sábado, 25 de junho de 2011

Em sua primeira visita a Pernambuco como presidente, Dilma quebra estigma de ''durona'' e se aproxima da população

Foto: Bernardo Soares/ JC Imagem


Em sua primeira visita ao Estado de Pernambuco, a presidente Dilma Rousseff passou cerca de quatro horas em Caruaru, voltando ao São João do qual participou em 2009, quando ainda era ministra da Casa Civil.

No estado natal do ex-presidente Lula, Dilma visitou artesãos do Alto do Moura, entre eles Marliete Rodrigues Silva, filha de Zé Caboclo, e Severino Vitalino, filho de mestre Vitalino.

Tentando espantar o estigma de "durona", Dilma fez coraçãozinho, tirou fotos e deu autógrafos para a população.

A presidente, que já havia sido criticada por não "sair do gabinete" , fez questão de elogiar o povo pernambucano. Disse ter uma "dívida" com o estado, que a ajudou a eleger presidente da república.

Brasil se dispõe a cooperar para reduzir desigualdades, diz Patriota

Agência Brasil

O governo da presidente Dilma Rousseff defende que o combate à pobreza, a erradicação da fome e a paz se obtêm por meio do desenvolvimento e da cooperação, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No seminário que trata sobre o assunto em Roma, Patriota disse hoje que o Brasil se dispõe a cooperar para reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida no mundo.

Patriota disse ainda que a cooperação oferecida pelo Brasil respeita as diferenças e características de cada povo e país para firmar acordos. “A cooperação técnica brasileira é livre de condicionalidades e não prevê lucros. Responde a demandas de países em desenvolvimento que acreditam que nossas soluções podem servir de referência para suas políticas e práticas”, disse.

Segundo o chanceler, o Brasil não quer assumir o papel de doador, mas de parceiro. “O Brasil considera que a cooperação Sul-Sul [que envolve parcerias entre países das Américas do Sul e Central, além da África, da Ásia e do Oriente Médio nas áreas de pesquisas e cooperação social] não deve ser concebida como uma ajuda, mas sim como uma parceria. Os projetos de cooperação, dessa forma, são elaborados pelas autoridades brasileiras em conjunto com os dos nossos parceiros”, disse ele.

No seminário em Roma, na Itália, denominado Cooperação Técnica Brasileira: Agricultura, Segurança Alimentar e Políticas Sociais, as experiências do Brasil se destacam como exemplos que podem servir de modelo para países em desenvolvimento. Em debate estão os programas de transferência de renda até os projetos relativos à agricultura familiar e ao incentivo à agricultura para pequenos proprietários, a mecanismos de preservação e estímulo ao meio ambiente e ao desenvolvimento tecnológico.

Nível de ocupação bate recorde em maio, mostra IBGE

Rafael Rosas | Valor

O nível da ocupação em maio atingiu 53,6% nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o melhor para um mês de maio desde o início da série histórica, em março de 2002.

Outro recorde foi obtido no nível médio de ocupação nos cinco primeiros meses do ano, que atingiu 53,3%. O nível da ocupação é a fatia que a população ocupada representa dentro da população em idade ativa.

"O nível da ocupação aponta que [o mercado de trabalho] não está dando passo atrás. Está devagar, mas indo à frente", frisou o gerente da PME, Cimar Azeredo.

O técnico do IBGE minimizou ainda a estabilidade na criação do emprego com carteira assinada no setor privado. Em maio a variação foi de apenas 1 mil trabalhadores formais a mais dentro da população ocupada em relação a abril. Azeredo ressaltou que, na comparação com maio do ano passado houve crescimento de 6,7%, ou 676 funcionários formais a mais.

Comunidades Terapêuticas integrarão rede pública para tratar dependentes químicos

 A presidenta Dilma Roussef determinou a constituição de um grupo de trabalho sob liderança da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para preparar legislação que permita a inclusão de comunidades terapêuticas no atendimento aos cidadãos dependentes de substâncias químicas. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (22/6), durante reunião com representantes destas entidades ocorrida no Palácio do Planalto. De acordo com pastor Wellington Vieira, que preside a Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb), existem no país cerca de 3 mil comunidades que cuidam de aproximadamente 60 mil dependentes químicos.
A titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Paulina Duarte, informou que a reunião atende pedido da presidenta Dilma com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido pelas comunidades. A partir deste momento será estabelecido programa que vai incluir as entidades na rede pública para tratamento de dependentes químicos. Assim estas comunidades passam a receber recursos públicos para prestar o serviço.
Numa outra frente, segundo a secretária, o grupo de trabalho vai reformular uma resolução da Anvisa, editada em 2002, para incluir mecanismos permitindo esta participação das comunidades terapêuticas. “A resolução será revista e revisada integralmente”, disse Paulina.

Com Gleise o buraco é mais em baixo

Nota oficial da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

Sr. Lauro Jardim - Editor da Coluna Radar - Revista Veja

O apartamento que possuo em Curitiba tem menos de 190 metros quadrados de tamanho e não 412 metros, como afirma nota divulgada hoje, 25, no Radar on-line. Há outros erros na nota. A saber: diferentemente do que informa Lauro Jardim, a lei não permite, mas DETERMINA que o valor declarado ao Imposto de Renda seja o de compra. Assim, o apartamento, que adquiri em 2003, tem sido declarado pelo valor de compra desde a declaração de 2004. Sobre o valor de R$ 900 mil, citado na nota: é claro que meu apartamento valorizou-se nestes oito anos após a compra, mas, se Lauro Jardim ou o corretor que, diz ele, avaliou o imóvel, desejarem comprá-lo por este preço, podemos conversar.

Gleisi Hoffmann

Fonte:Blog do Planalto.

Postado por TERROR DO NORDESTE

Quem enfrenta, não apanha

A matéria publicada hoje no Correio Brasiliense dispensa rodeios:

A presidente Dilma Rousseff aprovou a decisão do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, de se antecipar às pressões políticas da oposição e comparecer ao Senado na próxima semana para explicar seu suposto envolvimento no escândalo dos aloprados. A audiência já estava marcada para que Mercadante expusesse os projetos da pasta, mas ele concordou responder qualquer questionamento feito pelos oposicionistas.

Embora Dilma e os ministros mais próximos considerem que a ressurreição do caso seja um “exagero com base em informações já divulgadas”, o gesto de Mercadante foi considerado importante para evitar repetição da crise envolvendo o ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que demorou muito para explicar o aumento de vinte vezes de seu patrimônio em um período de apenas quatro anos.

