domingo, 27 de março de 2011

Homenaje a Luiz Inácio "Lula" Da Silva - Subt. Español

Dilma recebe no Planalto estudantes que faziam passeata



Depois da passeata, estudantes foram recebidos pela presidenta Dilma

A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) realizaram nesta quinta-feira (24) uma passeata em Brasília, para pedir que 10% do Produto Interno Bruto (PIB), além de 50% dos recursos do fundo social do pré-sal, sejam destinados à educação.

A passeata que reuniu cerca de 5 mil estudantes em Brasília é parte da Jornada de Lutas 2011 da UNE, Ubes e ANPG. Desde segunda-feira diversos debates, ocupações de universidades e atos de rua ocorrem por todo o país. A campanha também repercute na internet, sendo que esta quinat-feira (24) foi eleita para a realização de um “tuitaço” da campanha #educacaotemqueser10, mote da Jornada de Lutas deste ano, que tem na pauta o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020.

Uma hora com Dilma

Após a passeata, as entidades foram recebidas num primeiro momento, pelo secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e em seguida todos se reuniram com a presidenta Dilma, que se fez acompanhar pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.

As entidades apresentaram as principais pautas em relação ao PNE, com prioridade àquelas relacionadas ao financiamento da educação. A presidente concordou com a necessidade de priorização da educação e falou da necessidade de reconhecimento profissional, valorização social e dignidade salarial dos professores. Segundo Dilma, este é um elemento basilar da ação política concreta do governo.

Conselho Político debaterá projetos antes de serem enviados ao Congresso Nacional

Presidenta Dilma Rousseff comandou reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto,que contou com participação de lideranças de 17 partidos da base do governo no Congresso Nacional.
Após mais de três horas de reunião sob comando da presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (24/3), lideranças dos 17 partidos que integram a base do governo no Congresso Nacional deixaram o Palácio do Planalto cientes que o Conselho Político será o fórum para debater projetos que serão encaminhados ao Poder Legislativo.

A informação foi transmitida pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Luiz Sérgio, durante entrevista coletiva. O ministro explicou que os parlamentares e os dirigentes dos respectivos partidos foram orientados a encaminhar todas as sugestões ao gabinete da SRI para que sejam debatidas nas próximas reuniões deste conselho.

“O objetivo é que muitos destes projetos possam ser apresentados e debatidos antes de serem enviados para o Congresso”, disse.

Luiz Sérgio reforçou o posicionamento da presidenta Dilma Rousseff, na reunião que ocorreu na Sala Suprema, no segundo andar do Palácio do Planalto, no sentido de contar com as lideranças políticas no debate de temas que sejam do interesse do país. Neste momento, os jornalistas indagaram ao ministro sobre se houve decisão referente aos restos a pagar – despesas empenhadas e não pagas – do orçamento referentes ao período 2007 a 2009 de deputados e senadores.

Dilma anuncia creches e defende acordo com governos locais

Do jornal do Brasil Aqui

Ao anunciar a liberação de R$ 800 milhões para, em quatro anos, construir 718 escolas de educação infantil, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira que o governo federal estabeleça parcerias com governos locais sem olhar o partido político responsável pelo município. Às vésperas de o Supremo Tribunal Federal (STF) voltar a julgar no mérito a constitucionalidade do piso nacional para os professores, Dilma defendeu ainda uma formação de qualidade para os docentes."Vamos estar de olho na qualidade da educação", resumiu. "Ser republicano e não olhar a origem partidária dos prefeitos é algo fundamental se o País quiser de fato construir uma democracia sólida e efetiva", afirmou.Para os prefeitos, que conforme os termos de adesão assinados hoje, teriam de arcar com parte do custeio das futuras creches até que as instituições pudessem receber verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Palácio do Planalto enviará uma medida provisória (MP) ao Congresso Nacional garantindo recursos para a viabilização das escolas infantis sem custo para os governos locais."Temos que ter professores de qualidade para lidar com crianças de zero a 5 anos, assim como professores de qualidade no Ensino Básico em geral. Iremos dar especial atenção através de todos os recursos que tem Ministério da Educação para a formação desses professores. Queremos garantir que a grande missão do professor que lida com crianças de zero a cinco anos seja fundamentada em professores bem formado, que tenham seu curso universitário", defendeu a presidente.
"Acredito que um país se mede e se dimensiona pela importância que ele dá a suas crianças, um país que dá importância às crianças afirma sua nacionalidade, seu futuro e constrói o verdadeiro caminho do desenvolvimento. Cuidar das crianças adequadamente é uma questão absolutamente decisiva para que o país seja desenvolvido. Temos de olhar com especial cuidado, não só o governo, não só a União, os estados e os municípios, mas toda a sociedade tem de olhar com espacial atenção o que é feito de nossas crianças", explicou Dilma.

Biodiesel fortalece pequeno produtor no Nordeste

Mais de 100 mil famílias lucram com a produção de oleaginosas, com contratos de cinco anos e preços garantidos pela Petrobrás

Eduardo Magossi / RECIFE – O Estado de S.Paulo

O programa nacional de biodiesel mudou a cara da agricultura familiar em regiões do Nordeste, introduzindo com sucesso as culturas do girassol e da mamona entre pequenos produtores. A garantia de escoamento por meio de contratos de longo prazo com a Petrobrás Biocombustível permite que esses agricultores ampliem a produção e troquem terras arrendadas por próprias, movimentando a economia de municípios da Bahia, Sergipe e Pernambuco.
Nessas regiões, as casas de alvenaria já substituem as barracas de lona. Nas agrovilas, a pavimentação das ruas e o surgimento de pequenos mercados, padarias e cabeleireiros refletem o desenvolvimento da economia local. A maioria das casas já conta com antena parabólica.
Iniciativas simples como garantir a compra dos produtos com contratos de longo prazo têm resultado em um aumento médio da renda destes pequenos produtores em cerca de R$ 6 mil por ano – dinheiro extra que tem sido usado para investimentos na própria lavoura e na melhoria das condições de vida.
De 100 mil famílias que plantam oleaginosas para a produção de biodiesel no Brasil, o programa da Petrobrás Biocombustível (PBio) atende mais de 50% por meio de contratos. “A grande virada foi a criação de contratos de cinco anos, que deu estabilidade e confiança ao agricultor. Ele pode pensar sua propriedade como um negócio no médio prazo”, afirma o presidente da PBio, Miguel Rossetto.

