O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou no sábado 26 que
o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do
Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes aconteceu na sala de seu escritório e
que em momento algum os dois ficaram sozinhos para tratar de assuntos que não
fossem questões “genéricas”.
A versão desmente a conversa relatada por Gilmar Mendes à
revista Veja segundo a qual, em conversa reservada, Lula sugeriu ao ministro do
STF ajuda na CPI do Cachoeira em troca de apoio para adiar o julgamento do
mensalão.
O encontro teria acontecido no escritório de Jobim. No
sábado, ao ser questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o episódio, o
também ex-ministro do STF reagiu: “O quê? De forma nenhuma, não se falou nada
disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa
sobre o mensalão.”
Segundo o jornal, Jobim disse, sem entrar em detalhes, que em
nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na
cozinha do escritório, como relatou revista. ”Tomamos um café na minha sala. O
tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo
nós ficamos juntos.”.
Acuada pelas suspeitas de ter servido aos interesses da quadrilha
de Carlinhos Cachoeira, por meio de
reportagens a exaltar comparsas como o senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) e atacar grupos rivais, Veja decidiu nesta semana usar uma possível
ingerência o ex-presidente Lula no caso para tentar reforçar sua tese de que a
CPI do Cachoeira servirá para “abafar” o julgamento do mensalão. O elo desta
vez foi justamente Gilmar Mendes, ministro de quem a proximidade com Demóstenes
é pública e notória – e que, como se sabe, não poderia sozinho adiar julgamento
algum.
Foi mais um exemplar de contra-golpe ensaiado para sair do
foco das investigações da CPI, desmentido no mesmo dia por um dos personagens
citados na apuração.
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