Artigo de Lula no The Guardian apoiando a candidatura de José Graziano da Silva á presidência do FAO

Nossa batalha para acabar com a fome

Acesso aos alimentos é crucial para as pessoas mais pobres do mundo. Liderança sobre esta questão nunca foi mais urgente

Estudantes esperar por ônibus para ir à escola na favela Vila Estrutural, em Brasília, Brasil. Muitos moradores locais já não se preocupar com fome, por causa do programa Fome Zero. Foto: Eraldo Peres / AP

O combate à fome e à pobreza deve ser colocado no topo da agenda dos governos, instituições multilaterais e organizações não governamentais. Em 2050, a população mundial chegará a 9 bilhões. Para garantir as suas necessidades, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta para a necessidade de um aumento robusto no suprimento mundial de alimentos. Produção africano terá de aumentar em cinco vezes. A produção da América Latina terá que dobrar.

A FAO estima que 90% dessas necessidades pode ser alcançada com ganhos de produtividade. Mas também sabemos que o problema da fome é essencialmente um problema de acesso aos alimentos. Os desafios globais com respeito ao abastecimento de alimentos são particularmente complexos, ea FAO pode - e deve - desempenhar um papel central para combater a fome, estimular a produção sustentável de alimentos e melhorar a segurança alimentar global.

Liderança - e parceria - nesta arena nunca foram tão urgentemente necessário. A fome e a pobreza andam de mãos dadas, então na abordagem abastecimento de alimentos que podem ajudar a enfrentar os desafios mais amplos para alcançar o desenvolvimento sustentável global em um momento de sofrimento e instabilidade crescente em muitas regiões. Famílias estão a enfrentar pressões sobre o fornecimento de alimentos vulneráveis ​​com pouca esperança de alívio em um futuro próximo. Só neste mês a FAO previu que elevados e voláteis preços dos produtos agrícolas tendem a prevalecer em 2012.

Estudo diz que Lula superou FHC e reconhece herança maldita

Colunistas da grande imprensa andaram compondo odes ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (18 de junho de 1931) por conta da comemoração dos seus bem vividos oitenta anos. Alguns textos foram constrangedoramente bajuladores. Esses mesmos colunistas, porém, tratam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com desdém e ironia.
É hora de colocar os pingos nos is. Os colunistas da imprensa umbilicalmente ligada ao projeto de poder do PSDB – ou de seus caciques de cocares mais empenados – podem fazer as suas escolhas políticas, mas precisam parar de mentir ao negarem que o governo Lula foi melhor do que o de FHC e que este legou àquele uma herança maldita.
Para comprovar o que digo, valer-me-ei de fonte desses colunistas. No caso, a fonte é de uso do colunista de O Globo – e mais novo “imortal” da Academia Brasileira de Letras – Merval Pereira, que assina hoje (22/6), naquele jornal, artigo em que dá conta de Estudo intitulado “Redução da desigualdade da renda no governo Lula — Análise comparativa”, do professor Reinaldo Gonçalves, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como faz, ininterruptamente, há anos, o colunista de O Globo se vale de parte daquele estudo para induzir o leitor a acreditar em premissas de um dos dois estudos de que trata este artigo que mostrariam que não houve nenhuma grande distribuição de renda durante o governo Lula e que a que ocorreu teria feito parte de um processo mundial em que o governo anterior “surfou”.

O Maior de Todos ganha mais um prêmio internacional

Lula ganha prêmio internacional por combate à fome
BBC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anunciado nesta terça-feira como um dos vencedores do prêmio World Food Prize 2011, ao lado de John Kufuor, ex-presidente de Gana.
O nome de Lula foi anunciado em uma cerimônia no Departamento de Estado americano, em Washington, com a presença da secretária Hillary Clinton.
O prêmio, instituído em 1986 pelo Nobel da Paz Norman Borlaug, reconhece pessoas que “contribuem para o avanço do desenvolvimento humano ao melhorar a qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo”.
O World Food Prize inclui uma premiação em dinheiro, de US$ 250 mil (cerca de R$ 398 mil), além de uma escultura de autoria do designer Saul Bass.
A cerimônia de entrega do prêmio está marcada para o dia 13 de outubro em Des Moines, capital do Estado americano de Iowa (centro do país).

AL tem uma caminhada longa para o socialismo

Naelson Correia Guimarães é um desses comunistas da velha guarda que retratam o que há de melhor na esquerda. Combatividade, esperança, lealdade à causa e uma juventude que contrasta com os 90 anos registrados em sua carteira de identidade. Ex-conselheiro municipal e estadual da saúde, Naelson não perdeu o vigor da militância, nem depois de sofrer várias pontes de safena ao longo da vida. Para este aguerrido senhor, que viu duas ditaduras – a de Getúlio Vargas e a dos Militares – a eleição de Dilma Rousseff à presidência é um tremendo avanço para a sociedade brasileira.

Típico quadro da base do antigo Partido Comunista, muito antes da cisão que rachou os comunistas entre PCB e PC do B, Naelson procurava se manter na legalidade atuando em várias profissões, conforme a oportunidade. Foi tipógrafo, soldador, jornalista, mecânico, funcionário de estaleiro, dirigente sindical. Casado com uma católica e pai de oito filhos, é ateu convicto. Militou em Recife, quando jovem, bem como em Fortaleza, na região do Cariri, na cidade de Juazeiro, no Rio de Janeiro, em Angra dos Reis, em Niterói e em São Paulo. Conheceu desde o Brasil profundo, dos sertões nordestinos, aos estaleiros modernos da então capital da República o Rio de Janeiro. Hoje, morando em São Paulo, afirma que abraçou o PT. Quanto aos demais partidos, tece ácidas críticas. Ávido leitor de jornal, acompanha as transformações da América Latina, região que acredita ter ainda pela frente um longo percurso antes de atingir o socialismo.

Sua trajetória foi pontuada pela fome, nos tempos de militância, e por certezas. “Eu tinha a ilusão de que adormeceria no capitalismo e amanheceria o dia no Estado socialista. Às vezes, eu dizia para a mulher: paciência, porque não vai demorar muito”. Alguns momentos o entristeceram, como quando foi expulso do Partidão por não ter pedido autorização para deixar para trás a vida de miséria no Cariri. Mas eles foram compensados por várias alegrias, como a sua recondução ao Partido, e as vitórias de sua militância por onde passou.

