sábado, 26 de março de 2011

TV vicia?



Faço parte da geração que já nasceu com televisor preto e branco na sala de estar. A programação não era 24 horas, como hoje. Em 74 meu pai comprou a Colorado RQ, o televisor do Pelé. Foi quando, estupefatos, descobrimos as cores na telinha. Não sabíamos o que aquele admirável mundo novo nos permitiria, mas desde o início enfrentamos limites severos. Minha mãe só permitia que ligássemos o aparelho no fim da tarde. E, depois da novela, todos para cama! Havia preocupação com o tempo de exposição e com a proximidade dos olhos à telinha. Era como se intuitivamente entendêssemos que, apesar de bom, tinha que ser pouco. Assim, aprendemos a usar o restante do tempo de forma mais ativa: ler, correr, brincar e se divertir na rua. Fui tomado por essas lembranças ao ver a notícia de que assistir a televisão demais vicia tanto quanto cocaína. Trata-se de uma pesquisa do Centro de Estudos de Mídia da Universidade Rutgers, dos Estados Unidos (aqui). As conclusões: a televisão prejudica as faculdades cognitivas, as articulações e até a postura. Grupos pesquisados contam que sentiram-se sem energia e com dificuldade de concentração, após horas e horas diante da tv. Por isso, cientistas recomendam que uma pessoa não deve ficar mais do que uma hora por dia diante da TV. Meu conselho é parecido: como tudo na vida, aprecie com moderação. Enquanto escrevia este texto lembrei-me dos versos dos Titãs: "E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais..."

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