por Luiz Carlos Azenha
Nenhum dos envolvidos com o bicheiro — ou, se preferirem, com
o “empresário do ramo de jogos” — Carlinhos Cachoeira deve escapar da
investigação da CPI que, tudo indica, será criada na semana que vem no
Congresso para se debruçar sobre os desdobramentos da operação Monte Carlo, da
Polícia Federal.
A opinião é do deputado Fernando Ferro (PT-PE), que foi o
criador do famoso PIG, o Partido da Imprensa Golpista, para se referir a grupos
de mídia que se engajaram em campanhas contra o governo do ex-presidente Lula,
algumas delas baseadas em fiapos de informação, quando não em fantasias.
Sobre a ênfase dada nas últimas horas às suspeitas em torno
do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, do PT, o deputado negou que deva ser
motivo para o partido desistir de investigar:
“Não, de forma alguma, é motivo para investigar e esclarecer.
E nós não podemos aceitar acusações simplesmente como tentativa de desviar o foco,
uma vez que o centro desta corrupção está no DEM, está aí nos setores da mídia
que participou desse esquema de escândalo e faz parte da articulação do
Cachoeira. Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer.
E aí não tem motivo para ter medo. Se tiver culpa eu sinto muito, a nossa
posição tem de ser esclarecer, isso é em benefício da democracia, do próprio
partido e da política limpa. Eu me recuso a aceitar acusações sem ter
investigação, me recuso a não fazer a investigação, que aí é o pior dos
mundos”.
Sobre a convocação de
jornalistas ou de empresas jornalísticas:
“Eu acho que todos aqueles que tiverem vinculação ou qualquer
contato que de alguma maneira o comprometa no processo de investigação da
operação Monte Carlo, ele deve ser ouvido e trazer esclarecimentos. É
incompreensível que um jornalista tenha 200 ligações para Carlinhos Cachoeira e
de repente ele vai dizer que não tem nada a ver com essa onda de acusações, de
arapongagem, de denúncias e de envolvimento com esse crime organizado. Não teve
nada… Acho que tem que ter… obrigatoriamente esclarecer, até para o bem da
autoridade jornalística e para a reputação deste orgão de imprensa mais do que
ninguém deve ter interesse em esclarecer essas relações”.
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