Nesta entrevista, Naelson conta um pouco da sua rica trajetória de soldado do socialismo e fala da esperança que nutre para os avanços vividos no Brasil e em parte da América Latina.

István Mészáros: as contradições dos nossos tempos

Matheus Pichonelli e Ricardo Carvalho

Confira a íntegra da entrevista concedida a CartaCapital pelo filósofo húngaro István Mézáros, um dos mais destacados pensadores da atualidade.

Era uma manhã fria de quinta-feira quando o filósofo húngaro István Mészários, 81 anos, apareceu à porta da casa no bairro de Sumarezinho, zona oeste de São Paulo, onde se hospeda quando vem ao Brasil. Desta vez, a viagem tinha como escala, além da capital paulista, as cidades de Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro. A ideia era participar de encontros e divulgar o livro István Mészáros e os Desafios do Tempo Histórico (Boitempo, 280 pág., R$ 43), uma coletânea de artigos sobre sua obra – inclusive um artigo dele mesmo.

Alto, os olhos enormes e azuis, Mészáros não parece, à primeira vista, a metralhadora giratória que se apresenta logo no início da entrevista, quando faz um relato de quase 40 minutos da situação dos partidos políticos na Europa e nos EUA. “Berlusconi é um palhaço criminoso”; “Obama diz que vê a luz do túnel, mas não vê que é a luz de um trem que vem em nossa direção”; “A Alemanha se engana quando pensa que vive um milagre econômico”; “O partido socialista agiu contra os trabalhadores na Espanha”; “os políticos na Inglaterra parecem um avestruz que insistem em esconder sua cabeça debaixo da terra”…

Última viagem de Che Guevara é recontada em documentário

“Ninguém sai imune de uma viagem. Muito menos Ernesto Che Guevara”. É com essa frase que o poeta e cineasta argentino, Carlos Pronzato, caracteriza a relevância das sagas de Che Guevara pela América Latina. Para contar a história da segunda e última viagem de Che – que compreende o roteiro Argentina, Bolívia, Peru, Equador e, mais tarde, Cuba –, o cineasta entrevista o amigo de infância e companheiro do médico, Carlos Calica Ferrer.

Por Fabíola Perez

A partir da entrevista, nasce o documentário “A última viagem de Ernesto Guevara pela América Latina”. Depois de viajar pela América do Sul, acompanhado pelo amigo Alberto Granado – aventura que deu origem ao filme “Diário de Motocicleta”, lançado em 2004 –, Chê ganha uma segunda produção.

Poetas, escritores, intelectuais e admiradores de um dos personagens mais conhecidos da história da América Latina foram convidados a assistir a pré-estreia do filme no último dia 19 no Espaço Cultural Mané Garrincha e, nesta quinta-feira, o documentário será exibido durante a 19ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, que ocorre entre os dias 23 e 26 de junho no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Pronzato conversou com a reportagem do Vermelho e contou como conheceu Calica em Buenos Aires, na Argentina. O documentarista falou ainda do gosto por viagens e como a experiência de fazer a trilha inversa do caminho de Che – do México a América do Sul – influenciou sua percepção para recontar a história do personagem.

O entreguismo da direita não tem limites

Brizola Neto/Tijolaço

É impressionante como a oposição brasileira é incapaz de qualquer ato que não seja o da mais absoluta vassalagem ao capital internacional. É completamente incabível, sob qualquer aspecto, a reação ao fato de se estar promovendo, através de lei específica, a regulação – e não a proibição – da propriedade estrangeira de solo brasileiro, como publicou nesta quinta-feira (23) o Estadão.



O mapa ilustra a presença de proprietários de terras estrangerias no Brasil.

Ninguém quer se meter com a vida de alguém que, cansado do frio europeu, queira ter um sitiozinho ou uma chácara no Brasil. Seja bem-vindo, esteja em casa.

Não se pode descartar, mesmo, que o limite mínimo para ter de haver registro – que é de cinco hectares, (50 mil metros quadrados) possa ser um pouco maior, em áreas não-urbanas. Negociação é assim mesmo, você oferece o mínimo e cede um pouco, dentro do razoável.

A crise econômica é sinal de esgotamento da democracia formal

Democracia real


Foto: Manifestação de massa em Atenas, praça Syntagma, defronte ao Parlamento grego, protestando contra as novas medidas de austeridade proposto pelo governo social-democrata. Em 15 de junho de 2011.

As atuais manifestações que sacodem a Europa trouxeram uma reivindicação que há muito não se ouvia em países como Reino Unido, Espanha, França: democracia real. Há algo de importante aqui.

Pois poderíamos nos perguntar o que haveria de fictício na democracia de países que aprendemos a ver como exemplos de sistemas políticos consolidados. Por que largas parcelas de sua população compreendem que há algo no jogo democrático que parece ter se reduzido exatamente à condição de mero jogo?

Talvez tais manifestantes entenderam que a democracia parlamentar é incapaz de impor limites e de resistir aos interesses do sistema financeiro. Ela é incapaz de defender as populações quando os agentes financeiros começam a operar, de modo cinicamente claro, a partir dos princípios de um capitalismo de espoliação dos recursos públicos.

Brasil tem quase 14 milhões de filiados a partidos políticos

Um levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que 13.962.531 eleitores brasileiros são filiados a algum partido político. Segundo a pesquisa, divulgada na segunda-feira, existem atualmente 27 partidos políticos devidamente registrados na Justiça Eleitoral, sendo que sete deles reúnem a maioria dos eleitores filiados, todos com mais de 1 milhão de filiados cada.
A legenda que abriga maior número de filiações é o PMDB, com 2.324.339 em todo o Brasil. Em seguida aparecem o PT, com 1.423.063; o PP, com 1.369.873; o PSDB, com 1.323.531; o PTB, com 1.157.487; o PDT, com 1.137.072; e o DEM, com 1.098.121.

A rebeldia dos jovens que nos faz tanta falta

Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”

Aí nos demos conta – se ainda não tínhamos nos dado – da imensa ausência da juventude na vida política brasileira. O fenômeno é ainda mais contrastante, porque temos governos com enorme apoio popular, que indiscutivelmente tornaram o Brasil um país melhor, menos injusto, elevaram nossa auto estima, resgataram o papel da política e do Estado.

Mas e os jovens nisso tudo? Onde estão? O que pensam do governo Lula e da sua indiscutível liderança? Por que se situaram muito mais com a Marina no primeiro turno do que com a Dilma (mesmo se tivessem votado, em grande medida, nesta no segundo turno, em parte por medo do retrocesso que significava o Serra)?

