domingo, 29 de maio de 2011

João Paulo, ministro e prefeito Emidio inauguram universidade federal em Osasco

O campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na cidade de Osasco foi inaugurado na tarde de sexta-feira, 27 de maio. A cerimônia contou com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad; do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara; do prefeito do município, Emidio de Souza; do secretário de Educação Superior, Luiz Cláudio Costa; e do reitor da Unifesp, Walter Albertoni, entre outras autoridades.

“Hoje é um dia especial não só para mim, mas para a cidade de Osasco. Oficialmente está inaugurado o campus da Universidade Federal com quatro cursos, 320 alunos oriundos de Osasco e de vários cantos do Brasil. Um ensino de qualidade e gratuito oferecido aqui na cidade. Nenhum país consegue pensar no seu futuro se não investir na educação e preparar sua juventude. A cidade e o Brasil estão de parabéns, em particular o ex-presidente Lula, que conduziu o Brasil nos últimos oito anos e foi o grande responsável por essa expansão do ensino superior”, comentou João Paulo.

O campus Osasco está em funcionamento desde o dia 14 de março, com turmas nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Economia e Relações Internacionais. Desde 2005, quando o Governo Federal anunciou o plano de expansão do ensino superior, o prefeito Emidio iniciou as tratativas, em Brasília, para que Osasco ganhasse um campus. Em todas as audiências, primeiro no MEC e depois no Ministério da Defesa (para tratar da compra do terreno para o campus), prefeito sempre contou com o apoio do deputado João Paulo.

Dilma manda recado ao PMDB: “Não tem dois governos. Tem um

Matheus Pichonelli



A presidenta Dilma Rousseff mandou um recado nesta quinta-feira 26 para o PMDB, partido de seu vice Michel Temer e maior aliado do PT no Congresso, ao comentar a derrota sofrida pelo governo durante a votação de pontos polêmicos do novo Código Florestal, durante a semana, na Câmara.

“O governo tem uma posição, espero que a base siga a posição do governo. Não tem dois governos, tem um governo”, disse a presidenta.
 
Dilma, que durante a campanha prometeu não apoiar projetos que eventualmente anistiassem desmatadores, lembrou que tem a prerrogativa de vetar propostas que considera “prejudiciais” ao país, mas fez um apelo para que haja entendimento entre as lideranças no Congresso.

Foi uma resposta ao bate-boca ocorrido no plenário na Câmara entre o líder do governo na Casa, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

Alves, que foi líder do governo Lula na Casa, foi um dos apoiadores da inclusão de uma emenda que tirou do governo a atribuição de regularizar as atividades agrícolas em áreas de proteção permanente (APPs). A mesma emenda anistiou desmatamentos cometidos até 2008. O governo era contra essa mudança no texto-base relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mas não conseguiu unir a base em torno da questão.

Dilma reafirma a agricultores familiares que vai vetar itens do Código Florestal


Arte: Fernando Schramm

Por Suzana Vier, Rede Brasil Atual

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff prometeu a lideranças da agricultura familiar, durante audiência nesta quinta-feira (26) em Brasília, que “vai continuar firme na questão ambiental” e vai vetar os itens do Código Florestal que estiverem em “desacordo” e coloquem em risco o meio ambiente.

“A presidenta afirmou que o Brasil pode e deverá ser um grande polo de alimentos e um grande polo ambiental”, descreveu a secretária Nacional de Comunicação da CUT Rosane Bertotti, e dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf). “Ela considerou que o que foi aprovado é um retrocesso”, disse Rosane em entrevista à Rede Brasil Atual.

Representantes da federação de 18 estados apresentaram a pauta de reivindicações dos agricultores familiares à presidenta, que participou da reunião acompanhada dos ministros Gilberto Carvalho, da Casa Civil, e Afonso Florence do Desenvolvimento Agrário.

Desde a segunda-feira (23), os agricultores familiares estão em Brasília para a Sétima Jornada da Agricultura Familiar. Antes do encontro com a presidenta, reuniram-se com todos os ministros, explicou Rosane.

À presidenta Dilma, os agricultores familiares pediram políticas públicas específicas nas áreas de habitação, educação, comunicação, banda larga e ampliação de investimentos em programas específicos como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) . “A juventude por exemplo tem necessidade de um programa próprio do Minha Casa Minha Vida”, aponta a dirigente.

Ministros divulgam nota pública sobre assassinato de líder camponês

Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) divulgaram na noite desta sexta-feira (27/5), nota pública em que manifestam sobre o assassinato do líder camponês Adelino Ramos, ocorrido hoje pela manhã, em Vista Alegre do Abunã, em Rondônia. O texto informa que “imediatamente ao recebimento da notícia, entramos em contato com a Polícia Civil, com o governador do estado de Rondônia e com a Polícia Federal, exigindo a mais rigorosa atitude para investigar o caso e punir os criminosos, tanto os executores como os possíveis mandantes”.

“É necessária uma ação enérgica e exemplar. Só coibiremos essa violência absurda quando acabarmos com a impunidade”, diz a nota pública.

A ministra Maria do Rosário, segundo assessores, informou à presidenta Dilma Rousseff sobre o crime e, de imediato, foi determinado pela presidenta que a ministra acompanhe as investigações deste assassinato.

A seguir o Blog do Planalto reproduz o texto divulgado pelas assessorias dos dois ministérios.

Dilma manda PF desvendar assassinato de casal, sucessores de Chico Mendes

José Claudio Ribeiro da Silva (membro do CNS - Conselho Nacional das Populações Extrativistas - e considerado sucessor de Chico Mendes) e sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados na noite de segunda-feira na cidade de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará (390 quilômetros de Belém).

A suspeita recai sobre madeireiros da região, que o ameaçavam desde 2008. Pelo jeito, com a volta de um governador tucano se encorajaram. Segundo informações do CNS, desconhecidos costumavam rondar a residência do casal disparando vários tiros para tentar intimidá-los.