Com renda em alta, brasileiro já viaja mais de avião que de ônibus

O número de passageiros de avião superou neste ano o de viajantes de ônibus interestaduais pela primeira vez.

Em 2010, o país registrou 66 milhões de passageiros de avião em ligações entre Estados -maior número já alcançado pela aviação. Nos dois primeiros meses de 2011 já houve crescimento de cerca de 10% ante o ano passado.

Pesquisa da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)  mostra que o número de passageiros de ônibus foi próximo de 67 milhões em 2010. Com a tendência de queda desde 2003, o número não deve se repetir.

A pesquisa foi encomendada à Fipe-SP pela ANTT para avaliar o número de passageiros, dado que será usado no processo de licitação das linhas, prevista para este ano. Segundo a ANTT, as empresas de ônibus têm informado número de passageiros cerca de 38% menor que a quantidade encontrada no levantamento da Fipe.
De 2002 a 2010, o número de passageiros de avião cresceu 115%, e o de passageiros de ônibus informado pelas empresas caiu 31%.

Lula recebe homenagem da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil

O ex Presidente Lula foi homenageado nesta segunda-feira (21/03) pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil. Durante o evento, Lula disse que é solidário quanto à posição do governo brasileiro no Conselho de Segurança da ONU, que se absteve quanto à resolução contrária ao regime do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi e disse que o organismo multilateral está "enfraquecido".

"Sou solidário à posição do Brasil que se absteve na ONU contra a invasão. Essas invasões só acontecem porque as Nações Unidas estão enfraquecidas", disse num jantar no clube Monte Líbano, na zona sul de São Paulo.

"Se tivéssemos uma representação do século 21, em vez de mandar avião para bombardear, a ONU teria mandado seu secretário-geral para negociar", afirmou.

Durante o jantar, Lula ressaltou o aumento de 167% no comercio bilateral entre o Brasil e os países árabes durante seu governo, e foi elogiado por representantes da comunidade pelo seu reconhecimento ao Estado palestino.

Lula prestigia programa de ensino técnico no Paraguai, elogia crescimento e prega melhor distribuição de riquezas



A convite do governo paraguaio, o presidente Lula visitou a capital Assunção, na quarta-feira, para participar do seminário "Trabalho, Desenvolvimento e Educação" organizado pelo Ministério da Educação e Cultura do Paraguai. O presidente Lugo o recebeu pessoalmente, e está lançando um plano para o ensino técnico.

Lula enalteceu o bom momento vivido pelo Paraguai, que no ano passado teve um crescimento do PIB (produto interno bruto) de 14,5%, maior do que a China.

"O Paraguai necessita continuar crescendo, mas também reduzir as desigualdades, para a qual a educação é fundamental. Portanto, o governo paraguaio não poderia encontrar um melhor momento para lançar o plano para de melhoria do ensino técnico, que é de grande importância para o desenvolvimento de um país, para garantir que os trabalhadores qualificados necessários para a modernização da economia e melhoria da qualidade de vida das pessoas", disse ele.

Referindo-se ao seu governo, lembrou ter aberto 214 novas escolas técnicas, e fez entre 90 e 100 discursos no período dirigido a estudantes destas escolas.

Ele acrescentou que é o mais velho dos oito filhos, o primeiro a receber um diploma da escola primária, o primeiro a fazer um curso profissionalizante, graças ao qual foi o primeiro a ganhar mais do que o salário mínimo, a comprar uma casa, uma geladeira, uma televisão, um carro, "e o único que se tornou presidente da república." - provocando risos e aplausos.

Lula rouba a cena no 40º aniversário da Frente Ampla no Uruguai


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nesta sexta-feira, no Uruguai, a estrela absoluta dos festejos pelo 40º aniversário do primeiro ato político da coalizão governista Frente Ampla, participando da cerimônia como orador principal.

A presença do ex-líder deixou em segundo plano até a participação do presidente do Uruguai, José Mujica, e a de seu antecessor no cargo, Tabaré Vázquez, as duas figuras mais queridas da política do país e referências consagradas da coalizão.

Diante de um auditório lotado no Palácio Peñarol, composto por militantes e ativistas da Frente Ampla (FA), do governo uruguaio em peso e de representantes eleitos da coalizão, Lula foi só carisma e elogios para com seus anfitriões, que devolveram a gentileza louvando sua figura e seu papel como presidente do Brasil.

Em português, já que o público recusou o uso de um tradutor, Lula elogiou o papel e a influência que a coalizão –uma heterogênea mistura de partidos que abrange desde o Partido Comunista à democracia cristã– teve em seus 40 anos de história em todos os partidos de esquerda da região e sua qualidade como “uma organização plural profundamente democrática”.

Além disso, o ex-líder ressaltou a “coerência” e a “determinação” que a FA sempre defendeu em seus 40 anos de vida política, uma “qualidade” pela qual tiveram que pagar um “preço” durante a ditadura militar (1973-1985).

A ausência de Lula

Mino Carta

Modesta dissertação sobre a enésima confirmação dos delírios da mídia. Por Mino

O ausente foi mais presente do que os presentes. A frase não é minha, é do professor Delfim Netto, e diz respeito às reações da mídia nativa à ausência de Lula no almoço oferecido pela presidenta Dilma a Barack Obama. Os jornalões mergulharam no assunto em colunas e reportagens por três dias a fio, entregues com sofreguidão à tarefa de aduzir o porquê daquela cadeira vazia sem receio de provar pela enésima vez sua vocação onírica.

Neste espaço, o sonho midiático foi meu tema da semana passada, mas os especialistas em miragens insistem em mostrar a que vêm, sem contar o complexo de inferioridade tão explicitamente exposto com a visita do presidente americano apresentada como um celebrity show. As emissoras globais ficaram no ar 24 horas para contar todos os passos de Obama ou mesmo para esperar que ele os desse. A certa altura vimos um perdigueiro da informação aguardar no Galeão, por mais de uma hora, a chegada do avião que levava o visitante de Brasília ao Rio, em proveito exclusivo de uma visita instrutiva dos telespectadores a um aeroporto às moscas.

