domingo, 21 de agosto de 2011

“Estamos tentando nem entrar na crise. Parar ela na porta”, diz presidenta Dilma

O governo federal está empenhado em evitar que os efeitos de uma eventual crise financeira internacional, como aquela iniciada no último trimestre de 2008, cheguem ao Brasil. A informação foi dada pela presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (19/8), em entrevista para a Rádio Metrópole AM, em São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo. Na entrevista, a presidenta Dilma voltou a afirmar que “a maior faxina” que o seu governo pretende fazer é a de acabar com a miséria no país.

“Em 2009 entramos na crise e saímos em 2010. Estamos tentando nem entrar na crise. Parar ela na porta”, disse, ao explicar que o governo tem instrumentos para isso, como o aumento da oferta de emprego e a geração de renda.

Dilma Rousseff entrou neste assunto quando foi indagada pelo radialista Jair Viana sobre o fato de uma revista europeia ter publicado reportagem afirmando que as ações do governo desagradariam a base parlamentar no Congresso Nacional. “A revista não percebe que a minha base de sustentação não concorda com malfeitos. O povo brasileiro é um povo trabalhador, honesto e não concorda com malfeito, e tem horror ao crime organizado. O meu governo e o povo brasileiro também não gostam de injustiça. De julgamentos que não deem espaço para provar”, enfatizou.

Porém, a presidenta Dilma mostrou-se firme no respeito à presunção de inocência e explicou que somente a polícia, o Ministério Público e o Poder Judiciário têm a função de apurar as denúncias e punir aqueles que foram considerados culpados. Fora isso, nenhuma outra instituição poderia julgar qualquer cidadão. “É um absurdo voltar atrás nas rodas da história e acabar com a presunção da inocência… Eu não permitirei isso”, afirmou.

A presidenta iniciou a entrevista com um relato sobre o Minha Casa, Minha Vida, programa de construção de moradias do governo federal. Aliás, este foi o motivo da agenda no município: entregar cerca de duas mil habitações. Segundo ela, enquanto candidata à Presidência da República, no ano passado, manteve uma das vertentes voltadas para a área social como forma de permitir o desenvolvimento do país.

“Bom dia aos moradores de São José do Rio Preto. Fiz minha campanha voltada para a questão da dimensão social de qualquer desenvolvimento. Sem gerar emprego… não temos desenvolvimento. A moradia é uma questão fundamental. Onde você cria a segurança da família. É impossível a gente falar em segurança sem falar do acesso a uma casa para morar… A construção de habitação no Brasil tem efeito econômico fundamental. Gera emprego e cria uma dinâmica econômica.”

Dilma Rousseff explicou que desta forma o setor de construção civil assume papel de impulsionar a economia, pois ao contratar mão-de-obra e adquirir material de construção, como por exemplo cimento, telhas, estruturas de alumínio, “cria-se um circulo virtuoso”. A presidenta disse que São José do Rio Preto pode ganhar mais unidades do programa.

Em seguida, a presidenta enfocou o programa Bolsa Família e o lançamento do Brasil sem Miséria – Sudeste, que ontem (18/8) recebeu a adesão dos governadores de Minas Gerais, Antonio Anastasia; Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; Espírito Santo, Renato Casagrande; e, São Paulo, Geraldo Alckmin. Ela informou que no governo Lula foi retirada da pobreza e alçada para a classe média população equivalente ao número de habitantes da Argentina. Agora, segundo ela, o desafio se amplia com meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da pobreza extrema.

Mais adiante, a presidenta foi indagada sobre a indicação do deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) para o Ministério da Agricultura. Segundo ela, Mendes Ribeiro pode ser pouco conhecido pela maioria da população, mas pelo fato de ser oriundo do Rio Grande do Sul, um estado agrícola, seguirá no cumprimento dos projetos que vinham sendo desenvolvidos pelo ex-ministro Wagner Rossi.

A última questão apresentada foi o fato de ela ser a primeira mulher a assumir a Presidência da República. Dilma Rousseff contou que irá com afinco “honrar as mulheres brasileiras”. E não fugiu ao tema sobre futebol. Ela contou que na sua família tem muitos torcedores do Internacional, e por isso é colorada. Mas, também torce para o Atlético Mineiro.

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