A idade considerada de juventude é caracterizada pela disponibilidade para os sonhos, as utopias, a rejeição do velho mundo, dos clichês, dos comportamentos vinculados à corrupção, da defesa mesquinha dos pequenos interesses privados. No Brasil tivemos a geração da resistência à ditadura e aquela da transição democrática, seguida pela que resistiu ao neoliberalismo dos anos 90 e que encontrou nos ideais do Fórum Social Mundial de construção do “outro mundo possível” seu espaço privilegiado.

10 anos sem Milton Santos





Milton Santos, um dos maiores geógrafos de todos os tempos

Uma lição de Milton, o filósofo da geografia* Maria Adélia Aparecida de Souza


Tive o privilégio de ter Milton Santos como amigo, parceiro de muitas caminhadas, socorro das horas graves, mestre na vida e na Geografia.Com ele tentava aprender sobre a paciência, a espera, o rigor, o texto claro com sonoridade agradável, a não ter medo de pensar, não ceder nunca, mas jamais fechar a porta. Com ele estava aprendendo a descobrir a Filosofia para compreender a Geografia e com ela entender este mundo novo, mutante, veloz, onde a volúpia enleva os incautos.Ensinou-me que a Geografia é uma filosofia das técnicas e que tem uma imensa contribuição a dar para a compreensão da sociedade e, com ela, olhar de frente e otimista para este período popular da história em que vivemos. Tempo de esperança no mundo novo que se forja, com a participação efetiva da maioria pobre, com suas maravilhosas estratégias de sobrevivência e de vida.Mundo novo e ainda incompreensível. Mundo solidário desses homens pobres e lentos que dominam o planeta. Entendi que, hoje, a âncora é o futuro e que temos a possibilidade de decidir como nunca sobre ele; que o passado é reflexão, o futuro uma certeza. Que a globalização é uma metáfora e que é nos lugares, este espaço do acontecer solidário, que se forja a resistência no embate da vida cotidiana.

Os "Grundrisse" de Marx, publicados pela primeira vez no Brasil


Muito mais que “esboços” ou adiantamento da obra maior de Karl Marx, os três manuscritos econômicos de 1857-1858 que compõem os quase lendários Grundrisse constituem patrimônio das ciências humanas de inestimável valor. Parte de uma luta ideológico-política pela exclusividade do “verdadeiro” Marx, a obra somente veio à luz já na primeira metade do século XX, em virtude dos conflitos centrados no controle que o Partido Comunista da ex-URSS exerceu sobre os escritos não divulgados do filósofo alemão. Considerados inicialmente espécie de amostra ou work in progressdo que viria a ser a obra central de Marx, sabe-se hoje que examinar osGrundrisse é como ter acesso ao laboratório de estudos de Marx no curso de sua extensa atividade intelectual, o que permite acompanhar a evolução de seu pensamento, as áreas específicas de interesse que deles se desdobram, e, sobretudo, compreender no detalhe o seu método de trabalho.

Publicada integralmente e pela primeira vez em português, esta obra crucial de Marx para o desenvolvimento de sua crítica da economia política consiste em três textos bastante distintos entre si em natureza e dimensão. O primeiro, que só mais tarde o filósofo intitularia “Bastiat e Carey”, foi escrito em um caderno datado de julho de 1857. O segundo, contendo o que seria uma projetada Introdução à sua obra de crítica à economia política, é de um caderno de cerca de trinta páginas, marcado com a letra M e redigido, ao que tudo indica, nos últimos dez dias de agosto de 1857. O terceiro manuscrito, e o mais extenso, compreende a obra póstuma de Marx que ficou conhecida como Esboços da crítica da economia política, ou simplesmente Grundrisse, conforme o título da edição alemã. Tal texto consiste em dois capítulos (“Capítulo do dinheiro” e “Capítulo do capital”) distribuídos em sete cadernos numerados de I a VII. Segundo Francisco de Oliveira, professor de sociologia da Universidade de São Paulo (USP), na capa do livro, “o vigoroso teórico pode ser justamente tido como um escritor de primeira plana; ele tinha, sem muita modéstia, inteira consciência de seu valor literário e, talvez por exagero – e que temperamento! –, tenha deixado na obscuridade muitos textos dos Grundrisse e que estão agora com os leitores do Brasil e de outras paragens para nossa delícia teórica e nossas elaborações na tradição marxista”.

Um país que está ficando sem história

Os estudantes norte-americanos são menos proficientes na história de seu país do que em qualquer outra matéria, segundo resultados de um teste nacional. A maioria dos alunos da quarta série do ensino médio norte-americano foram incapazes de dizer o porquê Abraham Lincoln foi uma figura importante ao país e outros poucos foram incapazes de identificar a China como sendo uma aliada da Coreia do Norte que lutou contra as tropas americanas durante a Guerra da Coreia.
Os testes foram realizados no ano passado para uma amostra representativa de 7 mil alunos da quarta série, 11.800 alunos da oitava série e 12.400 alunos do último ano do ensino médio. História é uma das oito matérias – as outras são matemática, leitura, ciências, redação, educação cívica, geografia e economia – cobertas pelo programa de avaliação.

Israel persegue crianças palestinas

Esquerda.Net

Na Cisjordânia, submetida à lei militar, menores podem permanecer detidos por oito dias antes de serem levados a um tribunal militar. Foto de ISM-NC

Jerusalém – “Pai, ajude-me! Não deixe que me levem!”, gritou Ahmed Siyam, de 12 anos, enquanto cerca de 50 soldados e polícias israelitas fortemente armados o arrastavam, algemavam e vendavam os olhos. O garoto era acusado de atirar pedras. No mês passado, Ahmed foi tirado da cama às quatro horas da manhã pelas forças de segurança lideradas por agentes do Shin Bet, a agência de espionagem interna israelita.
Ahmed foi levado a uma esquadra em Jerusalém ocidental acusado de atirar pedras contra soldados e polícias israelitas durante confrontos com jovens palestinos no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental. Silwan transformou-se num ponto habitual de confrontos entre jovens palestinianos e colonos judeus, estes últimos apoiados por soldados de Israel.
Centenas de palestinianos foram expulsos das suas casas em Jerusalém oriental para dar lugar às colónias judias. Muitos lares foram destruídos e outras dezenas estão sob ameaça. Tudo isto viola o direito internacional. Quando os soldados chegaram pela primeira vez, o pai de Ahmed, Daoud, negou-se a abrir a porta e exigiu que fosse apresentada a ordem de detenção.

