domingo, 14 de agosto de 2011

Parla, Dilma!

Surgiram boatos de que o ex-ministro José Dirceu estaria temendo que Dilma não consiga terminar seu mandato por conta dos erros políticos “primários” que estaria cometendo. A base aliada no Congresso ameaça não votar matérias cruciais para a governabilidade em um momento em que a crise internacional bate à porta. E, como se não bastasse, pesquisas de opinião revelam crescente redução da aprovação ao governo.
Dilma começou seu mandato com uma base política sólida, motivada, com um apoio popular imenso e com uma militância disposta a partir para cima da oposição e da mídia para enfrentar as velhas estratégias que foram inutilmente usadas contra o governo Lula e que era previsível que continuariam a ser usadas. Aos poucos, porém, tudo foi se desfazendo – militância, base aliada e aprovação do novo governo.
Como se chegou a isso já foi objeto de reflexão deste blog. Agora há que apresentar propostas.
Em primeiro lugar, a população quer respostas. Quer saber o que Dilma pensa da onda de matérias na grande imprensa dando conta da existência de uma imensa rede de corrupção em seu governo. Em segundo lugar, aqueles que se acostumaram, durante a era Lula, a dar de ombros para as incessantes denúncias e ataques da mídia ao ex-presidente, agora esperavam que, como o antecessor, Dilma desse a versão dela.
Crise econômica internacional, críticas da imprensa a Lula na forma de existência de uma “herança maldita” que ele teria deixado para a sucessora, quedas sucessivas de ministros recém-nomeados pela presidente, escândalos infindáveis de corrupção tomando tevê, rádio, portais de internet, revistas, jornais…
Ora, se tudo isso existe no governo Dilma – e se ela não dá outra versão da história –, nem com um ou outro colunista da grande imprensa dizendo que a presidente estaria promovendo “faxina” é possível mitigar o fato de que os responsáveis pelo que há de bom e de ruim neste governo são ela mesma e o seu padrinho político. A menos que a líder política da nação use de sua prerrogativa de se manifestar e ser ouvida para dar a sua versão dos fatos.

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