domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ronaldo: o atleta, a dor e o fim



Um dos maiores jogadores de todos os tempos deixa os gramados e dá início à transformação de fenômeno em mito. Na nova etapa, ele vai usar seu prestígio e carisma para impulsionar a carreira de esportistas e ajudá-los a crescer financeiramente

Nas palavras do antropólogo americano Joseph Camp­­bell (1904-1984), um papa em mitologia que assina “As Máscaras de Deus” – espécie de bíblia do assunto –, “o mito é a própria experiência de estar vivo”. Na segunda-feira 14, às 13h, o País assistiu, ao vivo, ao emocionado adeus de um dos maiores atores dessa arte: Ronaldo Luís Nazário de Lima. O carioca do subúrbio de Bento Ribeiro que venceu na vida calçando chuteiras e virou o Fenômeno retirava-se dos gramados naquele momento como a materialização em carne e osso do que Campbell escrevera. Dono de um esplendor técnico que fez dele o maior artilheiro da história das Copas, bicampeão mundial (1994 e 2002) e por três vezes o melhor futebolista do planeta, Ronaldo é, como diz o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, demasiadamente humano. A cerimônia repleta de lágrimas da semana passada, em São Paulo, foi apenas um capítulo a mais numa trajetória feita de erros e acertos, dramas e consagrações públicas, que construíram o mito do herói na adversidade.

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