Por: Redação da Rede Brasil Atual
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que economia brasileira voltará a registrar crescimento a partir de novembro, depois de haver estagnação no terceiro trimestre e no mês de outubro. Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23) ele defendeu ainda o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, definido em setembro deste ano.
"Até outubro, foi mais ou menos mal. Mas, a partir de novembro, já temos indicadores que mostram que a economia está se aquecendo. A tendência é que a economia esteja tomando um novo impulso de crescimento e novembro e dezembro sejam meses de maior crescimento. A economia vai entrar em 2012 com uma aceleração”, disse Mantega.
Aos deputados, ele ressaltou a solidez da economia brasileira, protegida contra impactos da crise que atinge a Europa e os Estados Unidos, mesmo enxergando o risco de um agravamento do cenário. Mantega lembrou que apenas 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil advém de exportações, o que indica papel importante do mercado interno, que permanece aquecido, para o próximo período.
Mantega voltou a dizer que considera a instabilidade atual uma continuação do que aconteceu a partir de 2008, com a quebra de bancos norte-americanos e europeus – socorridos, em sua maioria, com recursos públicos. Agora, porém, falta "maturidade política" dos chefes de governo e ministros de finanças para contornar os problemas.
IPI
O cenário de crise externa e boa resposta do mercado interno também explica por que Mantega considera que o aumento do IPI para carros importados foi bem-sucedido. O país contabiliza anúncios de investimentos estrangeiros do setor para os próximos anos, por parte de montadoras interessadas em evitar a sobretaxação. Veículos confeccionados no Brasil têm abatimento de até 30 pontos percentuais no valor do tributo.
Ele diz que, sem a ação do governo, não haveria investimentos novos, que migrariam "para onde estão manipulando câmbio e taxas". A menção é a países emergentes e desenvolvidos que promovem o que Mantega chama de "Guerra Cambial", a manutenção da cotação da moeda nacional a patamares artificiais para favorecer exportações e a injeção de recursos externos.
Mantega defendeu as medidas de proteção ao setor automobilístico como forma de combater o "vale-tudo" instalado internacionalmente. "Existem subsídios disfarçados que o Brasil, que a OMC (Organização Mundial do Comércio) não conseguem identificar", acusa. "Se o Brasil quiser exportar carros para o Japão, para a Coreia, há uma dificuldade muito grande. Não poderíamos deixar nosso setor automobilístico se deteriorar. Foi por causa disso que decidimos tomar uma medida forte. Foi plenamente bem-sucedida."
Com informações da Agência Brasil
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