José Cláudio da Silva era um dos principais defensores da preservação das floresta amazônica após a morte de Chico Mendes e constantemente fazia denúncias sobre o avanço ilegal na área de de preservação onde trabalhava por madeireiros para extração de espécies como castanheira, angelim e jatobá.

Pelas primeiras informações, o casal saiu do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, localizado a cerca de 50 quilômetros da sede do município de Nova Ipixuna, quando foi cercado em uma ponte por pistoleiros. Ali, eles foram executados a tiros.

NO VELÓRIO DO LÍDER NEGRO ABDIAS DO NASCIMENTO, LULA DIZ QUE RACISMO É DOENÇA DE DIFÍCIL CURA



Participando do velório do líder negro, militante, ator, teatrólogo, economista e ex-senador Abdias do Nascimento, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o ex-presidente do Brasil, Lula, amigo de Abdias, falando sobre a importância do militante negro na luta pelo fim da discriminação racial, disse que o preconceito é uma doença de difícil cura.

“Acho que os negros já conquistaram muitos espaços desde a Constituição de 1988, mais ainda falta muito. O preconceito é uma doença que não tem cura fácil. O remédio para combater o preconceito leva anos, mas eu penso que estamos avançando.

Eu acho que o Brasil perde uma das figuras mais extraordinárias contra a desigualdade racial, na luta pela redemocratização, na luta pelos direitos do povo negro. Eu convivi com Abdias desde os anos 80. Ele morreu, mas as ideias dele vão permanecer.

As cotas nas universidades são uma realidade. O ProUni, colocando 40% de jovens negros nas universidades, é uma revolução e Abdias faz parte de todas essas conquistas”, considerou Lula.

Se Palocci cair, haverá castas políticas no Brasil


Entendo Lula e Dilma ao apoiarem Palocci com tanta veemência, cobrando apoio daqueles que se propuseram a ser aliados dos dois maiores líderes políticos do Brasil, um por sua liderança propriamente dita e outra pelo cargo que ocupa. Afinal, o que se está tentando fazer com o chefe da Casa Civil é lhe negar os mínimos direitos civis.

Esse fato já começava a ficar claro quando veio a público seu suposto “enriquecimento ilícito” através de matéria do jornal Folha de São Paulo. O jornal registra aumento patrimonial de vinte vezes em quatro anos sem informar que é comum que ex-membros de equipes econômicas do governo federal enriqueçam ao saírem dos cargos.

Nesse momento, começa a concessão de direitos “diferenciados” para petistas, de um lado, e para tucanos ou demos do outro. É imoral enriquecer rápido após passar pelo governo, mas só para petistas. Tucanos podem porque teriam mais títulos e mais experiência no setor financeiro. Então podem enriquecer 100 vezes no mesmo período que Palocci que “tudo bem” e não se fala mais nisso.

Agora, porém, veio o supra-sumo do absurdo. O crime que até há pouco mais de seis meses era passível de pena capital, na mídia, agora se torna irrelevante. Quebra de sigilo fiscal foi um tema que permaneceu por semanas a fio nas manchetes principais de primeira página com letras garrafais e em todos os telejornais, com matérias, às vezes, de VINTE MINUTOS de duração.

A então candidata Dilma Rousseff, ano passado, foi cobrada no ar, durante entrevistas ao SBT ou ao Jornal Nacional, por supostamente ter mandado quebrarem o sigilo fiscal da filha de seu adversário José Serra. A mídia, a cada minuto, soltava o nome de um envolvido, de um suspeito do “crime”, enquanto longos discursos sobre direitos civis enchiam as páginas dos jornais.

Palocci - À mulher de César, não basta ser honesta...



No fim de semana, a Folha de São Paulo publicou matéria demonstrando o grande crescimento dos bens pessoais do ex deputado federal e atual chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Entre 2006 e 2010, o patrimônio do ministro foi de R$375 mil para R$7,5 milhões, através da Consultoria Projeto, que ele montou com a sua esposa Margareth.

Com a publicação da matéria, a imprensa correu atrás dos envolvidos, para repercutir e tentar esclarecer o crescimento patrimonial de Palocci. O Ministro se recusou a detalhar a natureza de suas consultorias ou os clientes envolvidos, e o Planalto, pela palavra do Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, considera o assunto encerrado.

Tendo em vista a conturbada relação do Governo Lula com a imprensa, que o perseguiu implacavelmente durante os seus oito anos de presidência (e ainda o persegue), talvez fosse o caso de o Planalto refletir melhor sobre essa sua postura de não se preocupar em explicar nada para a imprensa. Senão, vejamos:

desde o mensalão, em 2005 (sei que o caso não ocorreu como a imprensa noticiou, de deputados receberem mesadas para votar com o governo, mas o fato é que no mínimo ocorreu caixa 2 de campanha ali naquele caso, o que também é crime), o fato é que o PT deixou de ter o monopólio sobre a moral e a ética na política. Se antes de ganhar a presidência, essa era a imagem que boa parte da população tinha do Partido dos Trabalhadores, isso esfarelou no escândalo dos Correios e caiu por terra de vez no mensalão. Desta forma, o PT passou a ser visto como mais um partido, igual aos outros, que utiliza das mesmas armas para chegar ao poder. O que é bom, pois deixa muito claro que no nosso atual sistema político, não há brechas para a ingenuidade.

Para olhar o caso Palocci

Para cada um de nós, ao analisarmos a crise política que se formou em torno deste episódio envolvendo o Ministro Antonio Palocci, importam, e muito, os aspectos éticos que possam merecer qualquer tipo de condenação moral de nossa parte.

Mas, para a dinâmica do processo político isso é absolutamente secundário. Cada fato, detalhe ou suspeita serve essencialmente como combustível para que uma máquina de interesses entre em movimento, avance e alcance o máximo de seus objetivos.

E isso é fácil de provar, como a um teorema.

A maneira do Ministro, então deputado, reunir recursos prestando consultoria, através de uma empresa, registrada em seu nome é, pra quem não for cínico, o primeiro dado “anormal” a ser considerado.

Antiético? Desaconselhável? Inadmissível? Concordemos,  hipoteticamente (hipoteticamente, insisto nisso, atenção) e apenas para raciocinar, que seja assim.

