sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A escolha de Kassab: a política em detrimento da gestão da Capital

E as obras do prefeito só vão ajudar contra enchentes em 2013...

Questão de opção - mas, que prejudica a cidade e sua população. O prefeito paulistano, Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD), maior aposta política dos conservadores da direita saída das urnas de 2008, destrambelhou-se todo. Neste penúltimo ano de seu segundo governo, abandonou a administração. Não "acordou" até agora para voltar a comandá-la.

Pior, termina o ano também envolvido em denúncias de corrupção na inspeção veicular na capital (contratos com a empresa Controlar), na compra ipads para a Saúde. Sem contar que anda mal avaliado. Na última pesquisa Datafolha, divulgada neste fim de semana, a população atribuiu nota 4,5 à sua administração. No dia seguinte, na mesma Folha, ele deu nota 10 à sua própria gestão.

Neste 2011 dedicou-se a fundar pela 3ª vez o PSD. Já começou errado, numa apropriação indébita, associando o partido ao desenvolvimentismo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, o que o levou a tomar uma bronca da única filha viva de JK , Maristela Lopes Kubitschek. Ela veio a campo esclarecer que este PSD do Kassab não tem nada a ver com o do pai dela.

Partido parece uma nau dos insensatos

Mas, reconheça-se teve êxito na empreitada de formação do PSD. Quase acabou com o DEM (que perdeu a maior parte dos que migraram para ingressar no PSD) e outros menos cotados. E êxito, principalmente, naquilo a que Kassab se propunha: fundou um partido que não é de centro, nem de direita, nem de esquerda. E não é de oposição e nem governo. Aliás, é governo nos Estados e municípios onde o acolhem e o encaixam como tal.

Com uma trajetória dessas, o novo partido do Kassab parece uma nau dos insensatos, um barco salva-vidas para  os descontente de vários partidos. Principalmente dos que querem disputar a eleição do ano que vem - e futuras - em legendas menos congestionadas por outros candidatos. O PSD pega e nele entra qualquer um.

Já na administração, no pouco que se dedicou a ela neste seu penúltimo ano como prefeito, Kassab manteve a toada dos anos anteriores: não aplicou a cada ano nem 10% das verbas originalmente destinadas em orçamento nas obras contra enchentes. Mas, as de publicidade e propaganda de sua administração dobram de um ano para outro - as vezes dobram mais de uma vez em um mesmo ano.

Obras de Kassab só vão ajudar contra enchentes em 2013

Quando cobrado, o prefeito costuma anunciar a retomada de planos e obras. Como não os iniciou nos dois primeiros anos de reeleito, nem nos 2,5 anos de mandato que herdou do prefeito José de Serra, Kassab os retoma sabendo que não dará tempo fazê-los, ao dispor só de um último ano de gestão. É honesto e franco:  anunciou 130 intervenções em 32 bacias hidrográficas da capital. Mas já explica que as obras só estarão prontas no verão de 2013...

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