Crise na Espanha empurra imigrantes latino-americanos para o Brasil

Da BBC Brasil

Brasília – Entre 2003 e 2007, a Espanha recebeu dezenas de milhares de imigrantes, mas a crise econômica que persiste no país está alterando o fluxo migratório. Sem emprego no presente e sem perspectivas para o futuro, os estrangeiros procuram saídas em outros lugares. E o Brasil virou meta para os latino-americanos de baixa formação.

De acordo com quatro relatórios que investigam as respostas dos imigrantes diante da crise, o Brasil aparece entre os três destinos preferidos de sul-americanos hispânicos (junto com Estados Unidos e Argentina) como opção para conseguir emprego.

Uma pesquisa da agência de empregos Randstad revelou que 65% dos imigrantes ilegais na Espanha estão pensando ou decididos a trocar a Europa por outro mercado se não encontrarem trabalho até 2012.

Os estudos antecipam um fluxo que já pode ter começado. Em 2010, pela primeira vez nos últimos 35 anos, a Espanha registrou uma taxa de saída de população ativa maior do que a de entrada.

No ano passado, 48 mil imigrantes chegaram e 43 mil estrangeiros retornaram aos seus países de origem, mas 90 mil espanhóis também foram morar no exterior.

O ritmo de redução é tão vertiginoso que, em cinco anos, o fluxo de chegada pode ser praticamente nulo. Pelas previsões da Fundação de Estudos de Economia Aplicada, se a crise se mantiver como agora, em 2014 chegariam apenas 3 mil imigrantes.

Presidenta se fortalece com lei da mídia

Infelizmente, a notícia não é sobre a presidenta brasileira, mas sobre a argentina. Cristina Fernández de Kirchner disparou nas pesquisas eleitorais para presidente da República Argentina. A eleição será em 23 de outubro próximo.

Segundo as sondagens, Cristina tem entre 45% e 55% das intenções de voto contra médias de 15% do deputado oposicionista Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raul Alfonsín, e de 7% do ex-presidente Eduardo Duhalde.

Quem acreditou nos noticiários brasileiro e argentino emitidos até o ano passado, certamente não entendeu esses números. O que vinha sendo dito por aqui era que Cristina estava desmoralizada politicamente por divergir da Santa Mídia.

A organização patronal brasileira ANJ recentemente premiou o grupo argentino Clárin em cerimônia pomposa em território nacional. Um ato político em que o monopólio argentino nas comunicações foi tratado como grande líder na luta que a direita latino-americana diz travar pela “liberdade de imprensa”.

Após a crise entre Cristina e o agronegócio em 2008, o grupo Clarín – que, com a nova “ley de médios”, se vê ameaçado de perder um controle sobre as comunicações que pode chegar a 70% do mercado – criou um clima político amplamente desfavorável para o governismo.

A máquina de comunicação da família De Noble passou a agir em relação a Cristina de forma ainda mais virulenta do que aquela com que a Globo agiu em relação a Lula durante os oito anos do seu mandato.

Brasil tem carga tributária leve:o que os Cansados têm a dizer?

Quando da votação da prorrogação do CPMF, os Cansado percorreram as ruas deste país para mostrar para sociedade que o referido tributo, caso fosse prorrogado, iria arruinar com seus membros, uma vez que já pagavam tributos demais.Pois bem, este estudo comprova que os ricos deste país estavam errados.Comprova que os ricaços deste país só pensam neles, que a classe média manipulada só pensa nela.Bando de gente mesquinha!
Um levantamento de uma associação internacional de consultorias indicou que o Brasil tem uma carga tributária considerada leve para as classes mais altas.
Segundo a rede UHY, com sede em Londres, um profissional que recebe até US$ 25 mil por ano - cerca de R$ 3.300 por mês - no Brasil leva, após o pagamento de imposto de renda e previdência, 84% do seu salário para casa.
Já os profissionais que recebem US$ 200 mil por ano - cerca de R$ 26.600 por mês - recebem no final cerca de 74% de seu pagamento.
Entre 20 países pesquisados pela UHY, essa diferença de cerca de 10 pontos percentuais é uma das menores.
Nos EUA, enquanto os mais ricos levam para casa 70% do salário, os profissionais na faixa dos US$ 25 mil anuais deixam apenas um décimo da renda para o governo e a previdência.
Na Holanda, onde um profissional na faixa mais baixa recebe um valor líquido semelhante ao do Brasil após os impostos e encargos (84,3%), os mais ricos levam para casa menos de 55% do salário.
A lógica também se aplica a todos os países do G7, o grupo de países mais industrializados do mundo (EUA, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália).

Com emprego em alta, renda é recorde

Massa salarial somou R$ 35,5 bilhões em maio e acende o alerta de retomada da inflação; taxa de desemprego se manteve estável, em 6,4%

Daniela Amorim e Alexandre Rodrigues – O Estado de S.Paulo
O emprego em alta fez a massa salarial bater recorde em maio, acendendo o alerta de que mais dinheiro circulando pode dar novo impulso à inflação. O rendimento dos trabalhadores somou R$ 35,5 bilhões no mês, maior valor da série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com avanço de 1,6% em relação a abril e de 6,6% sobre maio de 2010. O dado é da Pesquisa Mensal do Emprego, divulgada ontem.

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas ficou estável em maio, em 6,4%, mesmo índice de abril. O rendimento médio real habitual dos ocupados no País foi de R$ 1.566,70 em maio, o mais alto para o mês desde 2002. A alta foi de 1,1% em relação a abril e de 4% ante maio de 2010.

“O rendimento médio não é o maior, mas tem mais gente empregada. Tem mais dinheiro circulando, com a população ocupada e o rendimento crescendo”, disse Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE. “Tem mais gente com poder de compra.”