Convenhamos, se admitirmos que eram serviços escusos, esbarramos na seguinte incongruência: porque ele os faria assumidamente, com seu nome, sua empresa, suas notas fiscais, sua declaração de renda?

Repito, estou fazendo apenas um exercício hipotético e lógico.

O primeiro ato de quem age criminosamente é encobrir suas ações. E quem tem um mínimo de informações com os desvãos da política sabe que os meios para isso são muitos e nada originais.

Por mais que eu ou você, leitor, possamos supor que há um problema ético na atuação de Palocci, esta crise tem outra razão.

Palocci era o anteparo – a esta altura soaria irônico dizer que seria a “interface” – entre Dilma e a base aliada. Ou, se você preferir que eu seja mais direto, com o PMDB.

Sou Mais Palocci

Postado por Guina

Dar crédito ao que publica o jornalismo vendido dessa podre mídia é uma coisa que jamais irei fazer. Sou mais acreditar no Palocci.

Se ele tiver culpa, depois das devidas apurações, que pague. Mas não sou trouxa para acreditar nesses lixos que dominam a nossa mídia (Folha de São Paulo, Estadão, Veja e cia.).

Denúncias vindas dessa máfia midiática, aliada dos falidos PSDB e DEM só devem ser levadas em conta quando devidamente apuradas e comprovadas.

Uma mídia que no passado já financiou campanha político de deputado do PSDB e que na última eleição apoiou abertamente José Serra contra Dilma e que mentiu descaradamente atacando o ex presidente Lula durante 8 anos, não merece crédito algum.

Entrar no jogo dessa máfia é fazer jogo de trouxa.

Entre esses golpistas vendidos e o Palocci, até que se prove o contrário, estou ao lado do ministro.

O PIG faz uma exceção e fala a verdade sobre Palocci

‘Ministro ganhou menos que um automóvel’, diz WTorre

Por Leandro Colon (O Estado de S. Paulo)

O dono da construtora WTorre, Walter Torre Jr., disse, em entrevista ao Estado, que pagou um valor “irrisório” pelas consultorias do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, entre 2007 e 2010. Questionado se o dinheiro pago era menos de R$ 50 mil, Torre respondeu: “Um pouco mais do que isso”. Ele contou que Palocci esteve 22 vezes na sua empresa. “É uma palhaçada o que estão fazendo”, disse Torre, sobre a polêmica envolvendo a construtora e a empresa Projeto, de Palocci.

ESTADÃO - Por que a WTorre contratou o Palocci?

- Porque ele é uma pessoa extremamente influente, com alto grau de conhecimento de mercado financeiro, ex-ministro da Fazenda.

ESTADÃO - Que tipo de consultoria ele prestou?

- Ele esteve 22 vezes conosco nas últimas sextas-feiras do mês. Ele ia mês sim, mês não, falou sobre política econômica, macroeconomia. É uma palhaçada o que estão fazendo.

ESTADÃO - E o sr. poderia revelar os valores pagos?

- É um valor extremamente baixo. Irrisório. O valor total é inferior ao de um automóvel.

ESTADÃO - Menos de R$ 50 mil?

- Um pouco mais que isso. É valor total em quatro anos, entre 2007 e 2010.

ESTADÃO - Não é tráfico de influência a relação entre WTorre e Palocci?

- Em hipótese nenhuma. Cada vez mais fico irritado quando não existe seriedade e transparência. Minha empresa é extremamente transparente.

José de Abreu: “A politização dos indivíduos na rede está acima dos partidos e dos governos”

Rachel Duarte

Foto Ramiro Furquim/Sul21


Jovem militante nos tempos da ditadura militar, gaúcho por adoção, ator global há 30 anos e um influente ativista da internet, José de Abreu prestigiou o lançamento do Gabinete Digital de Tarso Genro nesta terça-feira (24) e, ao final do evento, conversou com o Sul21. Ele falou sobre sua relação com a política e a militância assumida no Partido dos Trabalhadores (PT).

Petista tradicional desde 1989, o ator de 65 anos tornou-se atração no Twitter durante as eleições de 2010 pelo desempenho em favor do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e pela eleição de Dilma Rousseff. Com mais de 12 mil seguidores na rede social, ele analisou o poder da web para o exercício da democracia. Para José de Abreu, ao contrário do que dizem alguns críticos, a internet é um meio de politização e tem um poder fundamental nas relações sociais e políticas na era da globalização.

Trabalhando na novela Insensato Coração, Abreu acredita que as concessões das grandes emissoras brasileiras estão ameaçadas com a expansão das mídias digitais e não deixou de citar a decadência das redes brasileiras de TV e mesmo da Rede Globo diante do crescimento das empresas de telecomunicações estrangeiras no Brasil.

Sul21 – O senhor já foi preso por perseguição política durante o período de exceção e buscou refúgio no Rio Grande do Sul. Por viver aqui, em Pelotas, o senhor disse que adotou a cidade e não esconde o título de Cidadão Pelotense.

José de Abreu (JA) – Fui preso por dois meses, em 1968, durante o congresso na UNE (União Nacional dos Estudantes). Saí do país no final de 1972, quando tive um exílio forçado na Holanda, e voltei no final do ano seguinte para Pelotas (RS). Eu escolhi o Rio Grande do Sul porque era bem perto do Uruguai, qualquer coisa era fácil de escapar bem rápido. (risos) E, quando eu recebi o título de Cidadão Pelotense, o presidente da Câmara de Vereadores disse que estava me concedendo o título ciente de que eu não iria assumi-lo… Mas eu tenho orgulho de dizer que sou de Pelotas, apesar de isso ser motivo de piada. Meus dois filhos são bem machos inclusive, a filha um pouco menos. (risos)

Ana de Hollanda

"Tem gente investigando minha vida"

Ministra diz que mudanças desagradaram a setores encastelados na Cultura e que está sendo rastreada na Receita Federal

Octávio Costa e Sérgio Pardellas

FICO - Ana de Hollanda diz que pretende ficar quatro anos à frente do ministério

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e irmã do cantor e compositor Chico Buarque, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, foi a grande surpresa da montagem do governo Dilma Rousseff.

