terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Braço direito de Serra é denunciado por formação de quadrilha


Folha de S. Paulo notícia indiciamento de João Faustino, mas omite que ele foi subchefe da Casa Civil e coordenou a campanha tucana à presidência em 2010

247 – Reportagem deste sábado da Folha de S. Paulo noticia que João Faustino, ex-subchefe da Casa Civil do governo José Serra, foi indiciado por formação de quadrilha por participar das supostas fraudes da inspeção veicular no Rio Grande do Norte. O esquema teria sido montado pela empresa Controlar, criada pelo empreiteiro Carlos Suarez, ex-sócio da OAS. A Folha, no entanto, não menciona os laços de João Faustino com José Serra e com o senador Aloysio Nunes Ferreira. Leia, abaixo, a reportagem:
O Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciou ontem 34 pessoas sob a acusação de participar de fraudes na implantação da inspeção veicular no Estado.
Entre os denunciados estão os ex-governadores do Estado Wilma de Faria e Iberê Ferreira, ambos do PSB, o suplente de senador João Faustino (PSDB) e o diretor-presidente da Controlar, consórcio responsável pela inspeção veicular em São Paulo, Harald Peter Zwetkoff.
Os ex-governadores e o suplente foram denunciados sob acusação de envolvimento em crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, tráfico de influência e fraude em licitação.
Zwetkoff é acusado de formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação. Troca de e-mails obtidas com autorização judicial revelam que ele repassou ao consórcio Inspar, do RN, as bases usadas em São Paulo para a implantação da inspeção.
Segundo a Promotoria, com as informações, o grupo fraudou a licitação, que renderia até R$ 1 bilhão em 20 anos. O consórcio pretendia implantar o esquema em outros dez Estados.
Além denunciar as 34 pessoas, os promotores apresentaram à Justiça mais dez pedidos de prisão preventiva. A suposta fraude já havia levado 13 pessoas à prisão. Ontem, cinco foram soltas. Entre eles, está João Faustino.
Os acusados também foram flagrados em escutas telefônicas, supostamente negociando acordos ilegais.
As informações foram posteriormente cruzadas com dados bancários, obtidos com ordem judicial. A promotoria apura ligações entre essas negociações e doações de campanha feitas em Estados de interesse do grupo.
OUTRO LADO
Zwetkoff, não se manifestou ontem sobre a decisão da Promotoria do Rio Grande do Norte, de denunciá-lo à Justiça por envolvimento em fraudes no serviço de inspeção veicular no Estado.
A Folha ligou para seu celular às 19h (20h em Brasília) e uma pessoa que se identificou como sendo Roberto, amigo do presidente da Controlar, disse que Zwetkoff estava em reunião e não poderia atender o telefone.
Roberto quis saber os motivos da ligação e, em seguida afirmou que, se possível, Zwetkoff telefonaria mais tarde, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.
A assessoria da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) disse que ela estava em Brasília e não comentaria o caso.Dias atrás, Faria divulgou nota negando seu envolvimento em irregularidades.
Iberê Ferreira e João Faustino não foram encontrados.

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