Chico Buarque, um artista brasileiro

Eduardo Bomfim
Neste domingo, 19 de junho, Chico Buarque completou 67 anos. Suas músicas e toda sua obra fazem parte da vida dos brasileiros a quem sempre retratou e expressou com grande sensibilidade. Reproduzo aqui o texto publicado no Vermelho, de Marcos Aurélio Ruy, sobre esse artista brasileiro, como ele próprio se define em sua música “Para todos”.
Não é uma data redonda, mas é uma data de celebração da cultura nacional na pessoa de um de seus principais representantes. Chico Buarque busca a novidade, mas não o novo pelo novo.
Como ele mesmo disse, a música brasileira já traz em si a mudança. Acrescentou conhecimento para a arte, misturando o erudito e o popular, influenciado pela Bossa Nova. Toda a obra desse autor está permeada da alma do brasileiro e do sonho de um Brasil para todos, para todos os brasileiros.
Nos anos 1960 ele escreveu um artigo no jornal ”Última Hora“ intitulado “Nem toda loucura é genial, nem toda lucidez é velha”, justamente para mostrar a sua lucidez revolucionária, que é a mesma de quem acredita no socialismo brasileiro como futuro. Foi pioneiro ao imprimir as letras das canções, em 1967, mostrando a semelhante preocupação com letra e melodia.
Seguindo passos de Noel Rosa, que urbanizou o samba, Chico ajudou a politizar a MPB com temas de resistência à ditadura e de denúncia das mazelas do capitalismo dependente. E com isso chamou ainda mais a atenção da censura...
Tanto que em certo momento apenas o aparecimento de seu nome bastava para a obra ser censurada, justamente numa pressão econômica, para ver se o autor cedia. Não cedeu e ainda cutucava a onça com vara curta, às vezes curtíssima, como a canção “Cálice”, em parceria com Gilberto Gil, que, tendo sido proibida, eles tocaram e cantarolavam num show, quando tiveram os microfones cortados.

Para Meirelles, RDC garante preço mais barato com transparência

Por: Anselmo Massad, Rede Brasil Atual
Para Meirelles, RDC garante preço mais barato com transparência
Ex-presidente do BC Henrique Meirelles confirmou indicação de Márcio Fortes para presidir APO (Foto: José Cruz/Agência Brasil - arquivo)
São Paulo – O presidente do Conselho da Autoridade Pública Olímpica (APO), Henrique Meirelles, defendeu na tarde desta quarta-feira (22) o Regime de Contratação Diferenciado (RDC) para as obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Ele defende que o modelo permite custos de menores para as obras sem comprometer a transparência da contratação pública.
O RDC prevê licitações diferentes das previstas pela lei 8.666/1993. As mudanças foram incluídas na Medida Provisória 527 (que cria a Secretaria Nacional de Aviação Civil), cujo texto-base foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada. Ainda é necessário votar os destaques na Casa e, depois, passar no Senado.
Críticos do mecanismo centram fogo contra o sigilo até o fim das etapas do edital dos valores que o governo pretende gastar nas obras. A oposição e representantes de empreiteiras consideram que o modelo não é transparente.
"Não acredito (que prejudique a transparência da licitação)", opinou Meirelles. "Existem algumas sugestões para assegurar o menor preço possível e assegurar o interesse público", disse no Rio de Janeiro. "Estamos querendo evitar preços mais altos", resumiu o ex-presidente do Banco Central.
O governo e parlamentares da base da presidenta Dilma Rousseff defendem que o digilo impede a formação de cartéis por construtoras, o que garantiria um menor preço. A medida é recomendada pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e adotada pela União Europeia.

Entendendo o noticiário: Empreiteiras combatem a lei anti-cartel

Empreiteira não aceita ‘em nenhuma hipótese’ lei anti-cartel na Copa
Aprovada na Câmara, lei de licitações especial para Copa do Mundo tem regra que governo chama de anti-cartel e empreiteiros boicotam. Em documento, associação de construtoras diz que não aceita “em nenhuma hipótese” mecanismo que é recomendado internacionalmente contra conluio entre empresas. Segundo um ministro, empreiteiras patrocinam noticiário negativo sobre lei especial. Objetivo seria desmoralizá-la para Congresso não aprovar. Construtoras preparam-se para fazer lobby no Senado.
André Barrocal, na Carta Maior
BRASÍLIA – As empreiteiras não aceitam “em nenhuma hipótese” uma regra que o governo chama de “anti-cartel” e propôs na lei de licitações especial que defende para obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. O dispositivo boicotado pelas construtoras autoriza o setor público a não revelar sua estimativa de custo de erguer uma determinada obra, antes de fazer o leilão para escolher quem vai tocá-la.
“Em nenhuma hipótese o orçamento previamente estimado pela Administração deverá ser fornecido somente após o encerramento da licitação”, diz a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em documento assinado pelo presidente da Comissão de Obras Públicas da entidade, Arlindo Moura. Para a CBIC, essa modelagem abriria possibilidade de uso de “informação privilegiada” por parte de alguma empresa.
O governo também usou palavras fortes para defender o mecanismo, aprovado pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (15/06). Para a presidenta Dilma Rousseff, ele combate “formação de cartel”. Para o ministro do Esporte, Orlando Silva, impede “conluio” entre empresas.

Merval Pereira, dois dias depois de esculhambar o 'autoritarismo' do projeto, bate palmas para combate aos cartéis!!! Vitória da firmeza de Dilma e dos Blogs Sujos!!!

Ancelmo Gois traz hoje, dia 23/06/2011, uma nota sobre a polêmica do Regime de Contratação Diferenciada:

Ponto final - No mais - Parecem convincentes as explicações do ministro Jorge Hage em defesa do da MP do sigilo em obras da Copa. Ele diz que não se trata de limitar a divulgação de gastos, mas apenas de não revelar antecipadamente às empreiteiras o valor que o governo está disposto a pagar. Aliás, o fato de o PMDB ser contra o sigilo da Copa reforça a posição de Hage. Com todo o respeito.

Perfeito Ancelmo! Só faltou falar que toda a polêmica foi provocada pelo próprio PIG que fez interpretação 'malandra' sobre o assunto com manchetes histéricas e mentirosas. Por exemplo, Pentelhão publicou há dois dias o post "Para criticar com mais desenvoltura o Regime de Contratação Diferenciada aprovado pelo Congresso, Merval usa a criatividade e defende a 'tradição' burocrática brasileira! Eta criatividade militante!!!" mostrando o esforço de Merval Pereira no seu artigo intitulado "Visão autoritária" de sacanear o projeto do governo. No post, reproduzimos este trecho do artigo de Merval:

A questão mais polêmica, a cláusula do sigilo do preço básico, está mobilizando até mesmo os principais líderes da base aliada, tendo o presidente do Senado, José Sarney, já dado o sinal para que seja derrubada. Há países que usam esse sistema, mas não é nossa tradição ...

Mas olha que coisa linda!!! 48 horas depois, Merval está respirando novos ares e mudou completamente de opinião. Que bom, acha o Pentelhão!