Um papo com José de Abreu sobre a Lei Rouanet



Do blog Terra Brasilis

No último domingo, tive uma conversa pelo twitter com o consagrado ator José de Abreu, 45 anos de militância política. Conheci-o virtualmente pelo twitter, há praticamente um ano, quando ele ainda usava o pseudônimo @marcosovos e militava combativamente pela eleição de Dilma e na defesa do ex-presidente Lula, constantemente atacado pela velha mídia. Pessoalmente, sou fã do seu trabalho artístico pelo menos desde 1985, ano em que interpretou Juvenal Terra com fantástico elenco na inesquecível minissérie “O tempo e o vento” que considero uma das melhores, senão a melhor produção da TV brasileira de todos os tempos.

O que motivou o debate de domingo foi um comentário que fiz criticando André Noblat pela resposta dele aos críticos. A resposta de André foi publicada no blog do seu pai, o jornalista Ricardo Noblat. Alguns blogs haviam divulgado que sua banda recebera autorização do Ministério da Cultura para captar algo em torno de 800 mil Reais, depois de o jornalista ter publicado vários posts criticando o ministério por autorizar Maria Bethânia a captar valor de aproximadamente 1,3 milhões de reais a fim de produzir e disponibilizar, em seu blog, vídeos musicais feitos especialmente para esse veículo.

Amorim: Brasil precisa ajudar países árabes

Ex-chanceler afirma que aceitação da diplomacia brasileira e fortalecimento das instituições democráticas podem fornecer experiências valiosas para os movimentos no norte da África e no Oriente Médio      

Por: João Peres, Rede Brasil Atual


           
Após levantes populares como o ocorrido no Egito, experiência brasileira pode ajudar na promoção da democracia (Foto: Dylan Martinez/Reuters - arquivo)       


São Paulo – O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim acredita que o Brasil deve ter um papel ativo na transição dos países árabes para a democracia. A confiabilidade da Justiça Eleitoral brasileira é apontada por ele como exemplo daquilo que pode ser aproveitado em países como Egito, Tunísia e Bahrein, que vivem crises políticas movidas por protestos populares. Além disso, o país não pode se furtar a dar sua contribuição à região, principalmente diante do fato de que algumas das nações pediram esse tipo de intervenção.

“O Brasil nunca vai chegar lá e dizer como é que é. Mas se houver interesse por parte deles, há uma série de mecanismos que pesam na construção da democracia, embora ela se faça somente quando há interesse do povo”, aponta o ex-chanceler. Ele critica ainda a visão "restrita" de críticos da política do Itamaraty desde 2003.

Aos 68 anos, Amorim brinca com o fim de sua gestão à frente do Itamaraty afirmando que tem agora um grande tempo para o ócio. Não faltam, porém, convites para seminários, debates e viagens. Embora afirme ter se preparado bastante para o dia em que teria de mudar-se de Brasília, admite que não é fácil deixar para trás um círculo de convivência formado ao longo de muito tempo para recolher-se ao apartamento onde mora no Rio de Janeiro.

A favor do voto em lista

José Dirceu

O ex-secretário-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso Eduardo Graeff publicou nas páginas deste O Estado de S. Paulo o artigo Contra o voto em lista (23/2, A2), cujo objetivo se observa no título, mas que tem como resultado revelar a verdadeira face da oposição hoje no Brasil: a falta de um projeto alternativo de país. Ao atacar o modelo de lista fechada, o tucano atinge as próprias fraquezas de seu partido. Nas linhas do texto, fica evidente que a oposição é um aglomerado sem propostas e despida de base social sólida a que representar. Está, enfim, à deriva.

A fragilidade do fio condutor das críticas ao voto em lista é tão grande que colabora para soterrar as ponderações mais razoáveis. Afinal, sustentar que esse modelo não pode ser aprovado porque favoreceria o Partido dos Trabalhadores (PT) é recorrer a um não argumento, que, de resto, esquece que o PT já vem crescendo há duas décadas, ampliando suas representações, seu volume de votos e número de governantes eleitos. E isso ocorre não porque o modelo favorece, mas, essencialmente, porque o PT tem propostas amplamente discutidas dentro do partido e com a sociedade e possui elevada capacidade de comunicação e mobilização. A relação do PT com a sociedade é especial, de diálogo permanente, daí os resultados nas urnas.

Justificar que o voto em lista causaria confusão entre partidos e eleitores, desacostumados ao sistema, significa, na verdade, defender o modelo atual, pois todas as demais mudanças deixariam os eleitores confusos. Trata-se de argumento que ofende a inteligência do cidadão e minimiza o papel dos meios de comunicação na difusão das informações. Além disso, o voto distrital misto, defendido por José Serra nas eleições, é mais complexo do que o voto em lista.

Legislação eleitoral deveria criminalizar o financiamento feito por pessoas jurídicas


“We have the best government that money can buy”, Mark Twain

Nós temos o melhor governo que o dinheiro pode comprar.

A forma e os mecanismos de escolha dos ocupantes dos poderes são fundamentais para caracterizar o padrão de democracia (ou não) de um país. No nosso caso, um dos aspectos dessa questão é quanto aos mecanismos (legais e ilegais) de financiamento eleitoral. Se queremos uma nação democrática de fato, é necessário um sistema de financiamento eleitoral também democrático, como poderia ser o financiamento público. Mas para a defesa de um sistema de financiamento eleitoral democrático é necessário denunciar a atual forma de financiamento.
A legislação que regula o financiamento eleitoral no Brasil permite que pessoas físicas façam doações para campanhas eleitorais de até 10% do rendimento anual bruto. Pessoas jurídicas podem fazer doações, desde que “limitadas” a 2% do faturamento anual. Essas normas, previstas respectivamente nos artigos 23 e 81 da lei eleitoral (Lei 9504 de 1997), nada têm de democráticas.

