Depois de quase uma década governando o Brasil, é triste
constatar que o PT, ganhou o governo, porém, até hoje não ganhou o poder. Falo
isso, pois como blogueiro leio muitos impropérios de petistas bufando, que o PT
isso, o PT aquilo, que não toma posição, deixa de tomar providências, mas a
equação é muito simples e muito clara.
Quando Cabral chegou na costa brasileira, em abril de 1.500,
trouxe nas caravelas uma laia de gente, que se aboletou no poder, e nunca mais
largou a rapadura "até hoje".
Prova daquilo que estou falando, é a composição da tal "base
aliada" no Congresso Nacional.
Basta fazer as contas, e ler os nomes que constituem a lista, que a
ficha cai imediatamente, deixando claro que a direita, muda as penas e plumagem
de acordo com seus interesses, e estará sempre com quem estiver no poder, e há
quase dez anos, a história não foi diferente, vejamos.
Hoje, a chamada "base aliada" - está composta na
Congresso Nacional, da seguinte forma: 267 deputados, e 42 senadores. Isso em percentuais, significam os seguintes
números: 52,05% na Câmara e 51,85% no Senado, sendo que o PMDB sozinho,
responde por 28,46% da base na Câmara, com 76 deputados, já no Senado, o partido
tem 18 senadores, o que significa 42,86% da base aliada. Portanto, podemos dizer com segurança, que
temos uma presidente, "refém" de um bloco de sete partidos, cujo
curinga da composição, é o PMDB.
Isso quando falamos de números, quando o assunto são as
pessoas, a coisa ganha uma cara que assusta, e assim de bate pronto, e
aleatorimente vou citar alguns nomes que compõem a base aliada, para assim a
gente poder mensurar nas mãos de quem, está o poder no país:
Miro Teixeira (PDT); Paulinho da Força (PDT); Gabriel Chalita
(PMDB); Antony Garotinho (PR); Tiririca (PR); Ratinho Jr. (PSC); Arnaldo Faria
de Sá (PTB); Blairo Maggi (PR); Epitácio Cafeteira (PTB); Fernando Collor de
Melo (PTB); Jader Barbalho (PMDB); José Sarney (PMDB); Renan Calheiros (PMDB);
Roméro Jucá (PMDB)....etc..
A popularidade da
presidente, apesar da base aliada
Em março deste ano, em meio a uma crise dentro da tal
"base aliada" - a aprovação pessoal da presidente Dilma Rousseff
subiu cinco pontos percentuais e atingiu 77%, de acordo com pesquisa Ibope
encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) . Na pesquisa
anterior, de dezembro, o índice dos eleitores que aprovavam a maneira de Dilma
de governar era de 72%.
Sendo esse mesmo instituto de pesquisas, em relação ao
ex-presidente Lula, Dilma apresenta superação com maior popularidade em
comparação com os dois primeiros anos dos dois mandatos de seu antecessor. Em
março do segundo ano do segundo mandato, Lula tinha 73%. A melhor avaliação de
Lula, no mesmo período, foi obtida em março de 2003, quando chegou a 75%. No último
Ibope de seu governo, em dezembro de 2010, o ex-presidente obteve 87% de
aprovação.
Os números acima, embora a escória midiática discorde, tem
que engolir, não tem como ignorar, uma vez que as cifras atingidas por
governantes anteriores, são pífios de tal ordem, que não convém nem comentar.
Uma sociologia do
buteco, sobre governo e poder
Um exemplo clássico, deve-se ao fato de que no dia 06/05 -
foi confirmada a eleição do socialista François Hollande na França, e assim
Nicolas Sarkozy (direitista), juramentado, foi plantar coquinhos eu sua fazenda
nos arredores de París.
O que vou dizer agora, pode até parecer "analogias de
buteco" - mas garanto, são mais profundas, que as análises sociológicas de
Demétrio Magnoli (urubú de plantão da mídia): O resultado do primeiro turno das
eleições na França deixou mais que evidente, que eleitores do mundo inteiro,
estão se lixando para política, e o curioso é que não são de direita nem de
esquerda, conservadores ou liberais. A único quesito analisado na hora de dar o
voto, é o bolso.
