domingo, 20 de fevereiro de 2011

O salário mínimo e a “pobreza”


Luiz Müller

O Salário Mínimo sempre foi instrumento de redução da miséria. Houve tempo inclusive, que ele era o único instrumento. Mais do que isto, num Brasil permanentemente inflacionado e nosso dinheiro não valendo muito mais do que papel no que ele era impresso, ele era inclusive visto como moeda de cálculo para outros salários. Me lembro ainda de, eu mesmo e outros, expressarmos o valor do contracheque : “eu ganho 2,5 salários mínimos”, “eu ganho “x” salário mínimos”. O tempo agora é outro. É o tempo do PIB alto, das reservas internacionais altas, o que respalda o nosso dinheiro, o Real. E agora o Real vale mesmo. Pra fora e pra dentro. O poder aquisitivo aumentou. E o Salário mínimo então, foi aumentado em mais de 80% acima da inflação nos anos do governo Lula. E o Salário mínimo, que em um período do Governo FHC não comprava nem uma cesta básica inteira, hoje já equivale a mais de 3 cestas básicas. Valia menos de 100 dólares e hoje vale 300 dólares. Mas salário é pago para quem tem trabalho fixo. E no Brasil ainda tem muita gente que não tem nem isto. Por esta razão foi criado o Bolsa Família. O resultado do bolsa Família todos sabem: 11 milhões de famílias saíram da pobreza absoluta. Alem disto, a aumento do poder aquisitivo de todos os salários, e não só do mínimo, propiciaram que mais gente chegasse a classe média. Em 8 anos foram gerados mais 15 milhões de empregos com CTPS assinada. Nunca a taxa de desemprego esteve tão baixa. Então, temos empregos e trabalhadores assalariados. Trabalhadores assalariados tem representação sindical. Os Sindicatos, que representam os trabalhadores assalariados, para conquistar melhores salários, negociam anualmente com os patrões. O melhor instrumento para conqusitar melhores sala´rios, se a negociação não dá certo, é a greve. Greve é algo que o trabalhador só faz quando tem uma certa tranqüilidade de não perder o emprego, ou se perder, ter outro emprego para trabalhar. Por isto, durante todo o governo FHC houveram poucas greves. O desemprego era grande e ninguém se arriscaria. Não é o caso agora. Há condições para que as categorias profissionais mais organizadas façam reivindicações em melhores condições do que naqueles anos do FHC. Por tudo isto, estranhei muito, ao ver ontem no congresso nacional, representantes sindicais aplaudindo as propostas do DEM e do PSDB para aumento do salário mínimo.

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