quinta-feira, 30 de maio de 2013

Novas medidas para a indústria de saúde permitirão que mais medicamentos sejam produzidos no Brasil

Foram anunciados acordos para fabricação de dez produtos, além de R$ 7 bi em créditos para projetos no setor

Um pacote de iniciativas que visam impulsionar a indústria brasileira no setor de saúde foi anunciado pelo governo federal na última quinta-feira (11). Foram firmadas oito parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de medicamentos e equipamentos, que deve gerar uma economia de R$ 354 milhões em cinco anos, de acordo com o Ministério da Saúde. O governo também vai disponibilizar R$ 7 bilhões para a concessão de crédito a empresas brasileiras com projetos inovadores no campo da saúde, além de R$ 1,3 bilhão para a infraestrutura de laboratórios públicos.

As oito novas parcerias preveem a transferência de tecnologia para produção de cinco medicamentos, uma vitamina e quatro equipamentos que, atualmente, são consumidos por quase 754 mil pessoas. A maior parte desses produtos é importada pelo Ministério da Saúde e ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS).

“A economia do governo gerada com a produção nacional chega ao paciente do Sistema Único de Saúde. Quanto menor o gasto do governo com a importação, mais medicamentos poderão ser ofertados gratuitamente pelo SUS”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o pacote de medidas visa tornar o mercado de saúde brasileiro mais pujante e independente em relação ao mercado externo. Com isso, será possível reduzir o déficit do setor, que atualmente está em R$ 10,5 bilhões.

Pelos acordos, os laboratórios estrangeiros se comprometem a transferir, aos laboratórios brasileiros, a tecnologia para a produção nacional do medicamento ou da vacina, dentro de um prazo de cinco anos. Como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra desses produtos - pelos menores valores cotados no mercado mundial - durante esse mesmo período.

Por meio das parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDP) entre laboratórios públicos e privados, o Ministério da Saúde quer garantir o acesso a tratamentos de alto custo e ampliar o atendimento aos pacientes do SUS. Com os novos acordos, estarão em vigor um total de 63 parcerias entre 15 laboratórios públicos e 35 privados para a produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. Estima-se que essas PDP resultem em uma economia anual aproximada de R$ 2,5 bilhões para o Ministério da Saúde.

Patentes - O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) formalizou o compromisso com o Ministério da Saúde de dar prioridade à análise da patente de produtos estratégicos para o SUS, conforme resolução publicada na última terça-feira (9). Com isso, a expectativa é que o tempo de análise seja reduzido de nove anos para nove meses. Estão inseridos no grupo dos produtos estratégicos para SUS, por exemplo, medicamentos para câncer, Aids e doenças negligenciadas.

Os ministérios do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se comprometeram a  elaborar estratégias para agilizar os processos para registro de novos produtos e para a autorização de funcionamento de plantas industriais para investidores nacionais e estrangeiros interessados em implantar novos empreendimentos no país.

Também foi assinado acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Artigos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, para divulgar à indústria nacional as normas técnicas internacionais específicas para produção de equipamentos e medicamento e, assim, preparar as empresas para competir no mercado global.

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