Mas, rapidamente, tornou-se alvo de violentos ataques. Mal sentou na cadeira, Ana viu o sociólogo e petista histórico Emir Sader chamá-la
de autista. Depois, foi criticada pela opinião sobre os direitos autorais.

Em seguida, a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), teve de devolver diárias recebidas por dias de folga no Rio de Janeiro, onde tem imóvel próprio. Ana contornou todos os episódios, mas acredita que grande parte das intrigas partiu do chamado fogo amigo. “Quando a gente toma um rumo, nem sempre está agradando a todos. Sei que algumas alas não estão se sentindo contempladas da mesma forma que antes”, afirmou a ministra, em entrevista à ISTOÉ. Em sua avaliação, alguns tiros vieram de dentro do próprio ministério.

“Sei que tem gente investigando a minha vida”, constata. Também cantora e compositora, ela garante que o irmão mais famoso não dá palpites em sua administração.

Mas afirma que a família Buarque de Hollanda “está preocupada com o grau de dificuldade” que ela está enfrentando. “É evidente que o alvo é minha família”, diz. Para Ana de Hollanda, a nova lei do direito autoral deve proteger mais o autor. Sobre o tema, o ministério vai promover nos próximos dias 31 e 1º de junho um grande debate para colher sugestões ao Plano Nacional de Cultura, que será encaminhado ao Congresso até julho.

A velha história de terceirizar a política

Por Maria Inês Nassif, publicado no Blog do Luis Nassif

Dilma Rousseff não foi a única presidente, desde a redemocratização, que resolveu terceirizar a atividade política, na suposição de que tem gente que sabe fazer isso melhor do que ela. Assumiu que o perfil técnico era a sua vocação, definiu que tem a última palavra sobre as decisões administrativas e foi cativada pelo "elogio" dos antigos adversários à sua discrição no cargo. O excessivo recato na tarefa de fazer política pode sido a origem da crise provocada pelo escândalo que envolveu o seu chefe da Casa Civil, Antonio Palocci; e pode estar contribuindo para que, mesmo com toda a inicial cautela da oposição em relação ao episódio, a crise apresente uma certa tendência de adquirir pernas próprias.

Para ser presidente, não basta ganhar eleição. É preciso assumir o controle da política. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro mandato, acuado por uma crise econômica que sacudiu o país durante todo o período eleitoral, também terceirizou a que deveria ser a principal atividade de um mandatário popular. No comando das articulações que passavam pelo Palácio do Planalto estava o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, em permanente disputa com o mandarim da economia, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Uma campanha eleitoral excessivamente agressiva acuou o presidente eleito em 2002. A estratégia de "blindagem" de Lula, com o objetivo principal de não assustar o mercado, foi a de montar uma equipe econômica da confiança dos agentes de finanças – e Palocci fazia não apenas política econômica, mas a articulação política com esses setores – e deixar a função de articulação parlamentar com Dirceu, um adepto da realpolitik. Lula também foi "blindado" em seus contatos com a imprensa. Enquanto essa montagem de governo prevaleceu, o primeiro presidente petista exerceu o direito ao silêncio: foi a estratégia definida contra uma imprensa que foi hostil na campanha e, previa-se, não daria moleza a um presidente-operário de um partido de esquerda.

Dilma defende Palocci e critica politização que interessa ao governo

Depois de um mês sem dar entrevistas e de treze dias do início do 'caso Palocci', presidenta confirma nova postura, sai em defesa do chefe da Casa Civil e condena 'politização'. Mas governo conta com 'politização' para unir aliados e enfrentar inimigos. Sem citar imprensa e oposição, ministro diz que vida fiscal de Palocci recebe tratamento diferente do dispensado à família de José Serra.
André Barrocal

BRASÍLIA – Treze dias depois da primeira reportagem sobre o enriquecimento do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a presidenta Dilma Rousseff rompeu o silêncio. Nesta quinta-feira (26/05), em mais uma demonstração de que o caso já produziu mudanças em sua postura, Dilma aproveitou o fim de um evento para falar com a imprensa depois de um mês, defender o ministro e condenar a politização do assunto.

“Quero assegurar a vocês que o ministro Palocci está dando todas as explicações para os órgãos de controle, as explicações necessárias”, disse a presidenta. “Espero que esta seja uma questão que não seja politizada, como foi o caso que aconteceu ontem, o caso lastimável, que é aquela questão da devolução dos impostos da empresa WTorre."

A última entrevista da presidenta tinha sido dia 25 de abril. De lá para cá, Dilma, que já é uma pessoa discreta, teve de enfrentar uma pneumonia que encurtara sua jornada de trabalho e suas aparições públicas. Nos últimos dias, porém, ela decidiu se expor mais e liberar a equipe para produzir mais notícias, com a intenção de reduzir o espaço do noticiário sobre Palocci.

A DiogoMainardização


A moda do reaça - Marcelo Rubens Paiva

Como comentou uma leitora, Natália, no post anterior:

Cara, acho tão engraçada essa mania das pessoas de falarem com orgulho que são “politicamente incorretas” quando dizem absurdos… o sujeito vem, fala um monte de merda e diz que faz isso porque é inteligente (é um livre pensador, não segue o pensamento burro e dirigido das massas, etc) e porque não liga de ser “politicamente incorreto” porque afinal esse é o certo, a sociedade de hoje que está deturpada.

Eu tinha pensado na mesma coisa.

O governador e o secretário municipal de segurança reconheceram que tanto a PM quanto a Guarda Municipal exageraram na repressão à MARCHA DA MACONHA, que virou MARCHA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Alckmin chegou a dizer que não compactua com a ação da PM na Marcha.

Mas muitos leitores e alguns blogueiros continuam achando que o certo mesmo era enfiar o cacete nos manifestantes.

A onda agora é ser bem REAÇA.

