domingo, 12 de julho de 2015

Objetivo do governo é manter esforço fiscal previsto para 2015, afirma presidenta Dilma





Dilma comentou situação da Grécia, desejando que o País permaneça na União Europeia e se recupere. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O governo fará todos os esforços para manter a meta fiscal prevista para este ano, de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), sigla que representa a soma de todos os bens e riquezas produzidos no País em determinado período de tempo. A declaração foi dada pela presidenta Dilma Rousseff neste sábado (11), em entrevista coletiva concedida após visitar o Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015. A meta fiscal corresponde à economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública.
“Nosso objetivo é manter a meta. É isso que nós queremos. O Planejamento não está ainda colocando isso [uma eventual redução] de maneira nenhuma. A nossa decisão é manter a meta. Agora, a gente avalia sempre e vamos fazer todos os esforços para manter a meta”, afirmou.
Grécia
A presidenta comentou ainda a questão da Grécia, afirmando acreditar no bom andamento das negociações com os credores. “Espero que a Grécia se mantenha na União Europeia, que haja um acordo e que o país saia, o mais cedo possível, dessa situação econômica.”
O parlamento grego deu, na sexta-feira (10), o aval para o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, negociar com os credores um novo pacote de ajuda financeira. Neste sábado, os ministros da economia do Eurogrupo devem se reunir, para analisar uma nova proposta do país para receber ajuda financeira.
Perguntada se a Grécia poderia receber auxílio do Novo Branco de Desenvolvimento dos Brics (NBD), a presidenta respondeu que o NBD começa com recursos que serão destinados ao próprio Brics. “Na sequência, ele abrirá para todos os outros países que quiserem. Mas não é agora.”
Congresso
Dilma Rousseff reafirmou a normalidade das relações entre o governo e o parlamento brasileiro, descartando a ideia de rebelião da base aliada. “Eu não chamo de rebelião votação no Congresso em que há divergências – ou a gente perde umas e ganha outras. Se a gente fizer um balanço, nós mais ganhamos do que perdemos. Eu não concordo que haja uma rebelião. Nós temos tido a aprovação de muitas coisas importantes e temos tido também desaprovações.”
Lembrou que, na democracia, se espera que haja debate. “Não tem como nenhum país do mundo achar que se aprova todas no Congresso, em qualquer país do mundo. Aliás, nos mais democráticos é que se torna mais complexa a aprovação, onde há liberdade de opinião, onde há uma ampla manifestação de opiniões, como nos Estados Unidos.”
Reajuste de servidores
De acordo com a presidenta Dilma, o governo está avaliando a possibilidade de veto ao aumento de 53% a 78,56% para servidores do Poder Judiciário, que foi aprovado pelo Senado no dia 30 de junho. “Porque é impossível o Brasil sustentar um reajuste daquela proporção”, disse.
Pela proposta aprovada, o custo total do reajuste acumulado de 2015 a 2018 seria de R$ 25,7 bilhões. Após 2018, o custo adicional seria de R$ 10,5 bilhões por ano, segundo cálculo do Ministério do Planejamento.
“Nem em momentos de grande crescimento se consegue garantir reajustes de 70%. Muito menos em um momento em que o País precisa fazer um grande esforço para voltar a crescer. Tem certos valores, certas quantidades de recursos, que algumas lei exigem e que são impraticáveis. O País não pode fazer face a isso.”
Além disso, ponderou, nenhum segmento do funcionalismo público está isolado dos demais. Há uma grande diferença entre os salários dos servidores do Judiciário e carreiras similares do Executivo. Atualmente já há um ganho a maior de até 60% em favor do Judiciário. Com a nova proposta de reajuste, essa diferença subiria para 170%.
“Você não tem somente um segmento pleiteando reajuste. Tem vários segmentos. Então, não é possível supor que qualquer país do mundo hoje tem condição de dar reajuste de 70% a qualquer segmento do seu funcionalismo público”, concluiu.



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