domingo, 6 de março de 2011

O teatro do bem contra o mal


Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo quem conta os mortos.

Os terroristas mataram, trabalhadores de cinquenta países, em Nova Iorque e em Washington, em nome do Bem contra o Mal. E em nome do Bem contra o Mal, o presidente Bush jura vingança: "Vamos eliminar o Mal deste mundo", anuncia.

Eliminar o Mal? Que seria do Bem sem o Mal? Não só os fanáticos religiosos necessitam de inimigos para justificar sua loucura. A indústria de armamamentos e o gigantesco aparato militar de máscaras, também necessitam de inimigos, para justificar sua existência, os heróis passam a ser monstros e os monstros heróis, segundo exigem aqueles que escrevem o drama.

Isso não tem nada de novo. O cientista alemão Werner von Braun foi mau quando inventou os mísseis V-2, que Hitler soltou sobre Londres, mas se converteu em bom no dia em que colocou seu talento a serviço dos Estados Unidos. Stálin foi bom durante a Segunda Guerra Mundial e mau depois, quando passou a dirigir o Império do Mal. Joghn Steinbeck escreveu nos anos da guerra fria: "Talvez todo o mundo necessite dos russos. Aposto que a Rússia também precisa dos russos. Talvez eles os chamem de americanos." Depois os russos ficaram bonzinhos. Agora também dissse Putin: "O Mal deve ser castigado".

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