domingo, 27 de março de 2011

Amorim: Brasil precisa ajudar países árabes

Ex-chanceler afirma que aceitação da diplomacia brasileira e fortalecimento das instituições democráticas podem fornecer experiências valiosas para os movimentos no norte da África e no Oriente Médio      

Por: João Peres, Rede Brasil Atual


           
Após levantes populares como o ocorrido no Egito, experiência brasileira pode ajudar na promoção da democracia (Foto: Dylan Martinez/Reuters - arquivo)       


São Paulo – O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim acredita que o Brasil deve ter um papel ativo na transição dos países árabes para a democracia. A confiabilidade da Justiça Eleitoral brasileira é apontada por ele como exemplo daquilo que pode ser aproveitado em países como Egito, Tunísia e Bahrein, que vivem crises políticas movidas por protestos populares. Além disso, o país não pode se furtar a dar sua contribuição à região, principalmente diante do fato de que algumas das nações pediram esse tipo de intervenção.

“O Brasil nunca vai chegar lá e dizer como é que é. Mas se houver interesse por parte deles, há uma série de mecanismos que pesam na construção da democracia, embora ela se faça somente quando há interesse do povo”, aponta o ex-chanceler. Ele critica ainda a visão "restrita" de críticos da política do Itamaraty desde 2003.

Aos 68 anos, Amorim brinca com o fim de sua gestão à frente do Itamaraty afirmando que tem agora um grande tempo para o ócio. Não faltam, porém, convites para seminários, debates e viagens. Embora afirme ter se preparado bastante para o dia em que teria de mudar-se de Brasília, admite que não é fácil deixar para trás um círculo de convivência formado ao longo de muito tempo para recolher-se ao apartamento onde mora no Rio de Janeiro.

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