urbanização de favelas será acelerado, para beneficiar 70 mil famílias em quatro anos. Haddad também dará novo ritmo ao processo de regularização fundiária. Em quatro anos, 200 mil famílias terão a segurança do seu título de propriedade.

7. Arco do Futuro

O Arco do Futuro é uma proposta de planejamento estratégico que visa equilibrar a cidade, levando trabalho a regiões periféricas e moradia ao centro, aproximando emprego e serviços públicos de qualidade do lugar onde as pessoas moram.

Com o Arco do Futuro, Haddad pretende resolver um dos problemas mais agudos enfrentados pelos paulistanos: o ir e vir. O projeto traça uma espécie de zona especial, uma linha que se inicia na Avenida Cupecê, na zona sul, segue pelas Avenidas Vicente Rao e Roque Petroni, continua pelas vias expressas que contornam o Centro Expandido, as Marginais Tietê e Pinheiros, e termina entrando para a zona leste, ao longo da ferrovia, até chegar e percorrer a Avenida Jacu-Pêssego.

Imagine essa linha como um Eixo de Desenvolvimento, para onde serão atraídas empresas e levadas construções e melhorias no sistema viário, através de novas vias e melhor aproveitamento das avenidas já existentes. Esse novo polo, além de facilitar a integração com a região metropolitana, vai redirecionar o crescimento, deixando o emprego bem perto de onde moram milhões de paulistanos. Além disso, esse modelo de desenvolvimento é capaz de criar novas centralidades em São Paulo, ou seja, requalificar outras regiões da cidade para atrair pessoas, negócios, serviços públicos e privados e, assim, diminuir a pressão sobre o centro histórico, que precisa ser preservado.

8. Imposto inteligente

Na prefeitura, Haddad vai usar o imposto de forma inteligente, para gerar benefícios reais, como ele já fez no Ministério da Educação. Quando era ministro, Haddad criou o ProUni, que troca os impostos que as universidades particulares já não pagavam pela oferta de vagas.

Na prefeitura, Haddad usará o imposto para levar o desenvolvimento ao eixo formado pelo Arco do Futuro, oferecendo incentivos em razão inversa à demanda do mercado imobiliário. Ou seja, o empresário que investir nas áreas onde há potencial construtivo terá desconto no IPTU. E o ISS vai cair de 5% para 2%.

Outra medida será a revisão das regras de Potencial Construtivo, para permitir a chegada de novos empreendimentos a lugares pouco desenvolvidos.

9. Fim da taxa da inspeção veicular

Haddad acabará com a taxa de inspeção veicular, aquela da Controlar. A prefeitura vai continuar fazendo a inspeção, uma vez que ela diminui a poluição. Mas não haverá custos para o contribuinte, pois este custo já está embutivo no IPVA. Haddad sabe que é possível gerir a cidade sem cobrança abusiva de impostos.

Ainda no programa de governo de Haddad, a questão do meio ambiente passa pela redefinição urbanística, por uma descompressão da cidade, que também chega às águas. Os rios paulistanos devem, de fato, integrar a nossa paisagem, voltar à vida, com significado ecológico, social e econômico. Parques e prédios vão chegar ao Tietê e a construção de “prédios verdes” receberá incentivo fiscal.

10. Polícia comunitária

Na gestão de Haddad, a Guarda Civil Metropolitana passará a atuar como polícia comunitária. Será criado o Programa Territorializado de Prevenção da Violência e da Criminalidade, nos moldes dos Territórios da Paz do Pronasci, do Ministério da Justiça. E, em parceria com o governo federal, a prefeitura poderá aumentar sua ação preventiva e implementar ações sociais capazes de afastar os jovens do crime e das drogas, como o programa "Crack, é possível vencer", do governo Dilma.

Haddad também vai melhorar a iluminação pública e aperfeiçoar o sistema de vigilância por câmeras. O vídeo monitoramento integrará a Guarda Metropolitana com a CET, o Samu, a Defesa Civil, a Polícia Militar e os bombeiros. As informações das câmeras de segurança serão compartilhadas pelos diversos serviços de proteção.

São Paulo ainda terá esporte 24 horas. Na periferia e no centro, quadras e parques serão equipados e iluminados para receber a juventude dia e noite, como acontece em outras cidades do mundo. Será criado também um Parque de Esportes Radicais na cidade. Mais esportes, cultura e lazer na cidade fazem os bairros mais seguros.

11. Controladoria Geral do Município

Com Haddad, a cidade ganhará uma Controladoria Geral do Município, para fiscalizar e prevenir a corrupção. Ela funcionará como a Controladoria Geral da União e vai coibir casos de conduta irregular de funcionários e órgãos da prefeitura. "O prefeito de São Paulo precisa contar com um controle interno. E o controlador terá status de secretário, para que consiga incidir nas demais secretarias, prevenindo o prefeito daquilo que pode acontecer", explica o candidato.

12. São Paulo sem Miséria

O programa São Paulo sem Miséria de Haddad vai integrar a cidade ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a rede de proteção social organizada pelo governo federal que reúne um conjunto de programas para atenção aos mais pobres. Com isso, Haddad vai construir, no mínimo, 60 novos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREA) em cada subprefeitura.

Com Haddad na prefeitura, São Paulo será uma cidade que garante os direitos humanos de todos. Uma cidade que combate a violência contra as mulheres e as crianças, que respeita a diversidade, valoriza as diferenças e combate o racismo e todas as formas de discriminação.

