Organizada pela CNTV (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria Têxtil, Couro, Calçados e Vestuários da CUT), o seminário “Política Industrial do Ramo Vestuário”, realizado na sexta-feira, 18 de novembro, em São Paulo, teve como objetivo debater novas propostas para o setor. Com presença de representantes sindicais de vários cantos do país, o evento trouxe o deputado federal João Paulo Cunha (PT – SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, que situou os participantes sobre as ações do governo federal para beneficiar os trabalhadores do ramo de vestuários e de outras categorias.
Sobre o tema central do seminário, João Paulo adiantou que há uma política industrial sendo desenvolvida para diversos setores e embora ela ainda não seja ideal para atender toda economia, os debates prosseguem. “Tomamos algumas medidas, a nossa política de infra-estrutura está andando. Temos uma série de programas em andamento ligados a questão dos portos, aeroportos, estradas, ferrovias, energia, etc. Faltava para a política industrial o que chamamos de Brasil Maior. Para cada setor, estamos adotando algumas políticas, para a pequena e média empresa estamos abrindo uma linha especial de crédito no BNDS para financiar o capital de giro, que é uma coisa importante para essas empresas. Para a indústria automobilística estamos trabalhando a questão do IPI, para o setor do vestuário, calçado e artefatos trabalhamos na ideia de desonerar a folha. Para vários setores temos as políticas definidas”, revela o parlamentar.
Apesar da existência de uma crise econômica mundial, é possível que ela afete o Brasil em menor escala, avaliou João Paulo. Entretanto, o país tem adotado medidas para fortalecer o mercado interno e reduzir o impacto na economia local. “O Brasil não vai sofrer com a crise como outros estão sofrendo, mas ela pode chegar. O que isso tem a ver com vocês do setor têxtil? Quando surge uma crise mundial, o setor manufaturado é o primeiro que sofre e o setor de vocês é um dos primeiros a ser estruturado na economia do país. De forma correta, a presidenta Dilma tomou medidas que têm diferenciado o Brasil. Para fazer a nação continuar crescendo, ela reduziu juros, que é uma política boa, tem controlado a inflação e fez, de fato, um leve aperto fiscal no país, ou seja, o governo está gastando menos. Os nossos estados e municípios vêm sentindo isso. Isso mostra uma contenção fiscal para manter o tripé: controle fiscal, controle de inflação e redução de juros.”
O deputado também fez um comentário sobre a dificuldade de aprovar alguns dos principais projetos trabalhistas na Câmara, projetos que são bandeiras de muitos sindicatos brasileiros. “Por que não prosperaram [a proposta das] as 40 horas semanais? Porque o lobby contra é maior do que o favorável. O mesmo vale para a questão da terceirização. Ainda não chegamos numa boa proposta, mas em relação ao original já deu uma grande melhorada. Agora este projeto está parado”, disse.
Quintino Severo, secretário geral da CUT nacional, participou da primeira mesa do seminário ao lado de João Paulo e fez um destaque para a necessidade do estímulo de novas políticas industriais. “Vivemos um momento importante no Brasil, temos a necessidade de implantar novas políticas industriais. A política na época de FHC e Collor era importar tudo, mas no nosso país temos a capacidade de desenvolver nossa produção e nossa tecnologia”, declarou.
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