quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fernando Ferro: “Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer”


por Luiz Carlos Azenha
 
Nenhum dos envolvidos com o bicheiro — ou, se preferirem, com o “empresário do ramo de jogos” — Carlinhos Cachoeira deve escapar da investigação da CPI que, tudo indica, será criada na semana que vem no Congresso para se debruçar sobre os desdobramentos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
A opinião é do deputado Fernando Ferro (PT-PE), que foi o criador do famoso PIG, o Partido da Imprensa Golpista, para se referir a grupos de mídia que se engajaram em campanhas contra o governo do ex-presidente Lula, algumas delas baseadas em fiapos de informação, quando não em fantasias.
Sobre a ênfase dada nas últimas horas às suspeitas em torno do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, do PT, o deputado negou que deva ser motivo para o partido desistir de investigar:
“Não, de forma alguma, é motivo para investigar e esclarecer. E nós não podemos aceitar acusações simplesmente como tentativa de desviar o foco, uma vez que o centro desta corrupção está no DEM, está aí nos setores da mídia que participou desse esquema de escândalo e faz parte da articulação do Cachoeira. Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer. E aí não tem motivo para ter medo. Se tiver culpa eu sinto muito, a nossa posição tem de ser esclarecer, isso é em benefício da democracia, do próprio partido e da política limpa. Eu me recuso a aceitar acusações sem ter investigação, me recuso a não fazer a investigação, que aí é o pior dos mundos”.
Sobre a convocação de jornalistas ou de empresas jornalísticas:
“Eu acho que todos aqueles que tiverem vinculação ou qualquer contato que de alguma maneira o comprometa no processo de investigação da operação Monte Carlo, ele deve ser ouvido e trazer esclarecimentos. É incompreensível que um jornalista tenha 200 ligações para Carlinhos Cachoeira e de repente ele vai dizer que não tem nada a ver com essa onda de acusações, de arapongagem, de denúncias e de envolvimento com esse crime organizado. Não teve nada… Acho que tem que ter… obrigatoriamente esclarecer, até para o bem da autoridade jornalística e para a reputação deste orgão de imprensa mais do que ninguém deve ter interesse em esclarecer essas relações”.

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