O participante expulso do Big Brother Brasil (BBB), da TV Globo, declarou que simulou fazer sexo como estratégia de jogo no programa, formando um casal para permanecer no programa.
A emenda pode ser pior do que o soneto.
A declaração não é nada boa para a TV Globo, e não é só perante o telespectador, que estará se perguntando: se foi combinado com a produção, o programa é totalmente falso, a realidade passa longe do show. Se não foi combinado com a produção, como eles não interromperam um ato que poderia ser estupro de vulnerável?
Também não é boa para a TV Globo perante as leis, pois, caso fique comprovado simulação de um crime (estupro de vulnerável), pode cair no mesmo caso do programa do Gugu, quando foi suspenso (retirado do ar por um domingo, quando era no SBT).
O programa do Gugu havia mostrado dois homens armados e encapuzados, dizendo integrar a facção criminosa PCC, e fazendo ameaças a diversas personalidades. Depois ficou constatado que a cena era simulada pela produção.
Um eventual processo "O povo X TV Globo" seria prejudicado com o confinamento das testemunhas sob guarda da TV Globo
Outra participante do programa, que saiu via paredão, Analice, durante entrevista coletiva falou sobre a polêmica que levou à investigação policial por suposto estupro de vulnerável: “A gente não teve informação do por que ele teria saído do programa. Ficamos perplexos e começamos a especular. Mas aí, eles pediram para a gente não comentar mais”.
A declaração complica a situação da produção do BBB e da TV Globo perante o judiciário.
A Globo pode vir a ser ré, caso se comprove sua responsabilidade, seja em infrações criminais ou civis, por danos culposos (sem intenção, mas por assumir riscos ou por negligência).
Os participantes do programa são testemunhas, e há pelo menos uma vítima em potencial, senão duas.
Alguns participantes estavam no quarto. Outros trocaram confidências com os envolvidos no episódio, e por serem confidentes também são testemunhas chave.
E as testemunhas estão amarradas por contratos a ficarem confinadas e obedecerem as determinações da direção do programa. Por isso estão sob controle do departamento jurídico da TV Globo, que é parte interessada nos eventuais processos, inclusive na potencial condição de ré.
Ao que parece, as próprias supostas vítimas estão recebendo assistência jurídica da TV Globo, o que pode prejudicar a compreensão de seus direitos individuais e interesses conflitantes com a emissora. É análogo à um patrão fornecer advogado ao empregado numa causa trabalhista, e manter a exclusividade dos contatos com as testemunhas.
A situação é grave, pois coloca as testemunhas e supostas vítimas, à mercê de uma parte interessada no processo, que poderia, em tese, até preparar testemunhas.
Se, para dar um exemplo, ocorresse coação de testemunha, combinação de depoimentos forjados ou obstrução à justiça, seria caso de prisão cautelar de quem agisse de tal forma, fosse o Boninho, ou quem fosse.
A questão levanta a necessidade de medidas cautelares do judiciário, para que os participantes do BBB sejam libertados do confinamento, e sejam colocados em linha direta com promotores de justiça.
São os promotores que, num eventual processo "O povo X TV Globo", respondem pelos interesses da sociedade, e para fazer justiça às vítimas.
Postado por APOSENTADO INVOCADO
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