Milhares de pessoas
saíram às ruas terça-feira nas manifestações do Dia Internacional do Trabalho
realizadas nos diferentes países da América Latina, reivindicando melhorias
salariais e das condições de trabalho, em alguns casos e, em outros, apoio a
políticas governamentais.No México, as comemorações do Dia do Trabalho se
converteram em um ato contra os partidos PAN e PRI. Os trabalhadores foram
chamados a dar um voto de castigo aos “partidos que quebraram a nação”. Muitos
manifestantes utilizaram a máscara que se tornou ícone da resistência cidadã
contra os centros do poder mundial.
La
Jornada
Milhares de pessoas
saíram às ruas terça-feira nas manifestações do Dia Internacional do Trabalho
realizadas nos diferentes países da América Latina, reivindicando melhorias
salariais e das condições de trabalho, em alguns casos e, em outros, apoio a
políticas governamentais. No Chile, a jornada culminou com distúrbios
provocados por encapuzados e um saldo de 20 detidos e seis policiais feridos.
Em Caracas, milhares de
venezuelanos marcharam pacificamente pelas ruas centrais da cidade, divididos
entre os seguidores do presidente Hugo Chávez, que viajou de novo a Cuba na
segunda-feira, e os opositores. As mobilizações começaram desde cedo em um
ambiente festivo e marcado pelas campanhas políticas para a eleição
presidencial de 7 de outubro.
Os partidários do
governo reafirmaram seu apoio a Chávez e à promulgação de uma nova lei do
trabalho que prevê a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas
semanais, pagamento em dobro para trabalhadores demitidos injustificadamente,
eliminação de contratação de terceiros e aumento da licença maternal para seis
meses, normas que o ministro da Energia, Rafael Ramírez, considerou como
ferramentas extraordinárias com as quais nossos trabalhadores passarão a contar
para a construção do socialismo. O presidente Chávez, por sua parte, enviou por
meio do Twitter uma saudação revolucionária a “todos e todas dignos
trabalhadores da pátria bolivariana. Viva a classe operária! Viva o 1º de
maio!”.
Em La Paz, com o apoio
dos movimentos sociais e protestos da Central Operária Boliviana, o presidente
Evo Morales insistiu na necessidade de pensar na Bolívia, fazendo alusão aos
setores que reclamam aumentos salariais exorbitantes e aos que rechaçam a
jornada de trabalho de oito horas.
Os empregados
sindicalizados equatorianos também marcharam divididos entre os apoiadores e os
opositores das políticas laborais do governo. Em Quito, ocorreram as principais
concentrações com o opositor Frente Unitária dos Trabalhadores e a Confederação
de Trabalhadores do Setor Público, que apoia o governo do presidente Rafael
Correa. Correa esteve nesta última marcha, onde propôs radicalizar as políticas
trabalhistas e pediu apoio à revolução cidadã, mas sem lançar pedras e sim com
paz e votos.
O presidente peruano
Ollanta Humala, por sua vez, anunciou um aumento do salário mínimo, de 253,7
para 281,9 dólares, e se comprometeu a avançar em uma estratégia contra o trabalho
infantil e a buscar uma igualdade salarial entre homens e mulheres. Não
faltaram críticas por parte da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru, que
denunciaram que Humala mantém o mesmo sistema de exploração da época de Alberto
Fujimori (1990-2000).
Em São Paulo, os
sindicatos reuniram milhares de trabalhadores e reivindicaram como uma vitória
a crítica feita pela presidenta Dilma Rousseff contra os bancos privados pelos
altos custos do crédito. Em São Luiz, no Maranhão, ocorreu um protesto pelo
assassinato por pistoleiros do jornalista Décio As, o quarto repórter
assassinado este ano no Brasil.
No Chile, a Central
Unitária de Trabalhadores reuniu cerca de 40 mil pessoas na comemoração em
Santiago, que começou pacificamente e terminou com graves distúrbios e detenção
de vinte manifestantes, além de seis policiais feridos. Os distúrbios ocorreram
quando as marchas já estavam se dispersando e apareceram encapuzados que
entraram em choque com a polícia. Os trabalhadores caminharam ao lado dos estudantes
em meio à muita dança e música, com bandeiras e cartazes com demandas de
melhorias nas condições de trabalho e melhores salários, relatou Enrique
Gutiérrez, correspondente do La Jornada.
Paraguai, Uruguai,
Argentina, Colômbia e os países centroamericanos também foram palco de
mobilizações. No México, as comemorações do Dia do Trabalho se converteram em
um ato contra os partidos PAN e PRI. Os trabalhadores foram chamados a dar um
voto de castigo aos “partidos que quebraram a nação” e a cobrar a fatura por
suas políticas, vetando seus candidatos. “Não dê teu voto ao PRI-PAN. Os
indignados do México também votam”, diziam alguns dos cartazes e faixas
carregados pelas dezenas de milhares de trabalhadores de sindicatos
independentes durante a mobilização realizada na capital e em outras cidades do
país. Muitos manifestantes utilizaram a máscara que se tornou ícone da
resistência cidadã contra os centros do poder mundial.
Tradução: Katarina
Peixoto
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