sábado, 29 de outubro de 2011

Oposição aposta na queda de mais ministros

Por Daniela Martins | Valor BRASÍLIA

Depois da queda do sexto ministro do governo Dilma Rousseff, a oposição no Congresso aposta que outros titulares de ministérios devam deixar a Esplanada ainda neste ano. O PSDB acredita que, antes da reforma ministerial planejada pela presidente para 2012, denúncias devem derrubar mais integrantes do governo.

De acordo com os deputados tucanos César Colnago (ES) e Fernando Francischini (PR), os ministros das Cidades, Mário Negromonte (PP), e do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), devem ser os próximos a deixar os postos, já que em suas Pastas foram identificadas supostas irregularidades neste ano.

Os parlamentares do PSDB apontam que os dois ministros perderam o prestígio com o Palácio do Planalto e até mesmo dentro de seus partidos. A revista “Veja” apontou, por exemplo, que Negromonte foi acusado por deputados do seu próprio partido, o PP, de oferecer um mensalão de R$ 30 mil a parlamentares na tentativa de manter o controle da legenda. Lupi foi acusado, em reportagem do “Correio Braziliense”, de irregularidades na seleção e execução de convênios para beneficiar membros do PDT.

Nesta semana, no entanto, o ministro Carlos Lupi tentou demonstrar despreocupação com a possibilidade de deixar a Pasta. “Eu estou até forte demais, estou pesado, estou precisando até emagrecer. Eu não tenho essa preocupação”, ironizou, em audiência na Câmara.

Para Colnago, os dois ministros não devem resistir nos cargos se surgirem novas acusações nos próximos dias. “Se há indícios e a imprensa pautar, a presidente vai continuar reagindo, mas não fará aquilo que deveria, que é uma desinfecção para garantir a lisura, a ética e a moralidade na administração federal”, afirmou o parlamentar.

“Não adianta fazer reforma ministerial e continuar com os mesmos procedimentos. É preciso uma reforma ética e moral”, afirmou Francischini. “O país vai sendo tocado com base em denúncias e com a presidente fazendo de conta que há uma limpeza no governo”, completou.

(Daniela Martins / Valor)

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