terça-feira, 5 de junho de 2012

O PT, ganhou o governo mas não ganhou o poder

Depois de quase uma década governando o Brasil, é triste constatar que o PT, ganhou o governo, porém, até hoje não ganhou o poder. Falo isso, pois como blogueiro leio muitos impropérios de petistas bufando, que o PT isso, o PT aquilo, que não toma posição, deixa de tomar providências, mas a equação é muito simples e muito clara.
Quando Cabral chegou na costa brasileira, em abril de 1.500, trouxe nas caravelas uma laia de gente, que se aboletou no poder, e nunca mais largou a rapadura "até hoje".  Prova daquilo que estou falando, é a composição da tal "base aliada" no Congresso Nacional.  Basta fazer as contas, e ler os nomes que constituem a lista, que a ficha cai imediatamente, deixando claro que a direita, muda as penas e plumagem de acordo com seus interesses, e estará sempre com quem estiver no poder, e há quase dez anos, a história não foi diferente, vejamos.
Hoje, a chamada "base aliada" - está composta na Congresso Nacional, da seguinte forma: 267 deputados, e 42 senadores.  Isso em percentuais, significam os seguintes números: 52,05% na Câmara e 51,85% no Senado, sendo que o PMDB sozinho, responde por 28,46% da base na Câmara, com 76 deputados, já no Senado, o partido tem 18 senadores, o que significa 42,86% da base aliada.  Portanto, podemos dizer com segurança, que temos uma presidente, "refém" de um bloco de sete partidos, cujo curinga da composição, é o PMDB.
Isso quando falamos de números, quando o assunto são as pessoas, a coisa ganha uma cara que assusta, e assim de bate pronto, e aleatorimente vou citar alguns nomes que compõem a base aliada, para assim a gente poder mensurar nas mãos de quem, está o poder no país:
Miro Teixeira (PDT); Paulinho da Força (PDT); Gabriel Chalita (PMDB); Antony Garotinho (PR); Tiririca (PR); Ratinho Jr. (PSC); Arnaldo Faria de Sá (PTB); Blairo Maggi (PR); Epitácio Cafeteira (PTB); Fernando Collor de Melo (PTB); Jader Barbalho (PMDB); José Sarney (PMDB); Renan Calheiros (PMDB); Roméro Jucá (PMDB)....etc..
A popularidade da presidente, apesar da base aliada
Em março deste ano, em meio a uma crise dentro da tal "base aliada" - a aprovação pessoal da presidente Dilma Rousseff subiu cinco pontos percentuais e atingiu 77%, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) . Na pesquisa anterior, de dezembro, o índice dos eleitores que aprovavam a maneira de Dilma de governar era de 72%.
Sendo esse mesmo instituto de pesquisas, em relação ao ex-presidente Lula, Dilma apresenta superação com maior popularidade em comparação com os dois primeiros anos dos dois mandatos de seu antecessor. Em março do segundo ano do segundo mandato, Lula tinha 73%. A melhor avaliação de Lula, no mesmo período, foi obtida em março de 2003, quando chegou a 75%. No último Ibope de seu governo, em dezembro de 2010, o ex-presidente obteve 87% de aprovação.
Os números acima, embora a escória midiática discorde, tem que engolir, não tem como ignorar, uma vez que as cifras atingidas por governantes anteriores, são pífios de tal ordem, que não convém nem comentar.
Uma sociologia do buteco, sobre governo e poder
Um exemplo clássico, deve-se ao fato de que no dia 06/05 - foi confirmada a eleição do socialista François Hollande na França, e assim Nicolas Sarkozy (direitista), juramentado, foi plantar coquinhos eu sua fazenda nos arredores de París.
O que vou dizer agora, pode até parecer "analogias de buteco" - mas garanto, são mais profundas, que as análises sociológicas de Demétrio Magnoli (urubú de plantão da mídia): O resultado do primeiro turno das eleições na França deixou mais que evidente, que eleitores do mundo inteiro, estão se lixando para política, e o curioso é que não são de direita nem de esquerda, conservadores ou liberais. A único quesito analisado na hora de dar o voto, é o bolso.