13. O melhor ministro da educação

Fernando Haddad bateu todos os recordes de realizações quando foi ministro da Educação, da creche à universidade. Ele desenvolveu dezenas de programas novos, como o ProUni, que colocou 1 milhão de jovens pobres na universidade. Com Lula, Haddad criou 224 escolas técnicas e 618 polos da Universidade Aberta do Brasil. No Fies, beneficiou 530 mil estudantes. E levou a universidade federal para 126 municípios. O trabalho foi tanto que Lula e Haddad triplicaram o orçamento da educação do Brasil.

Com Dilma, a trajetória se repetiu: "Criamos o programa que dá bolsas no exterior a 100 mil brasileiros. Administrei um orçamento de R$ 80 bilhões, o dobro do de São Paulo, sem uma única denúncia", conta. Haddad também criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tecnológico e Emprego (Pronatec), ampliando a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.

Haddad também criou o sistema de ensino em tempo integral Mais Educação e o Caminho da Escola, que entregou milhares de ônibus, bicicletas e barcos novos para o transporte escolar. Ainda ampliou a Educação Inclusiva, fazendo com que mais crianças com deficiência estudem em salas de aula regulares. E implantou o Fundeb e o Proinfância, garantindo recursos para milhares de creches em todo o país.

A quem interessa criminalizar a Política

A elite vai fazer política na Globo e na Justiça. Até achar outra barriga de aluguel…

O número de votos brancos, nulos e de abstenções foi anormal no primeiro turno.

Em São Paulo, se aproximou de 30%.

A experiência dos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório e a abstenção em eleições presidenciais chega a 50%, mostra que quem menos vota é quem mais precisa da rede de proteção do Estado.

É quem desiste, quem não sabe como usar o Estado para se proteger.

E, a esses, a elite – lá e aqui – oferece o menosprezo e a insensibildade.

Virem-se !

A criminalização da Política, a desmoralização do jogo político – no Supremo e na Globo – e a satanização dos políticos não beneficiam quem precisa da rede de proteção do Estado.

A criminalização da Política enfraquece o Estado – porque enfraquece o governante.

Desarma o governante.

E quem substitui o governante e ocupa o Estado ?

Os “intelectuais organicos” da classe dominante - diria um político encarcerado na Italia do século passado.

Quem são eles ?

Os “especialistas” da Globo.

Os economistas dos bancos.

O membros do Judiciário.

Clique
aqui para ler “por que os juízes que o Lula e a Dilma nomearam votam contra o Lula e a Dilma e os que o FHC nomeou votam contra a Dilma e o Lula ?”

A criminalização sistemática da Política – antes, durante e depois do julgamento do mensalão (o do PT), no e fora do Supremo – só interessa à elite.

Quanto menos o poder for exercido por quem tem voto, melhor.

Voto é arma do fraco.

O forte prefere os especialistas da Globo, os economistas dos bancos e o Judiciário: quanto mais ” nas instâncias superiores”, melhor.

Por isso, a defesa do voto facultativo.

Por isso, o combate ao horário eleitoral na TV.

Por isso, a defesa do parlamentarismo, a única convicção que o Cerra jamais abandonou.

Por isso, o Moralismo udenista.

Porque tenta desmoralizar o Governo e a Política – com uma cajadada só.

Embora, como demonstrou o Maurício Dias, seja baixo
“o teto da Ética tucana”.

Por isso, última ratio, a defesa do Golpe.

Ou seja, a supressão da vontade popular.

É o “mal necessário” da espantosa declaração do MInistro (Collor de ) Mello.

Como, segundo o PiG(*),
só o PT cresce, a elite tentará desmoralizar a política, cada vez mais.

E fazer política na Globo e na Justiça.

Até que alugue uma outra barriga, tal a inutilidade do PSDB.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

A Direita que ri

Leandro Fortes

Tenho acompanhado nas redes sociais, desde cedo, e sem surpresa alguma, o êxtase subliterário de toda essa gente de direita que comemora a condenação de José Dirceu como um grande passo civilizatório da sociedade e do Judiciário brasileiro. Em muitos casos, essa exaltação beira a histeria ideológica, em outros, nada mais é do que uma possibilidade pessoal, física e moral, de se vingar desses tantos anos de ostracismo político imposto pelas sucessivas administrações do PT em nível federal. Não ganharam nada, não têm nada a comemorar, na verdade, mas se satisfazem com a desgraça do inimigo, tanto e de tal forma que nem percebem que todas essas graças vieram – só podiam vir – do mesmo sistema político que abominam, rejeitam e, por extensão, pretendem extinguir.

José Dirceu, como os demais condenados, foi tragado por uma circunstância criada exclusivamente pelo PT, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, data de reinauguração do Brasil como nação e república, propriamente dita. Uma das primeiras decisões de Lula foi a de dar caráter republicano à Polícia Federal, depois de anos nos quais a corporação, sobretudo durante o governo Fernando Henrique Cardoso, esteve reduzida ao papel de milícia de governo. Foi esta Polícia Federal, prestigiada e profissionalizada, que investigou o dito mensalão do PT.

