domingo, 13 de fevereiro de 2011

Lobão assume que é picareta em entrevista

Lobão deu uma longa entrevista, publicada no Último Segundo, para falar de sua biografia lançada em livro. Lança algumas revelações interessantes sobre a indústria fonográfica brasileira, comenta alguns fatos pitorescos, como uma curiosa mania de perseguição associada a figura de Herbert Vianna, seu desafeto, e também confirma aquilo que todo mundo sabe, o fato da maioria das bandas de rock brasileiras dos anos 80 copiarem descaradamente bandas gringas. Mas o que realmente chama a atenção é sua confissão, Lobão assume que é um farsante. Nos anos 90, tal músico se destacou como um crítico mordaz da indústria fonográfica, fez violentos ataques ao jabá e aos artistas vendidos. Tudo jogo de cena, o que Lobão queria era entrar para o clube, depois que conseguiu, virou cordeirinho. O que mais me incomoda é o fato de ter admirado Lobão nessa fase, acreditei em seu teatro, e muitos amigos meus me acompanharam. Vejam os trechos abaixo, em que o Picaretão se entrega.  

"As pessoas pensam: “Esse cara deve ter sido um marginaleco na infância”. Não, eu era o mais careta do mundo, careta convicto, que caguetava maconheiro, fazia coisas horrorosas."

"Comecei a perceber que a indústria estava fadada a uma bomba-relógio. Não tinha um vilão ainda, as gravadoras começaram a ficar vilanizadas a partir da campanha para criminalizar o próprio consumidor pela pirataria. Não, agora eu vou fazer deles vilões".
"(...). Comecei a fazer táticas de guerrilha e a blefar pra caramba, porque “A Vida É Doce” não tinha vendido porra nenhuma. Falei que tinha vendido 50 mil cópias, não tinha vendido nem mil".

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