Em seu artigo de hoje, publicado no jornal O Globo, e intitulado "Governo reage", Merval encerra com este trecho, praticamente batendo palmas para o projeto que considerou "autoritário" dois dias atrás:

O ponto mais polêmico, o do sigilo do preço das obras, está circunscrito no texto do decreto, segundo garante o governo, e o processo de licitação será aberto aos órgãos de controle, como o Ministério Público, e os Tribunais de Contas.

Sustentabilidade: adjetivo ou substantivo?

Por : Leonardo Boff - Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

É de bom tom hoje falar de sustentabilidade. Ela serve de etiqueta de garantia de que a empresa, ao produzir, está respeitando o meio ambiente. Atrás desta palavra se escondem algumas verdades mas também muitos engodos. De modo geral, ela é usada como adjetivo e não como substantivo.

Explico-me: como adjetivo é agregada a qualquer coisa sem mudar a natureza da coisa. Exemplo: posso diminuir a poluição química de uma fábrica, colocando filtros melhores em suas chaminés que vomitam gases. Mas a maneira com que a empresa se relaciona com a natureza donde tira os materiais para a produção, não muda; ela continua devastando; a preocupação não é com o meio ambiente mas com o lucro e com a competição que tem que ser garantida. Portanto, a sustentabilidade é apenas de acomodação e não de mudança; é adjetiva, não substantiva.

Sustentabilidade, como substantivo, exige uma mudança de relação para com a natureza, a vida e a Terra. A primeira mudança começa com outra visão da realidade. A Terra está viva e nós somos sua porção consciente e inteligente. Não estamos fora e acima dela como quem domina, mas dentro como quem cuida, aproveitando de seus bens mas respeitando seus limites. Há interação entre ser humano e natureza. Se poluo o ar, acabo adoecendo e reforço o efeito estufa donde se deriva o aquecimento global. Se recupero a mata ciliar do rio, preservo as águas, aumento seu volume e melhoro minha qualidade de vida, dos pássaros e dos insetos que polinizam as árvores frutíferas e as flores do jardim.

Gramsci e seu “grito de guerra” ecoam na blogosfera progressista

Salvo engano, o nome de Antonio Gramsci (1891-1937) não foi citado nos debates do 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que ocorre desde sexta-feira (17) em Brasília. Mas um texto escrito há 95 anos pelo revolucionário italiano sintetiza um dos consensos mais cristalizados do movimento pela democratização da mídia.

 Antonio Gramsci - - Por André Cintra, no Vermelho

Em Os Jornais e os Operários, de 1916, Gramsci exortava os trabalhadores a romperem todos os laços com a imprensa burguesa. Numa época em que a TV nem sequer existia e o rádio ainda era uma mídia incipiente e experimental — um “telégrafo sem fio” —, o jornal despontava como a principal arma de dominação ideológica do operariado.

“Antes de mais nada, o operário deve negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês. Deveria recordar-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por ideias e interesses que estão em contraste com os seus”, denunciava Gramsci. “Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma ideia: servir à classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora.”

Daí a conclamação do pensador italiano a que não se iludissem com a “grande imprensa” da época. Mais ainda, que não comprassem nem assinassem os jornais inimigos, para não garantir a viabilidade financeira do empreendimento. “Não contribuam com dinheiro para a imprensa burguesa que vos é adversária. Eis qual deve ser o nosso grito de guerra neste momento, caracterizado pela campanha de assinatura de todos os jornais burgueses: ‘Boicotem, boicotem, boicotem!’”, arrematava Gramsci.

Carta do II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas

Desde o I Encontro Nacional dos Blogueir@s Progressistas, em agosto de 2010, em São Paulo, nosso movimento aumentou a sua capacidade de interferência na luta pela democratização da comunicação, e se tornou protagonista da disseminação de informação crítica ao oligopólio midiático.

Ao mesmo tempo, a blogosfera consolidou-se como um espaço fundamental no cenário político brasileiro. É a blogosfera que tem garantido de fato maior pluralidade e diversidade informativas. Tem sido o contraponto às manipulações dos grupos tradicionais de comunicação, cujos interesses são contrários a liberdade de expressão no país.

Este movimento inovador reúne ativistas digitais e atua em rede, de forma horizontal e democrática, num esforço permanente de construir a unidade na diversidade, sem hierarquias ou centralismo.

Na preparação do II Encontro Nacional, isso ficou evidenciado com a realização de 14 encontros estaduais, que mobilizaram aproximadamente 1.800 ativistas digitais, e serviram para identificar os nossos pontos de unidade e para apontar as nossas próximas batalhas.

O que nos une é a democratização da comunicação no país. Isso somente acontecerá a partir de intensa e eficaz mobilização da sociedade brasileira, que não ocorrerá exclusivamente por conta dos governos ou do Congresso Nacional.

TV Globo tenta se salvar com ‘emergentes’ da nova classe média



TV GLOBO LADEIRA ABAIXO

A dança das cadeiras que os gênios do jornalismo da Globo promovem nos telejornais matinais e vespertinos da emissora tem dois motivos: tentar (desesperadamente) estancar a perda de participação dos programas em número de TVs ligadas (share) e, mais ainda, popularizar esses produtos de forma a atrair a agora cobiçada classe C.

Para tanto, os iluminados cismaram de achar que o problema será resolvido colocando na bancada o quebra-galhos Chico Pinheiro, cujo perfil é considerado mais popular, para suceder o pernóstico e embolorado Renato Machado, cada vez mais azedo como os vinhos importados que aprecia.

O problema é que “esqueceram” de tocar na ave de mau agouro chamada Miriam Leitão — a urubóloga, segundo Paulo Henrique Amorim –, que tem como missão aterrorizar todos os telespectadores pela manhã, mas que — o nosso santo é forte — também tem por hábito errar feio todos os seus prognósticos econômicos.

Seguindo em frente, também incluíram nas edições o comentarista policial Rodrigo Pimentel e passaram a priorizar pautas e notícias que atendam também ao interesse da população de baixa renda. Quer dizer, darão uma salpicada de sangue no noticiário.

A queda de Aécio e a imprensa em Minas

No último domingo acordei ao som das gargalhadas do meu irmão. Ao perguntá-lo o motivo de tanta alegria às 7 da manhã, fui informada que Aécio Neves havia caído do cavalo. A princípio, pensei que fosse piada. Após uma olhada rápida no twitter, descobri que não havia nenhuma figura de linguagem na queda do senador tucano. O acidente lhe custou cinco costelas e a clavícula direita quebradas.