Responsável pela denúncia na Procuradoria Geral da República, o ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza jamais teria chegado ao cargo no governo FHC. Foi Lula, do PT, que decidiu respeitar a vontade da maioria dos integrantes do Ministério Público Federal – cada vez mais uma tropa da elite branca e conservadora do País – e nomear o primeiro da lista montada pelos pares, em eleições internas. Na vez dos tucanos, por oito anos, FHC manteve na PGR o procurador Geraldo Brindeiro, de triste memória, eternizado pela alcunha de “engavetador-geral” por ter se submetido à missão humilhante e subalterna de arquivar toda e qualquer investigação que tocasse nas franjas do Executivo, a seu tempo. Aí incluída a compra de votos no Congresso Nacional, em 1998, para a reeleição de Fernando Henrique. Se hoje o procurador-geral Roberto Gurgel passeia em pesada desenvoltura pela mídia, a esbanjar trejeitos e opiniões temerárias, o faz por causa da mesma circunstância de Antonio Fernando. Gurgel, assim como seu antecessor, foi tutelado por uma política republicana do PT.

Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, seis foram indicados por Lula, dois por Dilma Rousseff. A condenação de José Dirceu e demais acusados emanou da maioria destes ministros. Lula poderia, mas não quis, ter feito do STF um aparelho petista de alto nível, imensamente manipulável e pronto para absolver qualquer um ligado à máquina do partido. Podia, como FHC, ter deixado ao País uma triste herança como a da nomeação de Gilmar Mendes. Mas não fez. Indicou, por um misto de retidão e ingenuidade, os algozes de seus companheiros. Joaquim Barbosa, o irascível relator do mensalão, o “menino pobre que mudou o Brasil”, não teria chegado a lugar nenhum, muito menos, alegremente, à capa de um panfleto de subjornalismo de extrema-direita, se não fosse Lula, o único e verdadeiro menino pobre que mudou a realidade brasileira.

O fato é que José Dirceu foi condenado sem provas. Por isso, ao invés de ficar cacarejando ódio e ressentimento nas redes sociais, a direita nacional deveria projetar minimamente para o futuro as consequências dessas jurisprudências de ocasião. Jurisprudências nascidas neste Supremo visivelmente refém da opinião publicada por uma mídia tão velha quanto ultrapassada. Toda essa ladainha sobre a teoria do domínio do fato e de sentenças baseadas em impressões pessoais tende a se voltar, inexoravelmente, contra o Estado de Direito e as garantias individuais de todos os brasileiros. É esperar para ver.

As comemorações pela desgraça de Dirceu podem elevar umas tantas alminhas caricatas ao paraíso provisório da mesquinharia política. Mas vem aí o mensalão mineiro, do PSDB, origem de todo o mal, embora, assim como o mensalão do PT, não tenha sido mensalão algum, mas um esquema bandido de financiamento de campanha e distribuição de sobras.

Eu quero só ver se esse clima de festim diabólico vai ser mantido quando for a vez do inefável Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, subir a esse patíbulo de novas jurisprudências montado apenas para agradar a audiência.

Os vencedores

É da percepção até do mundo mineral que Dilma Rousseff, Lula e a base governista são os vencedores deste primeiro turno das eleições municipais, e que a mídia nativa, além de mentir, omitir e inventar, consegue também ser patética. As lucubrações dos comentaristas no vídeo da noite de domingo último evocaram os melhores programas humorísticos do passado com suas tentativas de explicar o inexplicável.

E o mundo mineral sabe que a eleição de Lula em 2002 abriu uma nova temporada na política brasileira ao abalar os alicerces da casa-grande. Nesta moldura há de ser analisado o que aconteceu nos últimos dez anos e o que acontece neste exato instante. Inclusive o fato de que o PSB consiga resultados extraordinários em todo o País. Ocorre que Lula abriu as cancelas da fazenda e Dilma dá perfeita continuidade ao governo do antecessor.

Está claro, na minha visão, que na aliança governista o PMDB destoa e creio não ser necessário esclarecer por quê. Em todo caso, para usar terminologias dos dias de hoje, o governo de Dilma Rousseff poderia ser definido como de centro-esquerda, o que no Brasil assume significados mais profundos que em outros países. E a respeito, desta vez, esclareço. Este tempero de esquerda, esta alteração nítida nos rumos da política social e econômica e da política exterior é francamente subversiva segundo a casa-grande, inexistente em outros cantos, e como tal tem de ser enfrentada.

Toma-me o irresistível impulso de mencionar o Instituto Millenium. Tem o poder de recuar aos tempos do Ibad, que nos primeiros anos da década de 60 do século passado tramou decisivamente a favor do golpe. Precisamos falar mais do Instituto Millenium, mostrar a que vem com este seu sombrio nome nostradâmico. Para ele confluem polpudas contribuições de empresários graúdos, bem como o apoio das Organizações Globo e da Editora Abril. O conúbio assusta, mesmo porque sabemos que se recomenda neutralizar a lâmpada skuromatic e, ao apagá-la de vez, produzir a luz ao meio-dia, como convém.

Estranhas contradições vicejam no Millenium, promovidas pelos prestimosos emolumentos (mensalões) até de notáveis dispostos a se dizerem democratas convictos, amigões de Dilma e Lula. Espanto? Ou serei eu um ingênuo? Às vezes meus críticos botões me asseguram que sou mesmo. Não me iludo, porém, quanto ao significado dos resultados eleitorais. Falam por si, embora editorialistas, articulistas, colunistas não concordem.

