Dilma comentou situação
da Grécia, desejando que o País permaneça na União Europeia e se recupere.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O governo fará todos os
esforços para manter a meta fiscal prevista para este ano, de 1,1% do Produto
Interno Bruto (PIB), sigla que representa a soma de todos os bens e riquezas
produzidos no País em determinado período de tempo. A declaração foi dada pela
presidenta Dilma Rousseff neste sábado (11), em entrevista coletiva concedida
após visitar o Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015. A meta fiscal corresponde à
economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública.
“Nosso objetivo é
manter a meta. É isso que nós queremos. O Planejamento não está ainda colocando
isso [uma eventual redução] de maneira nenhuma. A nossa decisão é manter a
meta. Agora, a gente avalia sempre e vamos fazer todos os esforços para manter
a meta”, afirmou.
Grécia
A presidenta comentou
ainda a questão da Grécia, afirmando acreditar no bom andamento das negociações
com os credores. “Espero que a Grécia se mantenha na União Europeia, que haja
um acordo e que o país saia, o mais cedo possível, dessa situação econômica.”
O parlamento grego deu,
na sexta-feira (10), o aval para o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, negociar
com os credores um novo pacote de ajuda financeira. Neste sábado, os ministros
da economia do Eurogrupo devem se reunir, para analisar uma nova proposta do país
para receber ajuda financeira.
Perguntada se a Grécia
poderia receber auxílio do Novo Branco de Desenvolvimento dos Brics (NBD), a
presidenta respondeu que o NBD começa com recursos que serão destinados ao
próprio Brics. “Na sequência, ele abrirá para todos os outros países que
quiserem. Mas não é agora.”
Congresso
Dilma Rousseff
reafirmou a normalidade das relações entre o governo e o parlamento brasileiro,
descartando a ideia de rebelião da base aliada. “Eu não chamo de rebelião
votação no Congresso em que há divergências – ou a gente perde umas e ganha
outras. Se a gente fizer um balanço, nós mais ganhamos do que perdemos. Eu não
concordo que haja uma rebelião. Nós temos tido a aprovação de muitas coisas
importantes e temos tido também desaprovações.”
Lembrou que, na
democracia, se espera que haja debate. “Não tem como nenhum país do mundo achar
que se aprova todas no Congresso, em qualquer país do mundo. Aliás, nos mais
democráticos é que se torna mais complexa a aprovação, onde há liberdade de
opinião, onde há uma ampla manifestação de opiniões, como nos Estados Unidos.”
Reajuste
de servidores
De acordo com a
presidenta Dilma, o governo está avaliando a possibilidade de veto ao aumento
de 53% a 78,56% para servidores do Poder Judiciário, que foi aprovado pelo
Senado no dia 30 de junho. “Porque é impossível o Brasil sustentar um reajuste
daquela proporção”, disse.
Pela proposta aprovada,
o custo total do reajuste acumulado de 2015 a 2018 seria de R$ 25,7 bilhões.
Após 2018, o custo adicional seria de R$ 10,5 bilhões por ano, segundo cálculo
do Ministério do Planejamento.
“Nem em momentos de
grande crescimento se consegue garantir reajustes de 70%. Muito menos em um
momento em que o País precisa fazer um grande esforço para voltar a crescer.
Tem certos valores, certas quantidades de recursos, que algumas lei exigem e
que são impraticáveis. O País não pode fazer face a isso.”
Além disso, ponderou,
nenhum segmento do funcionalismo público está isolado dos demais. Há uma grande
diferença entre os salários dos servidores do Judiciário e carreiras similares
do Executivo. Atualmente já há um ganho a maior de até 60% em favor do
Judiciário. Com a nova proposta de reajuste, essa diferença subiria para 170%.
“Você não tem somente
um segmento pleiteando reajuste. Tem vários segmentos. Então, não é possível
supor que qualquer país do mundo hoje tem condição de dar reajuste de 70% a
qualquer segmento do seu funcionalismo público”, concluiu.
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