Espanha: o cenário depois das eleições

Por José Daniel Fierro - 23.05.2011

Na Espanha, pode-se dizer que de cada 100 cidadãos, mais da metade não optou por nenhum partido políticoA “esmagadora maioria” do PP com a qual nos tratam de confundir não chega nem aos 20% da população (24% de que tem direito a voto).

Uma das frases mais ouvidas durante estes dias, nas distintas concentrações e acampamentos que estão acontecendo na maioria das cidades do país, pede que “não vote neles (não nos representam, não!)” em referência ao PP e ao PSOE.

A crítica ao asfixiante bipartidarismo, e também à atual lei eleitoral que o favorece, é um dos pilares sobre o qual se articulou o movimento 15M e que deu lugar a uma corrente de regeneração democrática partindo da praça pública, em assembleia e onde cada pessoa pode se expressar, ser escutada e decidir em pé de igualdade. O alvorecer desta iniciativa coincidiu com a celebração de eleições municipais e regionais, nas quais a denúncia de uma estrutura antidemocrática (que converte a farsa eleitoral em legitimação do sistema) foi a bandeira do movimento, mas sem chegar a promover estratégia alguma sobre a decisão pessoal (além de preconizar o voto responsável). Se foram permitidos concentrações e acampamentos durante a jornada de reflexão, isso ocorreu, entre outras razões, porque nunca se pediu o voto para nenhuma formação, nem tampouco qualquer outra possibilidade frente às eleições (abstenção, voto em branco, nulo...).

Os meios que durante a parte final da campanha haviam centrado sua atenção no movimento dos indignados, mudaram seu objetivo, depois de se tornarem conhecidos os resultados eleitorais, dirigindo-o aos derrotados (PSOE) e vencedores (PP), e escolher declarações grandiloquentes do que farão, da nova etapa que se abre etc. Velhas promessas nunca cumpridas, mudam os palhaços mas o circo segue.

Sobre os acontecimentos em Espanha

Miguel Urbano Rodrigues – O Diário.Info - Portugal

As grandes mobilizações de “indignados” assumem como denúncia central a ausência de democracia autêntica. Neste início do século XXI, no contexto de uma gravíssima crise mundial de civilização, o capitalismo, em fase senil, cola o rótulo de democracia representativa a ditaduras da burguesia de fachada democrática.

Os acontecimentos da Espanha, pelo seu significado, estão a polarizar a atenção da Europa e de milhões de pessoas noutros continentes. Em Washington, Berlim, Paris e Londres, o acampamento da Puerta del Sol, inicialmente encarado como iniciativa folclórica de jovens pequeno burgueses frustrados, gera agora preocupação.
Quando o chamado Movimento M-15 alastrou a dezenas de cidades do país e nas capitais europeias centenas de pessoas se manifestaram frente às embaixadas espanholas, a indiferença evoluiu para um sentimento de temor.

Porquê?

O protesto espanhol insere-se na crise global de civilização que a humanidade enfrenta, cujas raízes arrancam da crise estrutural de um sistema de opressão: o capitalismo.
Seria um erro concluir que os jovens que criaram o Movimento «Democracia Real Ya » são revolucionários e o seu objectivo é a destruição do regime. O M-15 atraiu gente muito diferente. Alguns nem sequer rejeitam a obsoleta e corrupta monarquia bourbonica. Mas rapidamente a contestação popular excedeu as previsões. O Movimento, após a repressão do primeiro dia, foi olhado quase com benevolência pelo PP e pelo PSOE os dois grandes partidos da burguesia. Mas, ao assumir proporções torrenciais, o protesto adquiriu os contornos de uma condenação do regime na qual as massas emergiam como sujeito histórico.
Na Puerta del Sol começaram a ouvir-se brados inesperados: «No al FMI »; «No a la farsa electoral»; «PSOE y PP, la misma gente!»; «Noa las guerras de los EEUU!». Soou até a palavra «Revolução!»
Daí o medo.

A África tem sede de Brasil

Celso Amorim

Escrevo este artigo no dia dedicado à celebração do continente africano. E faço isso com muita alegria, por constatar, pela leitura do discurso pronunciado pelo ministro Antonio Patriota na cerimônia com que o Itamaraty marcou a efeméride, que os conceitos e princípios que se desenvolveram durante o governo do presidente Lula continuam a presidir a política africana de Dilma Rousseff. Patriota deu, ele próprio, os dados que ilustram o vertiginoso crescimento das nossas relações com o continente africano durante os últimos oito anos.

A África sempre esteve no imaginário da política externa brasileira, embora nem sempre de forma coerente ou consequente. Durante a ditadura, o Brasil foi lento em dar apoio aos movimentos de libertação das antigas colônias portuguesas. Graças à visão de dois homens, Ovídio Melo e Italo Zappa, nos redimimos em parte desse pecado ao agirmos de forma pioneira e corajosa reconhecendo o governo do MPLA em Angola.

Na primeira viagem que fiz à Africa durante o governo Lula, visitei sete países, seguindo a orientação do presidente, mas instigado também por uma cobrança de minha mulher, que, ao me ouvir relatar iniciativas quanto à Venezuela, Mercosul etc., me interpelou: “E pela África vocês não estão fazendo nada?” Isso foi em abril de 2003, quando decidíamos nossas prioridades e refazíamos nossas agendas, dominadas então por temas impostos de fora, como a Alca.