Em São Paulo, digamos, praça onde Lula foi determinante, embora tenha entrado tarde na arena, e onde Dilma deu o arremate. Eu não hesito em vaticinar a vitória final de Fernando Haddad. Sei que com isso alimento os rancores de José Serra, e dele permito-me dizer algo, em ótima fé e boa consciência. Do ponto de vista ideológico, Serra já foi muito mais sincero do que Fernando Henrique Cardoso. Há uma diferença sensível, creio eu, nos temperamentos. FHC é um bon vivant, Serra um sofrido. FHC pode negar a si mesmo. “Esqueçam o que eu disse”, recordam? Serra, por injunção avassaladora nascida nas entranhas, tem de se explicar a si próprio o tempo inteiro.

Acredito na boa-fé do candidato tucano à prefeitura paulistana. Vítima de suas ambições mooquenses (da Mooca), por amarguras e decepções frequentes e até por dissabores buscados e cultivados, José Serra tornou-se intérprete do pior reacionarismo da extrema-direita brasileira, feroz sempre que esteja com as costas protegidas, pronta ao engodo e à mentira em nome do êxito da casta.

E aí está, já exposto na fala de Serra, o argumento do “mensalão”. CartaCapital está à vontade neste campo: sempre deixou claro desejar justiça, agora e sempre, além e aquém do processo em curso. É evidente que na conta da casa-grande o julgamento atual encerra o assunto.

Enganam-se. As urnas mostram que o País espera por mudanças e pouco, ou nada, se interessa pelo “mensalão”. Que se desate este nó, mas que se desatem todos os demais. Creio que os barões midiáticos deveriam cogitar da aposentadoria dos seus analistas. E que o Instituto Millenium desista de se dedicar à arqueologia.

Vitória de Haddad anulará maior conspiração política desde 1964



Quem tem olhos, cérebro e alma sabe que o julgamento do mensalão decorre de uma conspiração política que só encontra paralelo na história recente do Brasil na conspiração que levou ao golpe militar de 1964. Essa fina flor do reacionarismo de ultradireita que reúne imprensa, Judiciário e setores do Legislativo apostou tudo nesse processo.

As eleições municipais de 2012, no primeiro turno, frustraram à larga os anseios dos que apostaram no julgamento do mensalão para destruir politicamente o Partido dos Trabalhadores.  E, apesar de toda a campanha massacrante que reuniu o maior aparato publicitário já formado em torno de um fato político, ela foi um fiasco.

O PT cresceu fortemente nas eleições de 7 de outubro. E, como se não bastasse, tornou-se o partido mais votado do país, com mais de 17 milhões de votos para prefeito e vereador.

Agora, no segundo turno, porém, o fracasso reacionário pode adquirir proporções dramáticas. Está para ocorrer a tomada do ultimo bastião da direita no Brasil, a cidadela do conservadorismo nacional, São Paulo, que está prestes a cair diante do força avassaladora de um projeto progressista que mudou o país para sempre.

Confesso a você, leitor, que, no início, cheguei a duvidar das possibilidades de o novo “poste” de Lula obter êxito em uma cidade como São Paulo, cidade que tem o povo mais despolitizado de todo o país e que se deixa influenciar como nenhuma outra por panfletos de ultradireita como Veja, Folha de São Paulo e Estadão, sem falar na Globo.

Mais uma vez, o ex-presidente mostrou por que chegou aonde chegou na política tendo partido da miséria do sertão nordestino. Lula enxerga o jogo político lá longe, como se estivesse ao seu lado. Poucos acreditavam em sua visão de que Fernando Haddad é, basicamente, o que São Paulo quer.

A direita midiática, com todos os seus recursos, com todos os seus institutos de pesquisa de opinião, com suas televisões, com seus jornais e com seus bilhões de dólares não foi capaz de perceber o esgotamento da paciência do paulistano com a embromação demo-tucana. Ou sequer a intensidade do sofrimento de São Paulo.

As pesquisas mostram larga vantagem de Haddad sobre José Serra, o bibelô da ultradireita brasileira. E, obviamente, a máquina de difamação demo-tucano-midiática já começa a se levantar. Nesta sexta mesmo, o panfleto mais servil a Serra, a Folha de São Paulo, ao lado da notícia sobre a disparada do petista na pesquisa Ibope já faz denúncia contra ele.

Serra e a mídia ultraconservadora estarem acuados é sinônimo de qualquer coisa que se possa imaginar em termos de baixaria, de golpes eleitorais. As portas do inferno irão se abrir contra Haddad. Família, biografia, tudo será alvo da fúria nazista desse grupo político criminoso, golpista, imoral.

Todavia, a vitória de Haddad tem chances muito boas de se materializar. Todos sabem que haverá uma campanha de desmoralização contra ele. Aliás, que maior campanha de desmoralização pode haver do que a farsa em curso no STF? Mas está funcionando? Não, claro que não. Dúzias de cientistas políticos dizem que não está funcionando.

A vitória de Haddad, além de tudo, produzirá uma nova e poderosa liderança política. O professor com pinta de galã certamente tem uma promissora carreira política pela frente. Haddad tem cara de presidente da República ou não tem? Só não pode cair no erro de Serra e abandonar o mandato no meio, caso seja eleito prefeito neste ano.

O xis da questão, porém, é que a eleição de Haddad como prefeito de São Paulo tornará negativo um efeito político zero que a direita midiática obteve com a farsa do julgamento do mensalão. Além de não conseguir nada a mais, essa direita ainda irá perder sua fortaleza política, São Paulo. Fracasso maior seria impossível.