De volta a 1824

São muitos os problemas dessas normas. O primeiro deles é o que concede poderes políticos tão maiores quanto maior for a renda, o que nos remete diretamente à Constituição do Império, de 1824: quem não tivesse cem mil réis de renda anual não poderia votar nem mesmo em eleições paroquiais; para votar em deputados e senadores havia a exigência de uma renda mínima de 200 mil réis; finalmente, só poderiam ser deputados aqueles que tivessem renda de pelo menos 400 mil réis por ano.
Esse fato, freqüentemente contado como anedota para ilustrar como era precária a “democracia” no início do Império, tem o mesmo conteúdo do que está previsto na lei eleitoral de 1997: quanto mais rico alguém for, maior é o poder político que pode exercer. Exemplo: quem ganha um salário mínimo por mês poderia (poderia, pois quem ganha 500 reais por mês evidentemente não tem capacidade de financiar coisa alguma) contribuir com alguma coisa por volta de 500 reais e, portanto, financiar não mais do que algumas dezenas de votos, já que o investimento necessário para conquistar um voto varia entre cerca de dez reais até várias dezenas de reais, dependendo do cargo e do município. Já um milionário pode financiar, com 10% de sua renda anual, milhares de votos.

PV e PSD: conflitos partidários e personalismos

Os conflitos internos no PV e criação do PSD são expressão de um mesmo fenômeno, comum aos partidos brasileiros: o personalismo.
Criam-se e trocam-se partidos no Brasil com a mesma rapidez e facilidade com que se troca de roupa. Não é preciso sequer esperar que fiquem “sujos”, basta que fiquem “amarrotados” ou “amarfanhados” ou, no máximo, um pouco “justos”, impedindo movimentos mais largos ou bruscos de algumas de suas lideranças.
Foi assim com a criação do PSD, criado na medida dos interesses de Gilberto Kassab, em São Paulo. Havia sido assim, aliás, com a criação do PSDB, motivada pela mesma “saia justa” em São Paulo,quando o domínio de Orestes Quércia sobre o PMDB estadual limitava os interesses de Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros, que haviam conquistado expressão nacional, mas não conseguiam influência equivalente no controle da máquina partidária em seu próprio estado.
Também o processo de criação do PPS expressa ação personalista. Roberto Freire, que detinha o domínio nacional do antigo PCB, decretou, em congresso da sigla, sua transformação, seguindo tendência mundial naquele momento de pós-queda do império soviético e do muro de Berlim, em Partido Popular Socialista. Uma “transformação” que ignorou a vontade de uma parcela de filiados que depois ganhou na justiça o direito de manter a sigla e a existência do PCB.
Também o PSTU e, mais recentemente, o PSOL desmembraram-se do PT, alegando o abandono, pela sigla original, dos princípios que a constituíram.

Sacha 60 Anos + Projeto Integração e Rupturas

Extraído do Blog do Meu Amigo Luiz Casé

Osasco sedia o Congresso Brasileiro de Teatro com a presença da ministra da Cultura

  

O Ministério da Cultura (MinC) confirmou na quinta-feira, 24, que Ana de Hollanda, ministra da Cultura, estará em Osasco, no Congresso Brasileiro de Teatro (CBT), dia 27 de março, às 15h. Nesta data também comemora-se o Dia Mundial do Teatro. A presença da ministra soma-se à já anunciada participação do presidente da Funarte, o ator, diretor e produtor Antônio Grassi; e do secretário de Políticas Culturais do Minc, Sérgio Mamberti, que estarão no evento no mesmo dia e horário.

O congresso acontece nos dias 26 e 27 de março 2011 e conta com o apoio da prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria da Cultura. Proposto pela Cooperativa Paulista de Teatro e com o apoio da Rede Brasileira de Teatro de Rua, o evento deve reunir mais de 150 representantes de todo o país, entre movimentos, redes, cooperativas, associações, sindicatos, acadêmico, fóruns, grupos e companhias.

“Sediar eventos importantes como esse mostra a importância de Osasco. Nos últimos anos, com o prefeito Emidio, nossa cidade ganhou em qualidade de vida. A realização do no Congresso Brasileiro de Teatro aqui é um reflexo disso. O apoio à cultura é fundamental, assim como investimentos em saúde, infraestrutura, educação e segurança, entre outras áreas”, comentou o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

Lélia Abramo, atriz do povo

Delúbio Soares (*)

“Todo artista tem de ir aonde o povo está” - (Milton Nascimento)

Lélia Abramo, uma das mais admiráveis atrizes brasileiras de todos os tempos, faria 100 anos em 8 de fevereiro. Deixou-nos em abril de 2004, depois de uma existência profícua vivida intensamente, com profundo amor aos semelhantes e crença inabalável em um mundo melhor e uma sociedade mais justa, solidária e feliz. Filha de imigrantes italianos, Lélia nasceu em São Paulo e foi viver na Itália entre 1938 e 1950. Lá conheceu de perto os horrores do fascismo e a miséria da guerra. Irmã de dois de nossos maiores jornalistas, Cláudio (o maior de sua geração) e Perseu (meu companheiro petista), e de Fúlvio, renomado artista plástico, desde muito cedo ela respirou arte e política, colocando a vida a serviço de suas idéias generosas.

Cumprindo a sina e o destino das grandes mulheres, Lélia Abramo foi muito mais do que dela se poderia esperar. Ao Invés de ter-se acomodado no alto de sua fama, no inegável prestígio angariado ao lado de uma carreira irretocável construída graças ao imenso talento cênico aliado a um caráter admirável, ela foi uma guerreira das melhores causas do povo brasileiro. Gritou quando muitos se calaram. Lutou pela liberdade de expressão nos tempos do obscurantismo e da ditadura. Não se acovardou, não temeu, com a mesma garra com que iluminava os palcos desfilou em passeatas estudantis, lutou pelas diretas, foi companheira solidária e destemida dos que sofriam a opressão do regime totalitário. Que mulher admirável!

Estudo indica que religião pode acabar em 9 países ricos

Dados de censos colhidos desde o século 19 indicam que a religião pode ser extinta em nove nações ricas que foram analisadas em um estudo científico. A pesquisa identificou uma tendência de aumento no número de pessoas que afirmam não ter religião na Austrália, Áustria, Canadá, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca --o país com o índice mais elevado, com 60%, fez parte do chamado mundo socialista após a Segunda Guerra.