Por Luana Diana dos Santos*, no blog Viomundo

Na padaria não havia outro assunto. Enquanto tomava meu cafezinho acompanhado por um pão com manteiga, observava um grupo de senhores de meia idade organizarem um ‘bolão’ dos motivos do tombo do ex-governador. Sei que é pecado rir da desgraça alheia, mas foi difícil me conter diante das apostas: “O cavalo deve ter sido presente do Serra”…; ”A eguinha ‘pocoPó’ se rebelou contra a tucanada”…risos….

Saciada a minha fome, dei uma folheada no Estado de Minas, o maior jornal das Gerais. Buscava uma foto, alguma notícia em relação ao quadro de saúde de Aécio. Não encontrei absolutamente nada. É aí que a queda do tucano perde a graça.

A falta de notícias quanto ao que realmente aconteceu com o neto de Tancredo na tarde de sábado é apenas mais um capítulo do clima de cerceamento que vive a imprensa mineira. No episódio que ficou conhecido como #Aéciodevassa ocorreu a mesma coisa. Nem uma mísera linha sobre o assunto no jornal. Por aqui, qualquer fato que desagrade Aecim ou o Governo, hoje liderado pelo também tucano, Antonio Anastasia, fica de fora dos veículos impressos e televisivos. Quando divulgados, são feitos de maneira deturpada e tendenciosa.

O fim do CQC? O que virá no lugar?

Paulo Ghiraldeli Jr. - Filósofo, escritor e professor da UFRRJ

Quando do início do CQC, fiz uma crítica ao programa, dizendo que apesar do humor, ele tinha um cheiro de fascismo. A palavra "fascismo" não deve ser usada à toa. Por isso, falei de cheiro, e não de fascismo propriamente dito. De onde vinha o cheiro? Da maneira como o carequinha Marcelo Tas, acostumado a fazer programas infantis, estava conseguindo a adesão de uma juventude colegial e pré-colegial de classe média, que não admitia qualquer tipo de crítica ao programa. Não eram fãs, eram fanáticos. E isso foi bem administrado pelos idealizadores do enlatado argentino, então no Brasil. Nada era certo para os fãs caso não fosse autorizado por Marcelo Tas e seus garotos catapultados à condição de humoristas da noite para o dia. Achei isso perigoso, denunciei. A reação no Twitter, contra mim, foi imediata. Ficou claro, então, que realmente havia algo esquisito ali. Diferente do pastelão do Pânico na TV, assumidamente um estilo de humor, o CQC queria parecer algo além do entretenimento, um "programa inteligente" que estaria "conscientizando" a população. As denúncias contra políticos pulavam aqui e ali. Boas reportagens se fizeram, todavia, ao final de cada uma, cada vez mais ficava a denúncia pela denúncia. Nenhum prosseguimento mais consequente a não ser a ideia de que a política é suja. A denúncia perigosa prevaleceu, ou seja, aquela que não é seguida de qualquer análise que permitiria um mínimo de reflexão sobre o funcionamento da política. O programa ficou na denúncia que alimenta os conservadores de sempre a dizerem: "tá vendo, esse país não vai adiante mesmo, tudo culpa dos políticos". Gente da minha idade, que sabe bem o que aconteceu com Jango, nunca se esqueceu do destino dessas denúncias. Mas aí veio a queda de audiência e juntamente com isso, paradoxalmente, a euforia dos meninos do programa que, fazendo a tal comédia agora batizada de "stand up", começaram a realmente se acharem humoristas, como se Ronald de Golias, Jô Soares, Agildo Ribeiro e Ivon Cury nunca tivessem existido. O cheiro de fascismo virou fedor.

João Paulo contesta matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense

O jornal Correio Braziliense publica nesta quarta-feira, 22, resposta do deputado federal João Paulo Cunha à matéria “Nas mãos do suspeito”. O jornal veiculará a versão reduzida, que está na sequência. Logo após, há a versão completa da nota.
 “A matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense no domingo, 15 de maio, sobre a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, com o título “Nas mãos do suspeito”, é um exemplo de mau jornalismo. A reportagem responsabiliza a atual presidência da Comissão por deixar “esquecidos” projetos que combatem irregularidades na gestão pública. Essa afirmação é mentirosa, tendo em vista que a mesa diretora atual foi eleita no dia 02/03/2011 e, desde então, seguindo minha determinação, já desarquivou diversas propostas com foco no combate à corrupção. Os projetos com essa finalidade estão sendo devidamente analisados e acelerados na CCJC, assim como outras matérias relevantes para o país. Veja os projetos sobre combate à corrupção que estão tramitando na CCJC no site www.joaopaulo.org.br”
 Deputado Federal João Paulo Cunha (PT-SP)
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados
 Veja abaixo a NOTA completa sobre o fato. Ela foi enviada ao Correio Braziliense no dia 20/05/2011, mas precisou ser reduzida para a publicação. A nota modificada foi enviada 10 dias depois, mas só agora o informativo irá publicar.

João Paulo responde matéria caluniosa do jornal “O Globo”

"A manchete do jornal O Globo, de 18 de junho, “STF terá novas regras para evitar golpe de mensaleiros”, além de falaciosa é a mais pura expressão de um jornalismo leviano. Baseia-se em ilações de um texto ficcional que trata como provável uma hipótese falsa: a de que eu renunciaria a meu mandato de deputado federal, de modo a forçar a transferência do caso do STF para a primeira instância da justiça, ganhando tempo para a prescrição de crimes.
Tivesse o jornal ouvido o “outro lado”, em atenção a um princípio básico do jornalismo sério e imparcial, não teria aviltado seus leitores com uma manchete fantasiosa com o fim de difamar. É uma injúria contra mim, afirmar, sem me ouvir, que cogito renunciar para procrastinar o processo.
Se não renunciei em 2005, evitando a abertura do processo contra meu mandato na Câmara dos Deputados, não o farei agora. Em vez de montar um roteiro calunioso, a matéria se fosse séria, descobriria que em nenhum momento do processo minha defesa usou de recursos legais com a finalidade de atrasar o julgamento.
Como tenho as mãos limpas, provei minha inocência e fui absolvido por ampla maioria no plenário da Câmara. No julgamento popular das urnas, fui eleito nas últimas duas eleições como o deputado federal mais votado do PT de São Paulo. Respondo com serenidade e confiança na justiça o processo no STF, convicto de que provei com fatos e documentos que não se sustentam juridicamente as calúnias direcionadas a meu mandato.