Bem posicionado em 15 cidades, PT lidera corrida do segundo turno

Na sequência, entre os partidos com mais chances de vencer no próximo domingo, segundo as pesquisas, vêm PSDB, com 9, e PMDB, com 7

Por: Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual

São Paulo – O PT é a legenda com maior número de candidatos com chances de vencer nas cidades em que ocorre o segundo turno das eleições municipais, daqui a uma semana.  Ao todo, eleitores de 50 cidades voltam às urnas no próximo domingo (28). Segundo levantamento da Secretaria de Organização do partido, feito com base em pesquisas públicas e internas, o PT está bem posicionado em 15 dos 42 municípios em que havia sondagens disponíveis até a última sexta-feira.

Em seis dessas cidades, a diferença dos petistas para os adversários é superior a 12 pontos percentuais: São Paulo, Guarulhos, Santo André, Mauá, João Pessoa e Niterói. Nas demais (Cuiabá, Montes Claros, Fortaleza, Ponta Grossa, Salvador, Vitória da Conquista, Rio Branco, Campinas e Cascavel) a situação é de empate técnico. 

Em segundo lugar entre os bem posicionados (na frente ou em empate técnico) vem o PSDB, com nove cidades: Rio Branco, Manaus, Belém, Teresina, Taubaté, Pelotas, Campina Grande, Blumenau e Sorocaba. Em seguida vem o PMDB em sete: Vitória da Conquista, Juiz de Fora, Petrópolis, Uberaba, Florianópolis, Guarujá e Sorocaba.

Na disputa direta contra o PSDB, seu principal adversário, o PT está à frente em três cidades (São Paulo, João Pessoa e Guarulhos), atrás em duas (Pelotas e Taubaté) e empatado em uma (Rio Branco).

De acordo com os dados, e considerando os que já foram eleitos no primeiro turno, o PT pode chegar a 28 prefeitos no universo das 119 cidades com mais de 150 mil eleitores; o PSDB pode chegar a 26; e o PMDB a 20.

Mídia x políticas públicas

O bom desempenho do PT nas eleições de 2012 tem surpreendido a muitos, considerando o bombardeio midiático e a coincidência do julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão, com os dois turnos do processo eleitoral. Para o cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas, o julgamento teve pouco efeito para os propósitos eleitorais porque “há uma dissociação no Brasil, mais recentemente, entre o que aparece na mídia e o efeito das políticas públicas desenvolvidas pelos governos do Partido dos Trabalhadores”.

Segundo ele, não é causal a coincidência entre os calendários das eleições e do julgamento do STF. “Não é uma coincidência fortuita e sim uma decisão política. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por exemplo, disse que gostaria que o julgamento do mensalão produzisse efeito (eleitoral). Além disso, o STF está sendo pautado pela mídia. Isso é muito problemático para a democracia”, analisa Fonseca.

No entanto, para ele, o eleitor não se deixa mais levar tão facilmente pelo  “massacre” midiático. “O cidadão comum entende que há duas coisas diferentes. Uma é o que aparece na mídia. Outra, sua vida está melhor, e ele entende que há mais emprego, mais crédito, transferência de renda inédita no país, aumento real de salário, programas com Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida”, avalia.

Primeiro turno

No primeiro turno das eleições municipais, o PT foi o partido com maior número de votos em números absolutos. Foram 17,3 milhões (4,2% a mais do que em 2008). O PMDB foi o segundo, com 16,7 milhões de votos, mas caiu 10% em relação à eleição anterior.

Já o PSDB caiu em relação a 2008. Teve 13,9 milhões de votos no primeiro turno em 2012, contra 14,6 milhões em 2008, queda de 4,8%.

TSE barra candidatura de tucano tucano em Osasco

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu na sexta-feira 11 o recurso do candidato a prefeito de Osasco Celso Giglio (PSDB). A relatora, ministra Luciana Lóssio, considerou que Giglio cometeu ato doloso de improbidade administrativa quando estava à frente da prefeitura de Osasco em 2004, o que levou a ter o registro de candidatura negado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. A relatora foi acompanhada pela unanimidade dos ministros do TSE.

Celso Giglio teve as contas rejeitadas pela Câmara de Vereadores de Osasco quando era prefeito em 2004, acusado de improbidade administrativa. Os vereadores entenderam que ele não obedeceu à Lei de Responsabilidade Fiscal no que se refere às reservas financeiras para o pagamento de precatórios, além de ter cometido outras irregularidades como, por exemplo, o não recolhimento dos pagamentos à Previdência Municipal.

A defesa de Giglio alegou que não houve dolo no ato do então prefeito, o que não foi aceito pela relatora, nem pelos demais ministros. “É de ser ver, portanto, que não se trata de fatos isolados, como quer fazer entender o recorrente. E sim de conduta recorrente e gravíssima, no meu entender”, declarou Luciana Lóssio.

Em concordância com a relatora, o ministro Dias Toffoli ressaltou a importância da obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal para o saneamento das contas públicas e citou o crise europeia como uma das consequências da falta de responsabilidade dos políticos locais com a questão. “Descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal é o maior pecado que um administrador público pode cometer”, disse Toffoli.

A decisão sobre Celso Giglio mantém, por enquanto, o resultado anunciado das eleições em Osasco, cujo vencedor anunciado foi Jorge Lapas (PT). Celso Giglio recebeu quase 150 mil votos e poderia levar as eleições para o segundo turno se o recurso tivesse sido aceito pelo tribunal. Diante da manutenção do indeferimento do registro, os votos dados a Giglio permanecem nulos e Lapas é mantido como vencedor das eleições. O petista teve 138 mil votos, o que equivale a 60% dos válidos.