Usando um modelo de progressão matemática, o levantamento --divulgado durante um encontro da American Physical Society-- mostra que as pessoas que seguem alguma religião vão praticamente deixar de existir nestes países.

Na Holanda, por exemplo, 70% dos holandeses não terão religião alguma até 2050. Hoje, esse grupo já é de 40% da população.

Tendência progressista

Em muitas democracias seculares modernas [na medida em que o progresso avanço], há uma tendência maior de as pessoas se identificarem como sem uma religião", afirma Richard Wiener, que trabalha em um centro de pesquisa em ciência avançada, subordinado ao departamento de física da Universidade do Arizona.

A pesquisa seguiu um modelo de dinâmica não-linear que leva em conta fatores sociais e a influência que exercem em uma pessoa a fazer parte de um grupo não-religioso. Os parâmetros se mostraram semelhantes em vários países pesquisados, indicando que a religião está a caminho da extinção nessas nações.

Que o diabo tenha pena de sua alma

Bispo que fez carta anti-Dilma processa jornal de São BernardoO religioso alega ter sofrido danos morais por conta de reportagens publicadas pelo jornal. Além de aceitar a denúncia, o Poder Judiciário atendeu ao pedido do bispo de segredo de justiça ao processo.Depois de sustentar, em 2010, campanha para identificar com a defesa do aborto a então candidata à presidência Dilma Rousseff, o bispo da Diocese de Santo André, Nelson Westrupp, resolveu pedir indenização, em dinheiro, ao jornal ABCD Maior. O bispo alega ter sofrido danos morais por conta de reportagens publicadas pelo jornal. Além de aceitar a denúncia, o Poder Judiciário atendeu ao pedido do bispo de segredo de justiça ao processo.

Para o advogado Rui Carneiro, que defende o Jornal ABCD Maior, “é uma perigosa aventura jurídica com caráter meramente vingativo em razão da vitória da presidente Dilma, além de tentar usar o Poder Judiciário para calar a imprensa e cercear o livre debate de assuntos de interesse público, o que é inadmissível no atual Estado Democrático de Direito.”

Santa Inquisição

De acordo com o jornalista Celso Horta, diretor do jornal, o que o bispo está querendo é “ressuscitar a Santa Inquisição. Até o sigilo de justiça está sendo invocado para pedir indenização pecuniária, um gesto muito contraditório com quem se diz ofendido em sua dignidade de religioso. O que, afinal, o bispo quer esconder atrás do sigilo? Será que os fiéis da Igreja Católica aceitam que um bispo lave sua honra com uma indenização em vil metal?”, perguntou o jornalista.

Pluralidade religiosa: EBC sai na frente

Reproduzo artigo de Venício Lima, publicado no sítio Carta Maior:

Em artigo publicado em agosto de 2010, celebrei decisão do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que abrira consulta pública para recolher contribuições de entidades e pessoas físicas sobre a política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso através de seus veículos.

Ainda hoje a TV Brasil exibe o programa “Reencontro”, produzido por igreja de orientação evangélica, aos sábados; e os programas “A Santa Missa” e “Palavras de Vida”, de orientação católica, aos domingos. Já a Rádio Nacional de Brasília transmite aos domingos celebração de missa de orientação católica. Esses programas são originários das emissoras que foram absorvidas pela EBC após a sua criação e a regulamentação do Sistema Público de Comunicação pela Lei nº. 11.652/2008.

Uma reclamação de telespectadores enviada à Ouvidoria da EBC, provocou, à época, um parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador que afirmava:

“Parece-nos impróprio que os veículos públicos de difusão concedam espaços para o proselitismo de religiões particulares, como acontece atualmente com os programas que vão ao ar na TV Brasil aos sábados e domingos, dedicados à difusão de rituais ou de proselitismo que favorecem a religião católica e a segmentos de outras religiões cristãs. Tendo-se em vista o caráter plural do “mapa religioso” brasileiro (...) trata-se de um injustificado tratamento a religiões particulares, por mais importantes que sejam, por maior respeito que mereçam. Em tese, tais tratamentos, atualmente vigentes, só seriam corrigíveis, e atenuadas, se todos os cultos e religiões recebessem espaços equivalentes o que seria, obviamente, inviável.”

sábado, 26 de março de 2011

Comércio no Mercosul cresce nove vezes em duas décadas de vida do bloco




Posição do Brasil no bloco e criação de fundo para desenvolvimento econômico aparecem como destaques nos vinte anos do Mercosul

Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual

 
(Foto: Juvenal Pereira/CâmaraSP)

Ao completar 20 anos, neste sábado (26), o Mercosul continua a ter debates acalorados em torno das questões econômicas, mesmo com o comércio tendo crescido cerca de 860%, ou nove vezes, em duas décadas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Nascido no momento em que a América do Sul experimentava o avanço das ideias neoliberais, o bloco mudou de cara. Deixou de ser meramente comercial e cresceu em escala, mas ainda é alvo de intensas discussões.

Problemas de protecionismo excessivo e desacordos acerca da união aduaneira e tarifas comuns surgiram, porém, para alguns especialistas são sinais normais dentro de qualquer bloco econômico. Quem defende a posição é Fernando Sarti, professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"São normais os contenciosos comerciais que apareceram, sobretudo em momentos de crise econômica em determinado país. Então, mesmo olhando sob esse ponto de vista, mostra que não foi sempre esse céu de brigadeiro, mas eu diria que do ponto de vista comercial, é um processo exitoso." Para o professor, 20 anos para formação e consolidação de um bloco é um período curto. Ele cita o Tratado de Roma, marco fundador da União Europeia, que já tem mais de 50 anos e ainda sofre com períodos de crise nas negociações.

''Intervenção humanitária? Desta vez é um erro''

"O ataque à Líbia é um erro, de nenhum modo justificado pelas regras da intervenção humanitária". Há anos, Michael Walzer, filósofo da polítiao com base no Institute for Advanced Study, de Princeton, estuda os fios complexos que ligam o uso da violência, poder e moral. Em um célebre livro dos anos 70, Guerra Justa e Injusta, ele explicou por que a intervenção no Vietnã era "injusta", enquanto a Segunda Guerra Mundial era "justa". No caso dos ataques aliados na Líbia, ele acha que existem todas as razões para defini-los como "um erro, político e moral, que irá se concluir com um provável banho de sangue".