"Por uma vida melhor": por que abolir os conceitos de “certo” e “errado”



Por Daniela Jakubaszko*, do blog Mulheres de Fibra
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A polêmica que se criou em torno do livro Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo MEC, é inútil e representa um retrocesso para a Educação.
Como lingüista e professora de português defendo ardorosamente a utilização do livro. Vou explicar, mas antes faço alguns esclarecimentos:
1. A escola é o lugar por excelência da norma culta, é lá que devemos aprender a utilizá-la, isso ninguém discute, é fato.
2. O livro NÃO está propondo que o aluno escreva “nós pega” – como estão divulgando por aí - ele está apenas constatando a existência da expressão no registro “popular”. Do ponto de vista cotidiano, a expressão é válida porque dá conta de comunicar o que se propõe. E ela é mais que comum e, sejamos sinceros, é a linguagem que o leitor dessa obra usa e entende. Será que é intenção da escola se comunicar com ele de verdade? Se for, ela tem que usar um livro que consiga fazer isso. Uma gramática cheia de exemplos eruditos e termos que o aluno não consegue nem memorizar, com certeza, não vai conseguir.
3. O que o livro está propondo é trocar as noções de “certo” e “errado” por “adequado” e “inadequado”. E isso é mais que certo. Vou explicar a seguir.
4. A questão é: como ensinar a norma culta num país de tradição oral, e no qual existe um abismo entre a língua oral e a língua escrita? Como fazer isso com jovens adultos – que já apresentam um histórico de “fracasso” em seu processo formal de educação e, muito provavelmente, na aquisição dos termos da gramática e seus significados. Se esse jovem não assimilou até o momento em que procurou o EJA (Educação de Jovens e Adultos) a “concordância de número”, como o professor vai fazê-lo usar a crase? Isso para mencionar apenas um dos tópicos mais fáceis da gramática e que a maioria das pessoas, inclusive as “mais cultas e graduadas”, algumas até mesmo com doutorado, ainda não sabem explicar quando ela é necessária.
Por que abolir os conceitos de “certo” e “errado”?

Jornalistas com deficit de letramento

Por Weden

Diz o dito popular que médicos enterram seus erros. E os jornalistas os repercutem.

A falta de atenção e capacidade de compreensão do que diz o  livro didático Por uma Vida Melhor, da editora Global,  é indicativo de deficit de letramento entre jornalistas. Junte-se a problemas de leitura, interesses mercadológicos, ignorância científica, leviandade intelectual e oportunismo político.

São inúmeros os sintomas do deficit de letramento. Entre eles, dificuldade de relacionar textos (problemas com a intertextualidade), desatenção ao cotexto em que aparecem as sentenças  e incapacidade de  associar o texto ao contexto de enunciação - para não falar nas posições discursivas, mas isso é outra história.

O problema não é só encontrado no ensino básico.  É comum que o deficit de letramento seja detectado também em outros níveis de escolaridade, mesmo entre aqueles que, em suas profissões, fazem largo uso da leitura e da escrita.

Linguistas já chamaram a atenção para o fato de que se estes jornalistas fossem submetidos ao PISA seriam reprovados.

Aqui a lista de jornalistas e intelectuais que precisam aprimorar sua leitura.

No caso deles, talvez não seja difícil.

EDITORIAL DE CATÓLICAS PELO DIREITO DE DECIDIR - 27/05/2011

Estado laico. O que é isso, companheira?

Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia



Presidenta Dilma,

Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.

A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.

Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo por outrem. Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar! Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos, homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo. Temos terríveis exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo, em nosso próprio país.

Dilma pediu para refazer kits por achar que não combatiam homofobia, diz Haddad

Amanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Educação, Fernando Haddad, explicou hoje (26) que os kits de combate à homofobia que seriam distribuídos às escolas públicas de ensino médio deverão ser refeitos porque a presidenta Dilma Rousseff não gostou do seu conteúdo. Eles serão submetidos à comissão de publicações do Ministério da Educação (MEC) para que seja produzida uma nota técnica apontando quais mudanças deverão ser feitas.

“A presidenta entendeu que esse material, na opinião dela, não combate a homofobia. Ela entende que ele não foi desenhado de maneira apropriada para promover aquilo que ele pretende que é o combate à violência, a humilhação e a evasão desse público da escola”, afirmou o ministro.

Segundo Haddad, a presidenta determinou que seja criada uma comissão de avaliação na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República para avaliar qualquer material que seja produzido por ministérios “que dialoguem com questões relativas a costumes”.

Frei Betto: A Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero.

Os gays e a Bíblia por Frei Betto, em Amai-vos

É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos.

No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”…).

Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc).

No 60º aniversário da Decclaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.

A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu Catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.

Slavoj Zizek no Brasil: “Não há uma solução simples, e a questão da ecologia é impregnada de ideologia”



Por Eduardo Sá e Laís Bellini, 26.05.2011

Slavoj Zizek durante o evento no Rio de Janeiro. Foto: Vitor Vogel/Fatos Sociais.
Pela terceira vez o filósofo esloveno Slavoj Zizek veio ao Brasil, e novamente com seu tom provocador. Após duas conferências realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro nesta semana, com a temática “Revolução: quando a situação é catastrófica, mas não é grave”, ele lançou dois livros em nosso país: Em defesa das causas perdidas e Primeiro como tragédia, depois como farsa, ambos pela Boitempo Editorial. Os auditórios do Sesc Pinheiros, em São Paulo, e do Cinema Odeon Petrobras, no Rio de Janeiro, ficaram pequenos para o evento, que também foi transmitido ao vivo pela internet.

Um dos expoentes do marxismo contemporâneo e psicanalista esquerdista, Zizek teve pouco tempo para falar tudo o que queria. “Há 30, 40 anos atrás os europeus vieram à America Latina pensando que os que viviam aqui eram ‘os idiotas’. A ideia na cabeça deles era: ‘vamos vender coisas para eles’. Mas hoje a América Latina confia nas suas coisas. Por essas razões tenho orgulho de estar aqui”, disse.

Os ecologistas catastróficos, a política verde e o mito da sustentabilidade

“Não acredite nas ideias de que em um 1 ou 2 anos estamos mortos”, observa Zizek, que aponta esse tipo de pensamento como uma construção de ecologistas catastróficos. Segundo ele, o debate em torno da questão ecológica está impregnado de ideologia e é preciso ficar muito atento ao que é apresentado sobre o tema. Pois muitas vezes são criadas visões que, apesar de apresentadas como soluções, funcionam de forma a evitar o confronto objetivo das ameaças ambientais.

“Temos que admitir um desequilíbrio natural, catástrofes inimagináveis já houveram. É preciso desconfiar dessa auto culpabilização, por causa dela vem uma das ideologias falsas mais perigosas. É um conjunto de princípios embebidos na nossa prática diária. Permite inventar uma série de estratégias, de práticas superticiosas que evitam enfrentar o problema real”, adverte o filósofo.