Celso Giglio ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Por isso, o resultado da eleição ainda não pode ser considerado definitivo. Esta semana a ministra Cármen Lúcia declarou entender que enquanto um candidato estiver recorrendo à Justiça, ele continua na disputa eleitoral e deve ir ao segundo turno se for o caso, conforme Artigo 16A da Lei Eleitoral. No entanto, quem deverá definir se Giglio tem direito de continuar concorrendo, caso ele recorra ao STF, será o juiz Eleitoral local.

*Matéria originalmente publicada na Agência Brasil

Postado por O TERROR DO NORDESTE

O fim de um ciclo político

Luis Nassif

Semanas atrás escrevi sobre o fim da geração das diretas, o grupo que, a partir de São Paulo, dominou a cena política nacional, através do PSDB e do PT.

Do lado tucano, Covas, Fernando Henrique, Sérgio Motta, entre outros; do lado petista, Lula, Dirceu, Mercadante, Suplicy, Martha. Do lado dos peemedebistas históricos, Ulisses e Tancredo.

De certo modo, foram desbravadores da democracia brasileira, conseguindo definir um padrão de governabilidade que permitiu ao ornitorrinco voar.

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Saía-se da ditadura praticamente sem sociedade civil. Os partidos políticos dividiam-se entre posições muito simplórias: contra ou a favor do regime anterior. Não havia maiores definições programáticas. E o equilíbrio do Executivo era constantemente bombardeado pela instabilidade econômica e por dois tipos de demanda: a do Congresso e a da mídia.

Não era tarefa fácil equilibrar a estabilidade democrática em meio a ventos tão implacáveis.

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De Sarney até FHC, o único instrumento de pacificação política foram os pacotes econômicos, mirabolantes, mas que, de tempos em tempos, conferiam algum fôlego político aos governantes. Foi assim com os sucessivos planos econômicos do governo Sarney, Collor, até o derradeiro, o Plano Real.

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A partir daí, consolidava-se a dualidade PSDB-PT paulistas, comandados pelos personagens das diretas-já. E, em cada partido, conviveram dois personagens: o líder (simbólico ou real) e o que botava a mão na massa.

Um conjunto de circunstâncias jogou o PSDB nas mãos de FHC, o líder simbólico, e de Sérgio Motta, o que botava a mão na massa. Figura generosa, impulsiva, Motta era o motor do partido, o que sujava as mãos (como no caso da votação da reeleição), acolhia os desabrigados, mantinha a chama acesa - ao lado do governador Mário Covas, em São Paulo.

Pouco antes de morrer, conhecendo o caráter de FHC, Motta deixou o bilhete histórico, pedindo que não se apequenasse. Apequenou-se. Tornou-se refém dos financistas do partido, abraçou o neoliberalismo mais desbragado, abandonou o discurso social-democrata e deslumbrou-se definitivamente com os salões.

Com isso, escancarou uma rodovia para que entrasse o discurso social do PT.

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Do mesmo modo que no PSDB, no PT havia o líder, Lula, e o que botava a mão na massa, José Dirceu.

Coube a Dirceu o papel fundamental de consolidar o arquipélago de tendências do PT, muitas vezes com uma objetividade dura que deixou ressentimentos, mas que liberou Lula para montar as estratégias maiores do partido.

Eleito Lula, Dirceu teve papel central na transição. Comandou intenso processo de negociação com o governo que saía, incluindo um pacto de não agressão que varreu para baixo do tapete inúmeros episódios obscuros do governo anterior.

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Tentou, depois, absorver toda a tecnologia de governabilidade do governo que saía, incluindo operadores, lobistas e tudo isso em um momento em que, com os principais quadros do partido indo para o governo, o PT viu-se meio acéfalo.

Mas não foi seguida a principal lição de FHC - aliar-se a um grande partido ônibus, como o PMDB, assim como o PSDB se aliou ao DEM.

O desafio de administrar o varejo acabou resultando no mensalão.

O "mensalão" foi um divisor de águas. E é interessante entender como se comportaram os atores políticos depois dele.

O pós-mensalão e Lula - 1

No início do governo, Lula teve que enfrentar uma enorme crise de mercado, com o dólar explodindo, o aumento da inflação e a inexperiência do novo partido com o poder. Foi nesse período que o trabalho de José Dirceu, junto ao meio político, e Antonio Palocci, junto ao mercado, foi fundamental para garantir a governabilidade. Passada a crise, o poder de Dirceu acabou sendo incômodo para o próprio Lula.

O pós-mensalão e Lula - 2

O "mensalão" acabou provocando a saída de Dirceu e dos demais companheiros que haviam carregado o piano do jogo pesado inicial. A luta pela sobrevivência política exigiu tudo de Lula. E aí apareceu o político fulgurante em sua plenitude. De um lado, passou a colher os frutos das políticas sociais do início do governo. De outro, precisou dar um impulso gerencial sem precedentes ao seu governo.

O pós-mensalão e Lula - 3

Finalmente, o enorme desgaste produzido pelo episódio impulsionou a renovação do PT. A cara do partido não podia ser mais a dos pioneiros, os que ajudaram no trabalho hercúleo de criar um partido nacional. É nesse contexto que a intuição política de Lula leva à indicação de Dilma Rousseff para presidente e de Fernando Haddad para concorrer à prefeitura de São Paulo. Além da aproximação com Eduardo Campos.

