domingo, 20 de novembro de 2011

A reflexão necessária no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra

Nesta última nota desta semana externo a minha homenagem aos negros e negras de meu país, pelo Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra - neste domingo - conforme sancionado no último dia 10 pela presidenta da República, Dilma Rousseff. Nesta data em que irmano-me a todos os brasileiros nessa solidariedade, gostaria muito que pudéssemos fazer uma homenagem e comemorar só o lado alegre dessa história. Mas a realidade nos põe frente, também a um lado triste sobre o qual precisamos aproveitar a data para fazer uma reflexão. Sobre o que já fizemos e o que podemos fazer para avançar e obter novas conquistas no caminho do fim do preconceito, da discriminação e pela igualdade de oportunidades para todos.
Reservo-me escrever a última nota desta semana aqui no blog para externar a minha homenagem aos negros e negras de meu país, pelo Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra - neste domingo - conforme sancionado no último dia 10 pela chefe do governo, Dilma Rousseff, numa das maiores homenagens já prestadas por um dos nossos presidentes da República a estes povos.

O Dia da Consciência Negra já era comemorado no 20 de novembro no Estado de São Paulo, e também nesta data, em vários Estados e municípios brasileiros. Com o ato homologado pela Prsidenta da República torna-se, assim, data e feriado nacional e um hmenagem ao Zumbi dos Palmares, líder do maior e dos mais duradouros quilombos na resistência aos escravagistas.

Mas, este domingo, o 20 de novembro, é um dia não só para várias comemorações dos povos negros e de todos nós, seus irmãos, mas, também, fundamentalmente para reflexão. Nesta data em que irmano-me a todos os brasileiros nessa solidariedade, gostaria muito que pudéssemos fazer uma homenagem e comemorar só o lado alegre dessa história.

Há um lado triste a lembrar

Não tenho como não registrar, no entanto, uma realidade triste: dados do Fundo de População das Nações Unidas contidos no relatório Juventude Afrodescendente na América Latina: Realidades Diversas e Direitos (des)Cumpridos, indicam que 12,9% do total de latino-americanos com idade entre 15 e 29 estavam desempregados em 2009. E que as taxas de desemprego entre jovens afrodescedentes são maiores do que entre os demais da região.

O documento, fundamentado nos dados do Censo Demográfico de 2000 do IBGE, mostra que no Brasil, o desemprego entre os jovens afrodescedentes chegava a 23,8% no início da década, contra 20,7% entre o restante da população jovem. E alerta que o desemprego na América Latina é maior entre as mulheres jovens afrodescedentes.

O relatório assinala que os jovens latino-americanos que não estudam nem trabalhamtotalizam entre 20% e 35%. Mas, no Brasil, em 2000, estas taxas entre afrodescedentes chegaram a 29%, enquanto no restante da população jovem, o índice ficou em 24%.

Ainda há muito a avançar e a conquistar

Temos alguns pontos bons a comemorar, como os revelados esta semana, em seminário na Bahia. Entre os quais, o crescimento de 7% do emprego da população negra, segundo o DIEESE, na área metropolitana de Salvador, Estado e região da maior concentração de negros de nosso país.

Mas vejam, eles ainda recebem menor salário que as outras populações, têm os piores empregos e uma grande parte é empregado como trabalhador doméstico. Além de serem, no Brasil todo, as maiores vítimas da violência, conforme atestam todos os levantamentos e pesquisas.

Tenho consciência - e sinto, este é um sentimento que deve permear toda a cidadania brasileira -  que os governos do PT, os dois do presidente Lula e o da presidenta Dilma têm se engajado para melhorar e avançar nessa realidade.

A luta pela viabilização de cotas em nosso país

O presidente Lula criou ainda em seu primeiro ano de governo o Ministério da Igualdade Racial com suas várias secretarias específicas voltadas para a promoção desse segmento de nossa população, e os trrês governos engajaram-se com seriedade na implentação e disseminação cada vez maior das políticas afirmativas (cotas) no nosso país.

A exemplo do célebre líder da luta pelos direitos civis nos anos 60 e da grande marcha sobre Washington, Martin Luther King, também nós, brasileiros e brasileiras, negros e negras temos um  sonho: o de um dia convivermos como iguais, sem preconceitos, sem discriminação - ainda existentes, não há como negar - e principalmente desfrutando das mesmas condições sociais e de oportunidades, trabalho e renda.

Com os povos afrodescendentes de meu país que tanto contribuíram para a formação de nossa nossa nacionalidade, declaro-me solidário e em reflexão quanto tudo aquilo que é necessário ainda e possível fazer para alcançarmos esse patamar de igualdade entre nossos povos.

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