Comunicação: o cerne da questão



Durante os últimos anos, jornais, revistas e TVs resgataram e aperfeiçoaram as técnicas de manipulação e partidarismo político dos tempos que antecederam e sustentaram a ditadura militar entre 64 a 85, causando a morte e o desaparecimento de milhares de brasileiros. São truques e procedimentos conhecidos por muitos de nós:

O truque campeão é o factoide – jogada ensaiada pelos membros do PIG: um faz o lançamento, o outro recebe, tabela como o terceiro, recebe e parte livre em direção ao gol. Falha ou Estadão faziam o lançamento do boato durante a semana. O Jornal Nacional matava no peito mencionando a Falha ou Estadão como “fonte” e tabelava com eles durante a semana. A Veja recebia o passe “redondinho” e finalmente, aos sábados, publicava o “golaço” na matéria de  capa. Durante a semana seguinte, o PIG comentava, entrevistava, reprisava a jogada por todos os ângulos etc. Até o surgimento da Internet, era como se o time da “verdade” não tivesse goleiro. Agora tem. A defesa – que tem mídia alternativa, blogues, Youtube, comunidades virtuais e outros espaços – bate de frente com o PIG, instantaneamente. Mas só na Web.

Outro método usado pelo PIG para atacar pessoas, grupos ou governos inteiros é o ponto de vista que veicula. Existem o fato e sua leitura. O golpismo está na pior maneira (neste caso contra o governo) de noticiar o fato. Em vez de dizer que 27 milhões saíram da miséria, diz que o Brasil ainda tem 23 milhões de miseráveis. Em vez de dizer que o povo compra mais, dizem que se endivida mais. Em vez de dizer que Dilma foi eleita porque recebeu 12 milhões de votos a mais que Serra, dizem que só 56 dos 190 milhões de brasileiros votou na candidata de Lula. Em vez de informar que parentes diretos de todos os políticos usam passaportes especiais, se limitam a citar os filhos de Lula.
Uma das maneiras de desqualificar o governo é a omissão: nenhum órgão de imprensa é obrigado a publicar coisa alguma. Liberdade de expressão também significa liberdade de omissão. Não fossem o IBGE e outros institutos nacionais e internacionais medirem todos os avanços feitos no Brasil, nos últimos 8 anos, a imprensa brasileira elegeria Serra que, por sua vez, roubaria todos os créditos de Lula.

Revista Época quer matar Dilma



Por Brizola Neto, no blog Tijolaço:

Alertado por um leitor, fui ver a capa da Época, na qual uma foto da presidenta, de olhos fechados, é usada para ilustrar uma matéria sobre uma suposta gravidade de seus problemas de saúde.

É sordidamente mórbida.

Registra que os seus médicos dizem que ela “apresenta ótimo estado de saude”, mas a partir daí tece uma teia mal-intencionada e imunda sobre os problemas que ela apresentou e os outros que tem, normais para uma mulher da sua idade.

O hipotireoidismo, por exemplo, é problema comuníssimo entre as mulheres de mais idade. É por isso que todo médico pede a eles, sempre, o exame de TSH. E o hormônio T4 – Synthroid, Puran, Levoid, Euthyrox e outros – tomado em jejum, é a mais básica terapêutica, usada por anos e anos por milhões de mulheres do mundo inteiro.

A revista publica uma lista imbecil de “medicamentos” que a presidente tomava, em sua recuperação de uma pneumonia, listando tudo, até Novalgina, Fluimicil e Atrovent (usado em inalação até por crianças), e chegando ao cúmulo de citar “bicarbonato de sódio – contra aftas”.

Sírio-Libanês divulga nota desmentindo revista Época, da Globo

Relatório emitido pelo Hospital Sírio-Libanês a pedido da Presidência da República diz que, “o ponto de vista médico, neste momento a presidente Dilma Rousseff “apresenta ótimo estado de saúde”. O relatório é uma resposta a matéria caluniosa, de péssimo gosto, próprio de jornalismo marrom, da revista época, que mente ao dizer que o estado de saúde da presidente Dilma piorou

Leia

A íntegra do relatório médico sobre a presidente Dilma Rousseff, assinado pelos médicos Antônio Carlos Onofre de Lira, diretor técnico, e Paulo Ayroza Galvão, diretor clínico do Hospital Sírio-Libanês:

“Por solicitação da Exma. Presidenta da República, Sra Dilma Vana Rousseff, o Hospital Sírio-Libanês emite o presente relatório médico.

No início de 2009 a Presidenta Dilma Vana Rousseff foi submetida a avaliação clínica por seu cardiologista, Professor Dr. Roberto Kalil Filho, quando foram indicados exames de rotina, incluindo uma angiotomografia de coronárias, realizada em 20 de março de 2009 no Hospital Sírio-Libanês. Neste exame foi detectado um nódulo axilar esquerdo, com 2,3 cm. de diâmetro e características suspeitas. Uma biópsia excisional deste gânglio foi realizada no dia 3 de abril de 2009, e o diagnóstico final foi de Linfoma Difuso de Grandes Células do tipo B, CD20 positivo. Exames de estadiamento incluíram PET-CT e biópsia de medula óssea, sem achados adicionais. O estadiamento final foi IA.

Paloccigate” é só o ensaio.

