segunda-feira, 4 de junho de 2012

CURITIBA PERDE MAIS UM TÍTULO


 
Se você morasse em uma cidade que tem um modelo de transporte coletivo bacana, com tarifas compensadoras veículos de qualidade, cidade esta onde tudo é bonito e tudo funciona, além de ser um lugar limpo, você realmente preferiria pegar seu carro e enfrentar congestionamentos para ir trabalhar, ou acharia melhor usar os ônibus?
A resposta durante muitos anos, para o morador de Curitiba, foi o ônibus.  Tempos bons aqueles quando a cidade era famosa por ter um transporte público exemplar. Nada que uma sequência de administrações irresponsáveis e privatistas não consigam estragar.
A reportagem mencionada acima, da Gazeta do Povo, mostra que a capital do Paraná foi a única do Sul do Brasil a perder gente interessada no transporte de massa. E o motivo é muito simples. Ele não presta mais.
E na medida em que o número de passageiros diminui, a tarifa sobe. Na medida que encolhe o número de usuários, os congestionamentos aumentam porque há muito mais carros nas ruas. Na medida em que a quantidade de automóveis nas ruas aumenta, a Prefeitura, como que de pirraça, resolve fazer "obras muito úteis" bem nos dias da semana e especialmente, em horário de pico para mostrar serviço.
Na medida em que aumentam os congestionamentos, a Prefeitura, que é reconhecidamente "inteligente", diminui as vagas de estacionamento nas principais ruas para dar fluência ao tráfego, esganando o comércio das lojas e transferindo os clientes todos para os shoppings, que já estão abarrotados.
E por fim, na medida em que o comércio de rua se esfacela, empregos são jogados fora e a renda da cidade cai. As ruas ficam abandonadas à noite e viram alvo de vândalos, consumidores de crack, pichadores e pequenos criminosos.
E daí você vai chamar este escriba de ingênuo porque acha que todos os problemas da cidade aparecem só porque os ônibus deixaram de prestar. Não, claro que a matemática não é essa, exatamente. Mas sim, existe uma ligação intrínseca. E basta olhar as grandes cidades para se observar esta lógica.
Morar em Curitiba se tornou um desastre medonho. Nada a ver com a antiga cidade, que era invejada pelo país todo e até por gente de fora.
Pra coroar o sucateamento da cidade, eis que chega aos ouvidos deste blogueiro que o leilão de espaços públicos que são alguns dos cartões postais da cidade, irão a cabo porque aparentemente, a Justiça não entende isso como sendo lesão ao patrimônio cultural e citadino de um povo. é como privatizar o Cristo Redentor, mas ninguém acha estranho.
Desse jeito, fica difícil.

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