A gente é tão
bombardeado pela mídia com notícias catastróficas sobre a economia
brasileira que, quando alguém diz que
não há desastre algum, ficam achando que é algum “bobinho” ou governista
fanático tentando “dourar a pílula econômica”.
Pois, afinal, até o
presidente do Banco Central entra no
coro da inflação alta e aumenta os juros, não é?
Hoje mesmo os jornais
anunciam que, acima do que era esperado, IGP-DI sobe 0,32% em maio, após queda
em abril, informa FGV.
Mas o que isso quer
dizer? Ou melhor, o que não se quer dizer?
Primeiro, que este
índice está assim exclusivamente porque o custo da construção civil subiu
2,25%, puxado pela alta de 3,77 no preço da mão de obra. Porque os preços no
atacado ficaram estáveis (+0,01%) e os do varejo subiram menos que no mês
anterior, passando de 0,52% para 0,32% .
Segundo, que esse
índice, no acumulado em 12 meses, substitui um de maio de 2012, que era de
0,91%. Portanto, no cálculo da inflação anual, sai 0,91% e entra 0,32%. Uma bela baixa, que deixa a série do
acumulado assim: janeiro – 8,11%; fevereiro – 8,24%; março – 7,97%; abril –
6,83% e, finalmente, maio – 6,2%.
Isso é uma “disparada
inflacionária”?
Ou será que a Fundação
Getúlio Vargas virou um órgão governista?
“Ah, mas a inflação ao
consumidor está subindo, porque o IGP pega outros setores da economia…”
Perfeitamente, vamos
ver então o acumulado em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor da FGV, no
gráfico menor.
Ué, cadê a disparada?
Todos estes dados estão
no release distríbuido pela instituição, aqui e aqui.
Vejam, ninguém diz que
não há inflação, porque há. Mas daí a dizer que ela está subindo
explosivamente, há anos-luz de diferença.
De diferença ou de
má-vontade, como disseram ontem os alemães do Deutsche Bank.
Porque, com a pachorra
de fazer um graficozinho no Excel – tem uma colunista que ama gráficos – dá pra
ver sem dúvida alguma que não tem “disparada
da inflação”. (Clique no “+” para ver o quadro inteiro.)
O que subiu, sim, em
nome disso, foi o dinheiro que eu, você, o Governo e o Brasil pagam à turma do
terrorismo econômico.
Por: Fernando Brito
Nenhum comentário:
Postar um comentário