Posted by eduguim
Chega a este blog
informação que não surpreende porque explica fato que muitos podem estar
notando, o de que a Globo, acima da Veja ou de qualquer outro tentáculo da
mídia demo-tucana, lidera a difusão de distorções das investigações da Operação
Monte Carlo que se traduz em tentativa de voltar a CPI do Cachoeira contra o PT
e o governo Dilma.
A fonte que envia tal
informação é a mesma que alertara este blog para os fatos de que não foram 15
e, sim, ao menos 18 celulares (no inquérito aparecem 16, fora um 17º que não
aparece e foi dado a Demóstenes Torres) que o bicheiro distribuiu a comparsas,
e de que a mídia começaria a tocar no assunto Veja/Cachoeira porque o volume de
conversas comprometedoras tornaria inevitável a convocação, se não de Roberto
Civita, ao menos de Policarpo Jr. pela CPI.
Ainda que a edição da
Veja desta semana volte ao ataque e tente vender a teoria de que tudo o que
envolve a revista não passaria de “cortina de fumaça” com a qual o PT estaria
tentando desviar atenções do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal
Federal, a revista está apenas se defendendo, haja vista que sua relação com o
crime organizado explodiu na sexta-feira na grande imprensa através da Folha de
São Paulo.
Segundo a fonte do
blog, Folha e Estadão não teriam aparecido nas escutas da Polícia Federal, mas
o forte empenho da Globo em inverter o foco da investigação e intimidar
parlamentares que possam integrar a CPI que deve ser instalada na semana que
entra se deve ao fato de que ao menos um de seus repórteres teria mantido
vários contatos sugestivos com Cachoeira que estariam gravados.
Analisando o que os
jornais, telejornais e blogs das Organizações Globo têm feito – o que inclui
uso político de uma concessão pública de televisão, sem falar em rádios – logo
se percebe que não mantêm o mesmo distanciamento que os dois jornais paulistas
estão mantendo, ainda que suas preferências políticas estejam levando-os a
encampar parte dos ataques ao PT e a aliados.
Na última sexta-feira,
por exemplo, no Jornal Nacional, Willian Bonner faz um ar grave para anunciar
escutas comprometedoras contra Agnelo Queiroz que mostrariam que ele ou um
“segundo” no comando do governo do Estado teriam se encontrado secretamente com
Cachoeira. O diálogo, no entanto, não mostra nada, absolutamente nada
irrefutável.
Ainda assim, o
blogueiro da Globo Ricardo Noblat anuncia, como se estivesse falando do clima,
que Agnelo Queiroz já estaria cogitando renunciar. Isso logo em seguida a
manifestação pública e veemente de apoio ao governador que 19 dos 24 deputados
distritais do Distrito Federal fizeram na última quinta-feira.
Detalhe: não existe,
até aqui, a menor razão para que o governador de Brasília pense em renúncia.
Até o momento, nem mesmo seus assessores sofreram revelação de algo sequer
parecido com o que o Jornal Nacional de sexta-feira mostraria em seguida às
gravações que mostrou contra Queiróz.
Ao noticiar que foi
negada pela Justiça o pedido de Demóstenes Torres de interrupção do inquérito
da Operação Monte Carlo, o JN mostra gravação em que membros da quadrilha de
Cachoeira falam em mandar dinheiro para festa da mulher do senador. Assim, na
lata. Que alguém mostre algo parecido contra Queiróz ou qualquer outro governista.
Há, claro, a exceção do
deputado do PT de Goiás Rubens Otoni, que aparece em vídeo concordando em não
declarar doação de dinheiro oferecida por Cachoeira. Mas é um caso antigo, de
2004, que nada tem que ver com os fatos recentíssimos. De resto, até contra a
empreiteira Delta o que se tem são apenas diálogos inconclusivos, ainda que
sugestivos.
Eis, portanto, a
explicação para a Globo estar liderando a tentativa midiática de ludibriar a
opinião pública e de intimidar os membros da CPI para que não tentem trazer à
luz escutas que envolvem a grande imprensa.
A cabeça do Partido da Imprensa Golpista, pelo visto, também se banhou
nas águas dessa Cachoeira de corrupção midiática.
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