domingo, 23 de outubro de 2011

PT SE SOLIDARIZA A DELÚBIO

Debate promovido pelo diretório de Goiânia reúne centenas de militantes para debater a crise política de 2005

“Não existiu  mensalão, ou a compra de apoio de deputados no Congresso Nacional para votação em material de interesses do governo do presidente Lula”. A assertiva é do ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, que foi um dos palestrantes do debate “Crise Política de 2005 – A defesa de Delúbio no STF”, promovido pelo Diretório Municipal do PT em Goiânia na noite de quinta-feira (20/11).

Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal em 2005, Greenhalgh  diz que o episódio foi a tentativa de setores mais exarcerbados da oposição de interromper o mandato do ex-presidente Lula. “A bancada de oposição sabia que a denuncia não procedia e diziam, abertamente àquela época, nos corredores da Câmara, que o objetivo era sangrar até a morte o nosso governo”, relata.

Advogado de presos politicos nos anos de chumbo da Ditadura Militar (1964-1985), Greenhalgh argumenta que todos dirigentes do PT, e em particular Delúbio Soares,  foram vítimas de uma cobertura espetaculosa por parte da mídia, resultando num prejulgamento e condenação prévia dos dirigentes e parlamentares denunciados no suposto mensalão. “Delúbio foi vítima de tortura. Foi execrado, massacrado em manchetes, torpedeado em depoimentos exaustivos em CPI’s. E é preciso dizer que este homem, mesmo sob tortura ,se comportou bem. Não denunciou ninguém, não prejudicou ninguém. Foi honrado. Naquele momento de extrema pressão, qualquer ilação que fizesse, a menor citação que fosse envolvendo o nome do presidente Lula, a República teria ido abaixo”, sintetiza.

Para Greenhalgh, a postura reta de Delúbio durante toda crise política reforça os ideais pelos quais o PT foi criado. “A solidariedade é uma marca do PT, partido que trata seus filiados por “companheiros”, palavra que no seu radical em latim significa “compartilhar o pão”. Delúbio segurou uma barra naqueles dias e hoje cabe ao partido fazer sua defesa, para que o prejulgamento que setores da imprensa insistem em fazer não contamine o julgamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal”, aponta.

A militância do PT compareceu em peso ao ciclo de debates e ocupou todas as 200 cadeiras do auditório na sede do partido, na Rua 260, no Setor Universitário. Dirigentes de outros partidos também compareceram. Presidente municipal do PC do B, Luiz Carlos Orro manifestou solidariedade a Delúbio, avaliando que o momento é de reflexão. “Há setores que não se conformam com a vitória de um projeto de esquerda na presidencia da República. Setores que querem derrubar um ministro por mês, que tentaram desestabilizar o presidente Lula e querem fazer o mesmo com a presidenta Dilma. Nestes momentos é importante a união de todas as forças progressistas”, analisa.

Ex-deputado federal e ex-preso politico Tarzan de Castro aponta semelhanças entre o momento atual e aquele que desencadeou o Golpe de 1964. “Propagaram uma mentira, contaminaram a população com uma farsa para derrubar o governo legítimo do presidente João Goulart. Os militantes da democracia não podem permitir que a mentira prevaleça outra vez e venha prejudicar um governo que está transformando o Brasil e a vida dos brasileiros para melhor”, reflete.

Sindicalistas presentes no evento, entre eles, lideranças dos correios, professores e servidores públicos, externaram preocupação com o momento que vive hoje o Judiciário no Brasil. Entre outras observações, destacaram que os julgamentos são transmitidos pela TV, e há o risco dos ministros do STF julgarem para o telespectador em detrimento do julgamento dos autos.

Em sua fala, Delubio Soares pediu que os militantes leiam a defesa que apresentou ao Supremo. Cópia das alegações finais foram distribuídas aos petistas, juntamente com CD desenvolvido por Delúbio cujo software atualiza automaticamente sites e microblogs, assim que instalado no computador. “Tudo que pedidos é um julgamento justo, nos autos”, frisa. Luiz Eduardo Greenhalgh reitera que “se a acusação não conseguiu comprovar a existência do mensalão, mesmo após ouvir 400 testemunhas, portanto, não há elementos para condenação”, conclui.

Presidente metropolitano do PT, o deputado estadual Luis Cesar Bueno coordenou os trabalhos. A mesa também teve participação da secretária-geral, Paula Beiro e dos dirigentes José Antônio, Osmar Magalhães (que representou o prefeito Paulo Garcia).  Compareceram ao encontro as presidentas da CUT, Bia Lima; do Sintego, Iêda Leal; o superintendente Regional dos Correios, Sérgio Repolho, conselheiros da OAB-GO Sebastião Ferreira Leite e Pedro Paulo Medeiros, o vice-presidente da Asban-GO, Mario Jorge e os secretários municipais Neyde Aparecida , Sebastião Macalé, Tereza Souza, João Domingos, Ivanor Florêncio, o prefeito de Buriti Alegre, João Alfredo e o ex-secretário estadual Eurípedes Pankão.

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