O trecho metropolitano do rio Tietê — destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano — ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008. O governo paulista, a cargo do PSDB há 16 anos, admitiu que, por mais de mil dias, não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo.Os transbordamentos do Tietê, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.
Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.
A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.
Na opinião de especialistas, a suspensão da limpeza é temerária e pode até ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões. A obra alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.
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