Na Espanha, a crise derrubou um governo socialista e elegeu um conservador. Na França, derrubou um conservador e elegeu um socialista. A sabedoria popular é muito prática, sem rodeios e enquanto intelectuais e analistas se engalfinham e profundas análises, o povo faz o seguinte: não funcionou, substitui por outro, como se fosse num restaurante fast-food, servido ao gosto do cliente.
Itália, Irlanda, Portugal, Islândia, Grécia, Portugal, Eslováquia,  Reino Unido, Romênia, Espanha viram a queda de seus governos nos últimos 24 meses por causa da crise econômica mundial, e o povo, não quiz nem saber se os partidos eram de esquerda ou direita, foram atrás da melhor promessa, do melhor argumento, sem pesar em nenhum momento as questões ideológicas isso foi fato consumado.
Uma curiosidade sobre popularidade no governo militar (1969/1974)
A grande prova, que para o povão, o que interessa é dinheiro no bolso e comida na mesa, é o fato que, em 25 de outubro de 69, tomou posse como presidente da República o General Emílio Garrastazu Médici. Durante seu governo, que durou até 15 de março de 74, a economia chegou a crescer 11,9% em um ano (72) e a renda per capita dos brasileiros cresceu 50%. Seu índice de aprovação popular chegou a 80% nesse período. Simultaneamente, milhares de pessoas foram torturadas e 300 foram mortas. O Brasil foi trí campeão do mundo, e o povo não queria nem saber o que estava acontecendo, à ponto de até hoje, ter pessoas que dizem, que nem souberam que existiu uma ditadura no Brasil, o que não deixa de ser um absurdo.
Aqui no Brasil nos últimos vinte anos
Lula é fruto de sua história, aliado a uma militância que de fato lhe deu sustentação e perceverança, pois perdeu quatro eleições (1982; 1989; 1994; 1998), e sempre acreditou que chegaria lá. É fato notório  que nunca teria sido eleito, caso FHC, tivesse levado à sério sua tarefa de governar, pois em seu primeiro mandato, vendeu um paraíso que não existia, deu o patrimônio público à preço de banana, e a conta veio com força no segundo mandato, acompanhada de um apagão elétrico, tudo isso somado a uma economia combalida, por uma moeda (Real), que ao equipara-la ao dólar, à razão de 1x1, a deixou sem lastro e aí, foi a derrocada do "príncipe".  Mas mesmo assim, a mídia trombeteia até hoje, que Lula só fez um bom governo, pois encontrou a economia classificada como a 7ª maravilha do mundo.
E o resumo da ópera é que hoje, tudo, inclusive a economia está em céu de brigadeiro, portanto a "oposição" - mesmo patrocinada pelo baronato da mídia calhorda, não volta ao poder tão cedo, pois com o desemprego em 6%, taxas de juros caindo, crédito bom e barato, classe média emergente, é tudo que o povo quer, e não interessa quem está no comando, o povo quer dinheiro no bolso, e condições de vida melhor.
 Enquanto isso... a votação das reformas política e  fiscal e taxação de grandes fortunas, não passam pelo Congresso, basta olhar "quem é a base aliada" para entender que não irão votar contra eles mesmos....
E a ideologia fica para os militantes e intelectuais, discutirem bebendo Chivas, ou cerveja, o povão vai na linha prática, onde 2 + 2 = 4, e não adianta inventar outra equação mirabolante.....a continha do povo é exatamente essa....
 E vamos caminhando, com a sensação de que ganhamos, mas não levamos, pois apesar das melhoras implementadas, existe aí, uma crise moral que mais uma vez, confirma a tese de se governar, sem ter o poder.  Agora é o judiciário, em especial através das últimas declarações do ex-Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes na Veja, sobre uma desmentida conversa com o ex-Presidente Lula, vergonhoso...

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