sábado, 29 de outubro de 2011

PREFEITURA QUER TRANSFORMAR CURITIBA EM SÃO PAULO


Até as pedras sabem que o metrô de Curitiba é uma peça de enganação.

Ela vem se perpetuando há anos com o mesmo trololó. Coisas fabulosas que nunca saem do papel. E talvez, nem deveriam sair, mesmo.

Primeiro, sabedeores de que o povo da cidade realmente gostaria de ter um sistema de transporte que o identificasse mais com uma cidade grande, viram nisso o metrô. É mais ou menos assim, se em Nova Iorque, Paris ou Tóquio o modal escolhido fosse o balão inflável, o cidadão daqui ia querer balões infláveis por todo o céu.

Metrôs, é sábido, são úteis. Mas eles só valem a pena quando são construídos no tempo adequado. Curitiba gastaria demais pra construir uma obra que não é necessariamente, o único sinônimo de velocidade e evolução. Outras também são e custariam muito mais barato. Os metrôs destas outras cidades foram construídos há cem anos. Prova disso, é ver a ladainha de puro mal gosto que é a expansão das linhas em São Paulo. Caríssimas e inviáveis.

Ora, como explicar que custaria uma fábula escavar toda a cidade que já está repleta de prédios? Como explicar que as linhas custariam caro demais? Como explicar que os 14 quilômetros do metrô que a Prefeitura está prometendo não vão refrescar em nada a vida do povo de uma cidade que tem mais de 1.700 quilômetros de linhas de ônibus?

Pois bem. Aos poucos algumas cabeças pensantes estão externando na mídia que o metrô de Curitiba não é nada mais que uma justificativa para inaugurar uma época de obras faraônicas, triliardárias, que endividaria a cidade e seu cidadão para sempre e que só faria realmente bem, para os empreiteiros e para os caixa 2 de reeleição.

Quem lê este blog sabe das reservas que este escriba tem em relação ao ex-Governador e ex-Prefeito Jaime Lerner. São muitas. Mas é preciso reconhecer. Ele tem se insurgido eventualmente, para falar que o que a administração atual quer, é esfacelar a cidade para ter um argumento para "implantar" a solução para o caos que ela mesma criou. O clássico "criar uma dificuldade para vender uma facilidade".

Um ex-presidente do IPPUC, o Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba também veio a publico no jornal Gazeta do Povo falar a verdade sobre o metrô. Que ele é caro demais e não vai prestar. E pior, quem vai pagar duas vezes a conta é o povo. A tarifa do ônibus vai subir pra poder subsidiar o sistema de metrô e na outra ponta, a cidade, endividada, deixará de investir em uma série de coisas de primeira necessidade para o já penalizado curitibano. Menos saúde, menos educação e menos transporte coletivo também. Ora, o dinheiro é finito. Se nossa grana vai toda para esse metrô, significa obviamente que não teremos para o resto.

Os 14 quilômetros de metrô em Curitiba vão ser a panacéia? Vão resolver todos os problemas da cidade? Vai tirar o congestionamento das ruas? Não, não e não. Por quê a Prefeitura vende isso como se fosse a solução pra tudo?
O que nossos administradores estão fazendo, infelizmente, é pretender transformar uma cidade que um dia foi inovadora, numa nova São Paulo. Desorganizada, mal cheirosa e abarrotada de carros (transporte coletivo ruim obriga o cidadão a andar de carro).

Eu, particularmente, não quero isso para a minha Curitiba. Sigo a lógica do Garganta Profunda* para entender os motivos de tanto empenho da Prefeitura em criar a "solução definitiva": "Siga o dinheiro", dizia o Garganta.

Se quiser ler a boa entrevista do ex-Presidente do IPPUC mostrando a fraude que é o metrô de Curitiba, clique neste link.

  • Garganta Profunda era o pseudônimo do denunciante do esquemão Watergate, do pilantrasso Richard Nixon, nos EUA. Na visão dele, se você seguisse o rastro do dinheiro, encontraria as pessoas e os motivos da bandalheira.

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