O que é ser ético em política? A cada dia que passa, fica mais difícil associar honestamente as palavras “política” e “ética”. Tornaram-se quase antônimas. Ou você é ético ou você é político. Há os que conseguem não ser as duas coisas, mas ser ambas é viagem astral. Você pode ser um sonhador, idealista, crente na ciência política exercida com ética, mas assim que inicia sua primeira campanha eleitoral, mesmo para chefe do diretório acadêmico de sua faculdade, você é contaminado pelo jogo de interesses e toda a barra pesada que envolve os processos políticos. Se ganha a eleição não é por ser o melhor, mas o menos ruim. Daí em diante, sua carreira política quase sempre passa longe da ética. Ninguém – absolutamente ninguém – empobrece depois de ocupar cargo público! É da natureza do ambiente que experiência e conhecimento adquiridos se convertam em benefício próprio. Lula dobrou seu patrimônio em menos de 6 meses: já na 3a palestra que deu, somou mais dinheiro do que o acumulado nos 8 anos de salário como presidente. FHC demorou mais tempo por duas razões: a) já era rico – portanto levou mais tempo para dobrar sua riqueza. b) vale menos que Lula como palestrante – portanto precisou de mais palestras para receber o que Lula recebeu em 3.

Como deputado (eleito depois de ser inocentado no caso da quebra de sigilo do caseiro) – Palocci seguiu as regras do jogo. Vendeu consultoria e recolheu os devidos impostos. É um político empresário. E como tal, fez o que todo político empresário faz: ganhar dinheiro com a experiência adquirida. No caso dele estritamente dentro da lei, noves fora a ética utópica da política. Justificou: se todos fizeram, fazem e farão, por que eu não?

Se não fosse assim, como deveria ser?

Vamos supor que a lei da quarentena que proibia os políticos de oferecerem consultoria por um período mínimo de um ano após deixarem o cargo estivesse em vigor. Que não tivesse sido engavetada por essa mesma oposição que agora tenta aplicá-la sobre o ministro. E vamos supor ainda que, “por falta de tino comercial”, Palocci não constituísse empresa alguma de consultoria. Mesmo assim, o que o impediria de “aconselhar seus amigos” em “conversas informais” entre um uísque e outro?

Projeto prevê que rádios determinem horário da Voz do Brasil

Jacson Segundo - Observatório do Direito à Comunicação - 25.05.2011 
   
No ar há 76 anos e conhecido por cerca de 90 % da população brasileira, o programa de rádio A Voz do Brasil caminha para não ter mais horário fixo de transmissão, às 19h. Algumas rádios já não transmitem nesse horário por meio de liminares obtidas na Justiça. Mas nesta terça-feira (24) a Câmara dos Deputados deu um passo importante para que a flexibilização do horário da Voz vire lei, permitindo às emissoras – com exceção das educativas – escolherem aleatoriamente a transmissão entre 19h e 22h.

O projeto aprovado nesta terça-feira na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara – por unanimidade - é de 2003 (PL 595) , de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Originalmente ele propunha uma flexibilização maior nos horários (19h30 a 00h30) e ainda estendia a obrigação da exibição do programa para a TV. Além disso, o texto original não diferenciava as emissoras pelo tipo, criando a flexibilização para todas.

Tudo isso foi mudando ao longo do tempo. O projeto já passou pelo Senado e para se tornar lei definitivamente falta ainda tramitar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Plenário da Câmara.

Para as rádios que optarem em transmitir o programa fora do horário padrão, às 19h, o projeto atual as obriga a avisarem a hora certa em que ele irá ao ar. Ele mantém a necessidade da transmissão do programa durante 1 hora seguida e também o atual formato: 25 minutos para o Poder Executivo, 5 minutos para o Judiciário, 10 minutos para o Senado e 20 minutos para a Câmara.

Prefeitura usa nº do PSDB para emplacar carros em cidade no PR



Oito carros comprados pela Prefeitura de Candói (320 km de Curitiba) foram emplacados com a numeração 4545, repetição do número do PSDB, partido do prefeito da cidade, Elias Farah Neto.

O prefeito, que exerce o terceiro mandato, diz não ver irregularidades no emplacamento e afirma que o número 45 o persegue não só na vida pública, mas também em suas atividades privadas.

"Quando eu comprei o meu carro, ganhei do despachante [de veículos] a placa 4545", diz. "No ano passado, completei 45 anos de casamento. O número 45 só me traz alegria", afirma.

Farah Neto diz que não pretende mudar o número das placas voluntariamente. "Se houver uma decisão judicial eu me curvo diante dela", diz. O Ministério Público Estadual investiga o caso.

A numeração das placas, segundo o prefeito, foi escolhida pelo secretário de Administração, João Jardelon. Não houve, porém, a intenção de divulgar o número do partido, segundo Farah Neto, que não soube dizer se o secretário é filiado ao PSDB.

PSDB sepulta serrismo; novo líder, Aécio aposta em 'artigo de FHC'

André Barrocal

Convenção tucana elege comando simpático à candidatura Aécio-2014 e, contra a vontade de José Serra, acomoda derrotado em 2010 em cargo inoperante. Segundo aliado, Aécio adotará linha do 'artigo de FHC', que prega que oposição esqueça 'povão', busque 'nova classe média' e não abra mão do 'moralismo', explorado no 'caso Palocci'. Escanteado, Serra apela para ser lembrado: 'contem comigo'.

BRASÍLIA - “Contem comigo para qualquer problema, para qualquer necessidade de presença, eu estarei lá. Sou um ativista político desde minha juventude. Estou nessa luta há muitas décadas e, se deus quiser, permanecerei nela durante muitas décadas ainda (….) Antes de ser um oficial da política, eu sou um soldado.”

Com estas palavras - um apelo para não ser ignorado -, José Serra, ex-governador de São Paulo, terminou sua participação na convenção nacional que o PSDB realizou neste sábado (28/05) para eleger uma nova direção. Derrotado duas vezes ao tentar virar presidente da República, o discurso de Serra encerrou mais um fracasso.

A convenção destinava-se justamente a sepultar a hegemonia serrista e paulista no tucanato. Ao mesmo tempo, buscava evitar um racha no ninho, o que exigirá do PSDB tonificar uma instância partidária inoperante nos últimos tempos, o Conselho Político, em cuja direção, a contra-gosto e com muita resistência, Serra foi assentado.

Daqui para frente e de olho na sucessão da presidenta petista Dilma Rousseff em 2014, os tucanos entregam-se à liderança do senador Aécio Neves (MG), cuja missão será reiventar um partido e um ideário derrotados mais vezes do que Serra na luta pela Presidência da República.