domingo, 27 de março de 2011

PV e PSD: conflitos partidários e personalismos

Os conflitos internos no PV e criação do PSD são expressão de um mesmo fenômeno, comum aos partidos brasileiros: o personalismo.
Criam-se e trocam-se partidos no Brasil com a mesma rapidez e facilidade com que se troca de roupa. Não é preciso sequer esperar que fiquem “sujos”, basta que fiquem “amarrotados” ou “amarfanhados” ou, no máximo, um pouco “justos”, impedindo movimentos mais largos ou bruscos de algumas de suas lideranças.
Foi assim com a criação do PSD, criado na medida dos interesses de Gilberto Kassab, em São Paulo. Havia sido assim, aliás, com a criação do PSDB, motivada pela mesma “saia justa” em São Paulo,quando o domínio de Orestes Quércia sobre o PMDB estadual limitava os interesses de Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros, que haviam conquistado expressão nacional, mas não conseguiam influência equivalente no controle da máquina partidária em seu próprio estado.
Também o processo de criação do PPS expressa ação personalista. Roberto Freire, que detinha o domínio nacional do antigo PCB, decretou, em congresso da sigla, sua transformação, seguindo tendência mundial naquele momento de pós-queda do império soviético e do muro de Berlim, em Partido Popular Socialista. Uma “transformação” que ignorou a vontade de uma parcela de filiados que depois ganhou na justiça o direito de manter a sigla e a existência do PCB.
Também o PSTU e, mais recentemente, o PSOL desmembraram-se do PT, alegando o abandono, pela sigla original, dos princípios que a constituíram.

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