Roberto Festa - La Republica

A reportagem é de Roberto Festa, publicada no jornal La Repubblica, 24-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto, publicada no IHU Online.

Em um célebre livro dos anos 70, Guerra Justa e Injusta, ele explicou por que a intervenção no Vietnã era "injusta", enquanto a Segunda Guerra Mundial era "justa". No caso dos ataques aliados na Líbia, ele acha que existem todas as razões para defini-los como "um erro, político e moral, que irá se concluir com um provável banho de sangue".

IMPRENSALÃO E A GUERRA NA LÍBIA


Fazer a leitura do imprensalão brasileiro todas as manhãs é um périplo que nos traz, na maioria das vezes, um certo desconforto. Por alguma razão que se desconhece, a mídia brasileira tem uma servidão eterna com os Estados Unidos tão forte, que chega a doer nos ossos.

É curiosa a vassalagem por estas bandas. Não estão ganhando nada, mas mesmo assim, prometem lealdade eterna ao Tio Sam como se isso simplesmente, fosse o certo a fazer.

Não importando se para isso, será preciso jogar na lama, primeiro, a verdade dos fatos, e em segundo lugar a soberania do próprio Brasil.

Na entrevista que FHC deu para a Folha esses dias (que foi republicada pelo site do PSDB), o vendilhão mór da pátria resolveu timidamente reconhecer que a poderosa América não é mais o que era nos bons tempos. Ainda assim, lhe faz juras de amor e fidelidade. Pudesse, diz ele nas entrelinhas, entregava o país de bandeija já que os EUA ainda são a maior economia do mundo.

E ele diz textualmente que é contra a filosofia sul-sul implantada por Lula. Reclama da queda no comércio brasileiro com os Estados Unidos, mas não vê o estupendo aumento do comércio com os outros países. O que Lula fez foi o certo, tirou todos os ovos de uma única cesta, como era na época dos tucanos. Se a crise de 2008 tivesse pegado quando FHC ainda era Presidente, era bem capaz de sequer termos uma internet hoje em dia pra poder meter o pau. O país inteiro teria fechado as portas.

TV vicia?



Faço parte da geração que já nasceu com televisor preto e branco na sala de estar. A programação não era 24 horas, como hoje. Em 74 meu pai comprou a Colorado RQ, o televisor do Pelé. Foi quando, estupefatos, descobrimos as cores na telinha. Não sabíamos o que aquele admirável mundo novo nos permitiria, mas desde o início enfrentamos limites severos. Minha mãe só permitia que ligássemos o aparelho no fim da tarde. E, depois da novela, todos para cama! Havia preocupação com o tempo de exposição e com a proximidade dos olhos à telinha. Era como se intuitivamente entendêssemos que, apesar de bom, tinha que ser pouco. Assim, aprendemos a usar o restante do tempo de forma mais ativa: ler, correr, brincar e se divertir na rua. Fui tomado por essas lembranças ao ver a notícia de que assistir a televisão demais vicia tanto quanto cocaína. Trata-se de uma pesquisa do Centro de Estudos de Mídia da Universidade Rutgers, dos Estados Unidos (aqui). As conclusões: a televisão prejudica as faculdades cognitivas, as articulações e até a postura. Grupos pesquisados contam que sentiram-se sem energia e com dificuldade de concentração, após horas e horas diante da tv. Por isso, cientistas recomendam que uma pessoa não deve ficar mais do que uma hora por dia diante da TV. Meu conselho é parecido: como tudo na vida, aprecie com moderação. Enquanto escrevia este texto lembrei-me dos versos dos Titãs: "E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais..."

O poder da imprensa e os abusos do poder


Todos sabemos que a imprensa pode destruir reputações, derrubar ministros e às vezes um governo inteiro. Foi uma campanha de imprensa, liderada por um grande jornalista, Carlos Lacerda, que levou Getúlio ao suicídio em 1954. Vinte anos depois, nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciou por causa de denúncias da imprensa.

Por Bernardo Kucinski, no "Prefácio" de Regulação das Comunicações – História, Poder e Direitos (de Venício A. de Lima, Editora Paulus, São Paulo, 2011)

Nos dois episódios, o poder havia recorrido a métodos criminosos para eliminar ou intimidar oponentes políticos. Ao revelarem esses abusos, derrubando a parede de segredo que os protegia, jornalistas exerceram uma das funções sociais que legitimam a imprensa como ator importante numa democracia.

Mas no Chile, em 1973, a grande imprensa contribuiu não para aprimorar a democracia ou denunciar abusos do poder, ao contrário, para derrubar o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, abrindo caminho para a uma das mais abomináveis chacinas políticas da nossa história, sob a ditadura de Pinochet.

Esses três episódios comprovam o imenso poder da mídia tanto de fazer o bem – sob a ótica do aperfeiçoamento democrático – quanto de fazer o mal. E apontam para a questão crucial, objeto dos ensaios que compõem esta obra definitiva do professor Venício Lima: como regular o mercado da comunicação de massa numa sociedade em que a informação é uma mercadoria apropriada por empresas privadas portadoras de interesses políticos, de modo a preservar o potencial democrático da mídia e ao mesmo tempo impedir abusos de poder da própria mídia?

A Folha e o neocolonialismo petroleiro

Com o título de “TV Companheira”, o jornal Folha de São Paulo – que tem o nome marcado por ter defendido e colaborado com operações da ditadura em torturas e mortes de prisioneiros políticos  - publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir, sem o lograr, a credibilidade jornalística da Telesur, La nueva televisión del sur, em seu esforço de cobrir a crise na Líbia.