O pós-mensalão e FHC - 1

Caminho inverso percorreu FHC. Sem Mário Covas, tornou-se a única referência do PSDB. Sua falta de vontade de governar, a falta de visão de futuro (ao não perceber o tempo social sucedendo o tempo da estabilização), a escassez de ideias (que o levou a adotar acriticamente o receituário neoliberal), e o neodeslumbramento da mídia (para caracterizá-lo como o antiLula)  cobraram sua conta.

O pós-mensalão e FHC - 2

Mais e mais, FHC imbuiu-se do discurso moralizante, de uma retórica que, embora não tão grosseira quanto a de José Serra, empurrava para o conflito. Nas palestras e, principalmente, nos artigos para o Estadão e o Globo, não conseguia desenvolver mais do que bordões soltos, sem nenhuma profundidade. Mais que isso, não preparou o partido para a renovação, para o aparecimento de novos quadros.

O pós-mensalão e FHC - 3

Chega-se, ao final do longo processo político, que vem da redemocratização até os dias atuais, com os resultados conhecidos. No campo das lideranças, Lula conseguiu não apenas reeleger o sucessor como reestruturar o partido; já FHC  saiu derrotado do governo e deixa um partido em ruínas. Mas a história há de se lembrar dos construtores, os que colocaram a mão na massa e pagaram por isso: Sérgio Motta e José Dirceu.

O QUE NOS DIFERENCIA DOS MERCENÁRIOS E SUA IMPRENSA PODRE

A essência da nação militante petista

Por Roni Chira, do blog O que será que me dá

Temos paixão. Somos convictos e contagiantes. Provavelmente, a militância mais numerosa do planeta. Somos autênticos, corajosos e batalhadores. Estamos impregnados de verdade, e nossa causa é a mais justa de todas. Por isso, não desistimos jamais. O que nos move passa longe de vingança, ódio a um partido ou a um candidato, e o que aprendemos não está nas manchetes das cartilhas penduradas nas bancas de jornal. Ao contrário de nossos adversários, não ecoamos preconceito racial e social, individualismo e limpeza étnica. Nossos desejos não se realizam às custas do sofrimento alheio e não pretendemos derrubar o Brasil e humilhar seu povo em nome de nossa vitória.

Não nos enganam mais os apresentadores, os locutores, os porta-vozes, os tradutores, os comentaristas e os novelistas que tentam corromper nossas consciências a todo custo. Não nos interessam mais as teorias, os modelos, as tendências, as fachadas, os apelidos, a maquiagem e as máscaras dos falsos patriotas.

Sonhamos um Brasil forte, justo e soberano. Um Brasil que já quase podemos tocar, que vibra nos rostos iluminados de nossas crianças. Enxergamos um horizonte real, atingível, construído por cada um de nós pelos governos vitoriosos que elegemos. Somos NÓS que estamos lá. Mais do que representados, donos do nosso destino. Estamos encravados na história e no futuro deste novo Brasil e desta nova América para sempre. Não seremos demovidos por qualquer instrumento que não seja a vontade soberana do povo, expressa em eleições justas e democráticas.

Não buscamos lucro ou vantagem pessoal. O que nos move é a confiança, a certeza de que é possível melhorar nossas vidas e a vida de todas pessoas, independentemente da cor, do sexo e da classe social. Acreditamos que é possível tornar este país mais justo, um lugar melhor de se viver. Para que nossos filhos não tenham vergonha de serem brasileiros. É isso que nossos adversários não compreendem. Essa entrega a uma causa que beneficia milhões de pessoas do norte ao sul do país. Os conservadores estacionados no século passado e sua imprensa podre nos estranham porque só conhecem os caminhos do preconceito, da inveja e da trapaça para se alcançar um objetivo.

Os inimigos da democracia conspiram cada dia mais abertamente em nome de uma elite que decidiu “reaver seu país” a qualquer custo. Mais do que isso, planejam reescrever a história recente deste país. Devolver ao Brasil a condição de vira-latas da comunidade internacional, sempre submisso às vontades dos mercadores e assaltantes estrangeiros.

O desrespeito à constituição e às bases mais elementares do direito e da justiça, exibidos pelo STF no julgamento da 470, e festejados pelo PiG durante e em função da campanha eleitoral, mostra que os conspiradores não estão ensaiando. Estão armando o bote – associados agora aos senhores das togas, que, a cada dia que passa, tornam-se mais parecidos com seus colegas de cargo paraguaios.

Por isso, enfrentamos essas forças predadoras e sua imprensa a cada dois anos. Sabemos que jamais desistirão – seja no voto, seja na marra. E sabemos que somente a vitória das forças progressistas nas eleições deste domingo poderá conter sua voracidade bestial e golpista que ameaça roubar-nos o estado de direito.

Somos amantes da verdade, da justiça e da prosperidade. Não nos vendemos e não nos rendemos.

Tudo isso nos diferencia dos mercenários da outra margem. E é por tudo isso que venceremos!

Soninha, o palavrão e a deriva da civilização

Soninha Francine espetou um palavrão em seu blog, em caixa alta, ao final do debate desta semana entre Fernando Haddad e José Serra.

O exclamativo vai além do insulto pedestre e por isso -- somente por isso-- merece atenção.

