Para ex-presidente, é intolerável que um só país (Grécia) ponha em risco toda a União Europeia
Em pronunciamento em Madri, na quarta-feira, 19 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o mundo carece de organismos multinacionais que obriguem os países a cumprir acordos "para identificar as práticas de risco, ampliar os controles sobre os mercados financeiros, incluindo os hedge funds, lutar contra os paraísos fiscais e aplicar sanções para proteger as finanças públicas". As declarações foram feitas no encerramento de conferência promovida pela Fundación Ideas. Segundo Lula, a única solução passa pela política. “Precisamos de políticos com coragem, dispostos a servir bebidas amargas, mas não a permitir que os trabalhadores paguem pela crise, que pensem mais nas próximas gerações do que nas próximas eleições.”
Para o ex-presidente, o principal problema hoje é o elevado endividamento de bancos, empresas e consumidores, "que foram obrigados a crer em uma politica de crédito na qual o ser humano podia comprar o que não podia pagar". Ele acrescentou que nas reuniões do G-20 (grupo dos países mais desenvolvidos), em 2008 e 2009, foi feito um diagnóstico preciso das causas da crise internacional. "No entanto, apesar de se proclamar em Washington em 2008 e se repetir em Londres em 2009 que a era do sigilo bancário havia acabado, as recomendações não se cumpriram.”
Lula disse ainda que "o mundo não tem direito de permitir que a União Europeia acabe", porque "o que os europeus fizeram após acabar a 2ª Guerra Mundial faz parte do patrimônio democrático da humanidade". Por isso, acrescentou, "é inaceitável que uma economia do tamanho da Grécia ponha em risco toda a União Europeia. É como se uma unha do meu dedinho pudesse matar-me".
Fonte: Rede Brasil Atual
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