Na última sexta-feira
(24.05.2013) a pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede),
em sua coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo, criticou o que seria uma
“militância dirigida” de partidos ou organizações, que “convivem com os vícios
dos preconceitos, mentiras e desinformação”, o que seria um ”mensalão da
internet”, “uma indústria subterrânea da calúnia”.
Para ela é fácil falar
em liberdade de expressão, já que tem uma coluna semanal no maior jornal do
país e toda uma mídia que a apoiou em 2010 e a apoia como a candidata
anti-Dilma Rousseff (PT) para 2014.
Hoje foi a vez do
também pré-candidato Aécio Neves (PSDB), em sua também semanal coluna na mesma
Folha de S. Paulo. Se animou com a coluna de Marina de sexta-feira.
Há políticos no Brasil
que nunca serão nomes nacionais. Nunca serão presidentes da República. No
máximo, presidentes do Senado ou Congresso Nacional. Antônio Carlos Magalhães,
Renan Calheiros, Beto Richa, Aécio Neves, Jader Barbalho, Jarbas Vasconcelos.
José Sarney estaria nessa lista se não fosse o acidente de percurso com
Tancredo Neves em 1985. Fernando Collor de Mello também estaria na lista se não
fosse a Rede Globo em 1989, que após edição criminosa do debate, o elegeu
contra Luiz Inácio Lula da Silva. Políticos que dominam os meios de comunicação
em seus estados. Alguns deles donos de meios de comunicação. Políticos que não
se acostumam com o contraditório, pois em seus estados são tratados como reis.
É o famoso “coronelismo moderno”, resquício do patrimonialismo existente no
Brasil desde 1500.
Aécio é ex-governador
de Minas Gerais, que privatizou o Estado e continua no poder por dominar os
meios de comunicação do Estado, e atual senador, inexpressivo por viver e pensar
mais no Rio de Janeiro do que em seu estado. Sem falar dos problemas pessoais
os quais não cabem aqui serem analisados.
Na coluna de hoje, o
neto de Tancredo critica o que seria um “verdadeiro exército especializado em
disseminar mentiras e agressões” na internet. Se faz de vítima ao dizer que
quando recorre à Justiça é acusado de tentativa de censura.
Como é muito bem
tratado pela própria Folha de S. Paulo, pela revista Veja e pela Rede Globo e
demais velhas mídias (TVs, rádios, revistas e jornais), principalmente a velha
mídia mineira, ataca quem defende a democratização das mídias. Claro, para esse
tipo de gente a mídia concentrada em oligopólios como ocorre de forma
inconstitucional do Brasil é garantia de manutenção do seu poder.
Esses políticos contrários
à democratização das mídias são os mesmos que quando estão no poder despejam
milhões em publicidade e assinaturas para a revista Veja, a Rede Globo, o
jornal Folha de S. Paulo, a rádio CBN, entre outras velhas mídias. Mas criticam
qualquer verba destinada para sites e blogs, a não ser que sejam verbas para o
UOL, G1, etc.
No final de sua coluna
Aécio faz uma ameaça: “calúnia, injúria e difamação são crimes. E assim devem
ser tratados”. Com esse discurso ele vai partir para cima dos blogs progressistas
de todo o país que mostram a faceta do político que não aparece na TV, rádios e
jornais mineiros.
Aécio ameaça com ações
judiciais contra os blogueiros. Mas os blogueiros do Paraná e do Brasil estão
se organizando para que tenham defesa jurídica contra tentativas de censura e
intimidação de políticos poderosos.
Políticos poderosos já
ameaçaram e processaram de forma injusta e autoritária o Blog do Tarso, que nem
pessoa jurídica é e pode ter que pagar valores próximos a R$ 200 mil em multas
e indenizações. Mas por enquanto continuamos firmes na luta!
Tarso Cabral Violin –
advogado, professor universitário e autor do Blog do Tarso
Nenhum comentário:
Postar um comentário