Na Espanha, a crise derrubou um governo socialista e elegeu
um conservador. Na França, derrubou um conservador e elegeu um socialista. A
sabedoria popular é muito prática, sem rodeios e enquanto intelectuais e
analistas se engalfinham e profundas análises, o povo faz o seguinte: não
funcionou, substitui por outro, como se fosse num restaurante fast-food,
servido ao gosto do cliente.
Itália, Irlanda, Portugal, Islândia, Grécia, Portugal,
Eslováquia, Reino Unido, Romênia,
Espanha viram a queda de seus governos nos últimos 24 meses por causa da crise
econômica mundial, e o povo, não quiz nem saber se os partidos eram de esquerda
ou direita, foram atrás da melhor promessa, do melhor argumento, sem pesar em
nenhum momento as questões ideológicas isso foi fato consumado.
Uma curiosidade sobre
popularidade no governo militar (1969/1974)
A grande prova, que para o povão, o que interessa é dinheiro
no bolso e comida na mesa, é o fato que, em 25 de outubro de 69, tomou posse
como presidente da República o General Emílio Garrastazu Médici. Durante seu
governo, que durou até 15 de março de 74, a economia chegou a crescer 11,9% em
um ano (72) e a renda per capita dos brasileiros cresceu 50%. Seu índice de
aprovação popular chegou a 80% nesse período. Simultaneamente, milhares de
pessoas foram torturadas e 300 foram mortas. O Brasil foi trí campeão do mundo,
e o povo não queria nem saber o que estava acontecendo, à ponto de até hoje,
ter pessoas que dizem, que nem souberam que existiu uma ditadura no Brasil, o
que não deixa de ser um absurdo.
Aqui no Brasil nos últimos vinte
anos
Lula é fruto de sua história, aliado a uma militância que de
fato lhe deu sustentação e perceverança, pois perdeu quatro eleições (1982;
1989; 1994; 1998), e sempre acreditou que chegaria lá. É fato notório que nunca teria sido eleito, caso FHC,
tivesse levado à sério sua tarefa de governar, pois em seu primeiro mandato,
vendeu um paraíso que não existia, deu o patrimônio público à preço de banana,
e a conta veio com força no segundo mandato, acompanhada de um apagão elétrico,
tudo isso somado a uma economia combalida, por uma moeda (Real), que ao
equipara-la ao dólar, à razão de 1x1, a deixou sem lastro e aí, foi a derrocada
do "príncipe". Mas mesmo
assim, a mídia trombeteia até hoje, que Lula só fez um bom governo, pois
encontrou a economia classificada como a 7ª maravilha do mundo.
E o resumo da ópera é que hoje, tudo, inclusive a economia
está em céu de brigadeiro, portanto a "oposição" - mesmo patrocinada
pelo baronato da mídia calhorda, não volta ao poder tão cedo, pois com o
desemprego em 6%, taxas de juros caindo, crédito bom e barato, classe média
emergente, é tudo que o povo quer, e não interessa quem está no comando, o povo
quer dinheiro no bolso, e condições de vida melhor.
Enquanto isso... a
votação das reformas política e fiscal e
taxação de grandes fortunas, não passam pelo Congresso, basta olhar "quem
é a base aliada" para entender que não irão votar contra eles mesmos....
E a ideologia fica para os militantes e intelectuais,
discutirem bebendo Chivas, ou cerveja, o povão vai na linha prática, onde 2 + 2
= 4, e não adianta inventar outra equação mirabolante.....a continha do povo é
exatamente essa....
E vamos caminhando,
com a sensação de que ganhamos, mas não levamos, pois apesar das melhoras
implementadas, existe aí, uma crise moral que mais uma vez, confirma a tese de
se governar, sem ter o poder. Agora é o
judiciário, em especial através das últimas declarações do ex-Presidente do
STF, Ministro Gilmar Mendes na Veja, sobre uma desmentida conversa com o
ex-Presidente Lula, vergonhoso...
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