O disparo dirigido ao petista, a quem se referiu como filho da puta, foi um grito de fracasso de quem sentiu a corda comprimir o costado, num duelo em que Serra tinha a obrigação de vencer.

Soninha é responsável por aquilo em que se transformou.Mas o que ela deixou de ser envolve questões mais sérias do que a irrelevância de um palavrão.

Soninha quer andar de bike; acha que a melhor ciclovia da praça é aquela desenhada com três pistas à direita formada pelo tridente Serra, Kassab & Roberto Freire.

Ela costura por aí. Defende que o trio, e tudo o que ele representa no país, é 'do bem'. Já Haddad mereceria, na sua visão, o adjetivo que sapecou no primeiro impulso, atenuado depois para 'sujo', com a variação 'imundo', algumas linhas mais adiante.

Para quem deixou o PT em 2007 alegando intolerância ao pragmatismo feito de alianças amplas, e se propunha a resgatar os ideais pelos quais ingressara no partido em 2003, é uma contradição nos seus próprios termos.

Soninhas, Gabeiras e equivalentes emergem no cenário político de forma recorrente. Chegam associados (nem sempre de verdade) ao precioso ideário geracional --jovem, idealista & libertário--, que encerra um esforço sincero de buscar harmonia entre valores, modo de vida e ação política.

É necessário, hoje mais que nunca, que essa lufada se renove para sacudir a calcificação institucional que enrijece estruturas partidárias e reduz plataformas de mudança a escoras de permanência sistêmica.

Existe um prazo de validade, porém, para transformar esse impulso em uma travessia consequente de longo curso, que dê densidade histórica ao embate contra estruturas que sonegam essa coerência à sociedade.

O prazo de validade de Soninha esgotou.

Aos 44 anos ela não é mais uma colegial. Andar de bike e falar 'pô, meu' lhe renderam menos de 3% dos votos nas eleições deste ano. Ter jogado a toalha ao final do debate da Band deu-lhe mais audiência. O problema é que ela se arremessou junto para uma posteridade sem passado relevante.

Seu maior patrimônio político, a grife 'oi pessoal, eu saí do PT', terá cada vez menos demanda no mercado de aluguel de trajes usados.

A juventude idealista que talvez não encontre expressão satisfatória nas estruturas partidárias niveladas pelo ciclo neoliberal merece vocalizadores melhores.

Sobretudo que preservem a disposição de ir além da polaridade enviesada que a trajetória de Soninha sugere ser a única possível.

Entre o pragmatismo insatisfatório no qual patinam algumas alas da esquerda e o conservadorismo beligerante da decadência tucana, existem caminhos à espera de um ator político que não restrinja sua busca a uma ciclovia orientada pelo tenebroso espólio da desordem neoliberal.

Carta Maior recomenda vivamente a seus jovens leitores --e aos demais também-- a leitura do manifesto dos economistas da Unicamp, 'Em Defesa da Civilização', publicado em sua página neste fim de semana.

Repousa ali a prova consistente de que o leque de escolhas da juventude pode - deve - ser maior do que o labirinto abafado no qual Soninha Francine encerrou a sua.

Postado por Saul Leblon

Fizemos um grande esforço para estabilizar o setor elétrico e evitar o racionamento, afirma Dilma

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de inauguração da Usina Hidrelétrica Estreito, no Maranhão. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (17), durante cerimônia de inauguração da Usina Hidrelétrica Estreito, no Maranhão, que nos últimos anos foi feito um grande esforço para estabilizar o setor elétrico e evitar o racionamento de energia. Segundo ela, o governo continuará a expandir o setor elétrico de forma planejada e consistente.

“Quero dizer que nós fizemos um grande esforço para estabilizar o setor elétrico no Brasil, para que não haja racionamento, para que as melhores práticas de segurança sejam implantadas e isso é um projeto que passa, necessariamente, por uma cooperação entre o setor público e o setor privado (…) Nós voltamos, também, a investir não só em geração, mas em redes de transmissão e distribuição ao longo de todo o período do governo Lula e no meu período de governo nós iremos continuar perseguindo essa expansão de forma planejada e consistente”, disse.

No discurso, Dilma afirmou que o Brasil é diferenciado porque 86% da sua geração de energia elétrica provêm de hidreletricidade, permitindo ao país crescer sem desrespeitar o meio ambiente. Ela também elogiou a parceria entre o consórcio responsável pela usina e o Movimento de Atingidos por Barragens para a produção de peixes, a fim de gerar emprego e renda para a população local.

” Nós temos de ter projetos desse tipo porque o Brasil é um país que quer crescer e que acha que seu crescimento não é contraditório com a observância das melhores práticas ambientais. E aqui nós estamos diante de uma das melhores práticas ambientais na área de energia – que é uma área extremamente desafiadora – que é a energia hidrelétrica. Nós estamos aqui provando que é possível crescer, fazer crescer a produção de energia e, ao mesmo tempo, respeitar o meio ambiente”, afirmou.

A presidenta reafirmou a iniciativa do governo de reduzir o preço da energia elétrica para consumidores residenciais e industriais no início de 2013 e disse que, apesar da crise econômica internacional, o Brasil continuará crescendo.

 “É possível crescer e distribuir renda. Que é preciso manter a austeridade e ao mesmo tempo investir. Que é possível manter os empregos mesmo quando a crise bate forte no mundo e nos atinge de alguma forma. Nós vamos continuar crescendo. E para continuar crescendo nós temos de ser competitivos e a energia elétrica também é um fator de competitividade”.