Há muitas lições a partir da precária nota da jornalista. Primeiramente, está escancarado que a grande mídia comercial brasileira, seguindo orientações dos conglomerados internacionais midiáticos, editorialmente controlados pelas indústrias bélicas, petroleiras e a ditadura financeira, sempre protegeram os ditadores do Oriente Médio que serviram e ainda servem a estes interesses. A Folha de São Paulo está dentro deste leque de proteção aos “ditadores amigos”.  Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubaraki, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou o Egito em cúmplice do massacre do povo palestino por Israel, com o apoio de Washington. Durante 30 anos a Folha de São Paulo  jamais cobrou eleições diretas ou democracia no Egito, mas, revelando a imensa hipocrisia da sua linha editorial de dois pesos, duas medidas, engajou-se na campanha dos oligopólios midiáticos mundiais contra o governo da Venezuela que, em 12 anos, eleito pelo voto, realizou mais de 15 eleições, plebiscitos e referendos livres, vencendo 14 deles e respeitando democraticamente o único resultado eleitoral adverso  registrado.

Globo “entrega” estratégia de intrigar Lula e Dilma

Não se pode deixar de reconhecer que a estratégia foi esperta. Atenta ao efeito que produziria a saída de Lula do poder, um sentimento de vazio que poderia produzir sentimentos confusos, a mídia apostou nesses sentimentos, talvez exageradamente fortes em alguns, para promover cizânia entre os que apoiaram a eleição de Dilma Rousseff pintando como “traidora” aquela a quem o ex-presidente confiaria a missão de continuar a própria obra.

A forma mais fácil de explorar aquele sentimento de vazio foi contrapor os que a grande imprensa optou por chamar de “criador” e “criatura”, atribuindo um caráter bizarro ao lançamento político por Lula daquela que outrora era chamada de “poste”, mas que, agora, passou a ser chamada de “sensata”, “madura”, “discreta” e “firme”, mas sempre tendo o cuidado de atribuir ao seu “criador” a pecha de “espalhafatoso”, “inculto”, “irresponsável” etc.

Não se pode negar que a estratégia contou com a ajuda, possivelmente involuntária, da própria Dilma. Ao comparecer à cerimônia comemorativa dos 90 anos da Folha de São Paulo e fazer discurso cortês ao anfitrião, Dilma tentou uma paz que lhe foi concedida.  Muito provavelmente, a presidenta teve a intenção de distender o virulento quadro político que se formou ao longo dos oito anos anteriores.  E foi atendida pelos beligerantes, mas só parcialmente.

A estratégia, que beira o diabólico, contou com sentimentos decentes e humanos daqueles que se entregaram demais à afeição por um homem bom e corajoso que, contra tudo e contra todos, chegou ao poder para mudar a face do Brasil. Sentimentos dos que, por outro lado, sabiam que não haveria como confiar em impérios empresariais de comunicação impiedosos que não hesitaram em jogar o Brasil em uma ditadura insana para verem materializados seus desígnios imorais.

Atentado ao blogueiro Ricardo Gama - Se a polícia quer saber quem é o autor deve começar investigação dentro de casa

O blogueiro Ricardo Gama foi alvo de um atentado na manhã de quarta-feira. Foram disparados quatro tiros por um homem que estava num Ford Ka prateado. Três tiros atingiram o blogueiro: um na cabeça, outro no pescoço e o terceiro no tórax. Ricardo foi operado na noite de quarta-feira, não corre risco de morte, mas deve permanecer sedado pelo menos até amanhã, segundo os médicos.

A polícia ainda não tem pista alguma sobre o autor dos disparos. Testemunhas afirmam que ele chamou Ricardo pelo nome e este, quando se virou para ver quem o chamava, foi atingido pelos tiros. Ao cair, sempre segundo testemunhas, Ricardo teria repetido algumas vezes "queima de arquivo, queima de arquivo". Em seu blog, o blogueiro já denunciara ameaças que vinha recebendo. Portanto, a polícia deve começar as investigações por aí.

Em postagem de 13 de fevereiro, Ricardo Gama escreveu:

E digo mais, não adianta me ameaçar, claro que fico assustado, e preocupado, não tenho peito de aço, mas já fui a Delegacia de Polícia e fiz a devida representação por uma questão de segurança, mais tarde aqui no blog falarei sobre esse assunto.

Realmente, ainda no mesmo dia 13, ele fez nova postagem com a denúncia, agora dando nome aos bois: Suposto policial me ameaça por causa de postagens sobre o Delegado Carlos Oliveira. Só que o streaming do Twitcam não está funcionando. Mas, quando acordar, Ricardo pode contar o que continha e talvez mostre até o conteúdo, que ele provavelmente copiou, por segurança.

O atentado da Rua Santa Clara

Por Marcelo Salles

O crime contra o blogueiro Ricardo Gama é dos mais graves. Editor de um site crítico ao governo estadual e à prefeitura do Rio de Janeiro, Gama foi alvejado por três tiros na quarta-feira (23), na Rua Santa Clara, em Copacabana, onde os índices de criminalidade se assemelham aos dos países nórdicos. Ou seja, raríssimos.

O que importa nesse caso não é o conteúdo do referido blog, e nem se Gama é filiado ou não a este ou àquele partido político. A questão é que temos que defender o direito de expressão, mesmo que não concordemos com seu conteúdo. Como disse Voltaire: “Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo”.

O RJTV deu boa matéria, enquanto O Globo mantém a cobertura ontem e hoje. Tímida, porém. No jornal não houve chamada na capa e o RJTV não conseguiu emplacar a notícia no Jornal Nacional. Se o atentado fosse contra um repórter da mídia grande, seguramente haveria mais destaque.

Para além da velha mídia, cabe aos blogueiros, twitteiros, facebookeiros e tudo o mais manter esse assunto em pauta, até que as circunstâncias sejam esclarecidas. E cabe às autoridades, em todos os níveis, cobrar uma solução breve para o caso.

Waldir Pires, Zé Dirceu e Emiliano gravaram depoimentos para novela "Amor e Revolução" do SBT

A novela “Amor e Revolução” do SBT está com estréia marcada para 4 de abril. Pela primeira vez o período da ditadura militar, incluindo os porões da tortura, será o pano de fundo de uma telenovela. Militantes torturados nos quartéis foram entrevistados. Um deles foi o atual deputado Emiliano José (PT-BA), encarcerado por quatro anos e torturado barbaramente pelos militares. O ex-ministro José Dirceu, importante líder estudantil nos anos de chumbo, também já gravou depoimento. O diretor Reynaldo Bouri, pessoalmente, entrevistou o ex-governador da Bahia Waldir Pires. Trechos das entrevistas serão intercalados com episódios da novela.

Nenhum personagem será identificado com a ex-militante de esquerda Dilma Rousseff, o que seria puro oportunismo. A possibilidade é negada pelo roteirista Tiago Santiago, mas,o fato é que a novela poderá prestar um grande serviço à Nação (em tempos de Comissão da Verdade), quando trouxer à tona a barbárie da tortura adotada como política de Estado pelos militares terroristas que tomaram o poder com o Golpe de 1964.

PM de SP extermina 150 pessoas. Viva a polícia tucana !



Grupos de extermínio, uma especialidade tucana (Bessinha)

Saiu o mais recente boletim da Chuíça (*), daquela polícia em que o secretário de Segurança denuncia subordinado corrupto em encontro secreto com jornalista.

Leia o relatório do próprio governo de São Paulo sobre a ação dos grupos de extermínio da polícia de Covas, Alckmin, Cerra e Alckmin:

Relatório atribui a PMs 150 assassinatos

Relatório da Polícia Civil paulista aponta grupos de extermínio formados por PMs como responsáveis pelo assassinato de 150 pessoas na capital entre 2006 e 2010, informa a reportagem de André Caramante publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL)

Entre as vítimas, 61% não tinham antecedentes criminais. Outras 54 pessoas foram feridas em atentados em que PMs são suspeitos –69% sem passagem pela polícia.

Kassab atinge maior índice de reprovação



De saída do DEM e dedicado à criação de um novo partido, prefeito de SP tem 43% de rejeição, segundo Datafolha

Com a pior nota desde que foi reeleito, Kassab vê sua imagem ruir com o aumento da tarifa de ônibus e as enchentes

VERA MAGALHÃES - DE SÃO PAULO

No momento em que deixa o DEM para fundar um novo partido, o PSD (Partido Social Democrático), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, registra sua pior avaliação na pesquisa Datafolha.
Em quatro meses, caiu 8 pontos (de 37% para 29%) o total daqueles que avaliam o governo de Kassab como ótimo ou bom.
Os que julgam a administração regular passaram de 30% para 27%, e os que a consideram ruim ou péssima, de 31% para 43% dos entrevistados -a maior taxa de reprovação desde que assumiu o cargo, em 2006.
O Datafolha fez o levantamento nos últimos dias 15 e 16. Foram realizadas 1.089 entrevistas com pessoas com 16 anos ou mais na capital. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O intervalo entre as duas pesquisas do Datafolha coincidiu com a intensificação da movimentação partidária de Kassab. Nesse período, ele negociou o ingresso no PMDB, mas decidiu fundar uma nova legenda.

DEMO OFENDE JOAQUIM BARBOSA



Quando o Taxab anunciou sua saída do DEMo, Bornhausen e seus amigos lhe tacaram a lenha. ACM Neto et caterva foram uníssonos em detonar o "Prefeito" de São Paulo, porque ele queria ter uma carreira política, e achava que sendo associado aos ideais arianos propagados pelo DEMo, não iria muito longe.

Vá lá que a elite de São Paulo é separatista, mas até pra eles, não era uma imagem boa.

Quando Lula falou que era bom extinguir a raça do demo por décadas, alguns se doeram. Acharam que ele foi ríspido demais. Na verdade, Lula só estava respondendo à mesma coisa, dita por Bornhausen anos atrás. "Acabar com essa laia do PT por vinte anos".

Bem, polêmicas à parte, os demos já não fazem mais questão de esconder que fazem parte da Gestapo. As palavras a seguir são propagadas por um deputado deste partido em extinção. Ele em sua fala, estava claro, a defender os interesses da laia dos 513 que (quase todos) assaltam os cofres públicos brasileiros todo dia, com desvios, desmandos e todo tipo de safadeza com as quais já nem nos assustamos mais.

Kassab foi pivô de disputa interna tucana

Por Juliana Sada

Documentos recentemente revelados pelo Wikileaks ajudam a entender mais sobre a disputa interna no PSDB paulista. Telegramas já divulgados mostraram que em 2005 e 2006, houve uma dura quebra de braço entre José Serra e Geraldo Alckmin em busca da candidatura tucana para as eleições presidenciais de 2006. Novos documentos mostram agora como foi a disputa interna para a prefeitura de São Paulo em 2008, que tinha como pano de fundo as eleições presidenciais de 2010.

Entre 2007 e 2008, setores dos dois políticos voltaram a travar uma disputa interna. Alckmin, após perder a corrida presidencial, desejava concorrer à prefeitura de São Paulo. Entretanto, os serristas desejavam apoiar a reeleição de Gilberto Kassab, então do DEM. Este tinha assumido o cargo de prefeito quando Serra deixou o posto para concorrer ao governo paulista em 2006. Deste modo, diversos tucanos seguiram ocupando seus cargos na prefeitura e temiam perde-los se Alckmin fosse prefeito. Além disto, a sua vitória poderia coloca-lo outra vez como candidato presidencial do PSDB em 2010.

Alckmin, por sua vez, teria sido encorajado a lançar a candidatura por Aécio Neves (PSDB/MG). Indiretamente, o mineiro estaria tentando enfraquecer José Serra e aumentar suas chances de ser candidato à presidência em 2010.

Serra e Alckmin se "esqueceram" de limpar o Rio Tietê por 3 anos

O trecho metropolitano do rio Tietê — destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano — ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008. O governo paulista, a cargo do PSDB há 16 anos, admitiu que, por mais de mil dias, não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo.Os transbordamentos do Tietê, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.

Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.

A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.

Na opinião de especialistas, a suspensão da limpeza é temerária e pode até ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões. A obra alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.

domingo, 20 de março de 2011

Integra dos Dicursos de Dilma Rousseff e Barack Obama

Dilma Rousseff e Barack Obama anuncia acordos

Dilma anuncia fábrica de fertilizantes da Petrobras em Uberaba. Mão invisível do mercado não deu conta da autosuficiência.


A presidenta Dilma Rousseff esteve em Uberaba (MG) para assinatura do Protocolo de Intenções entre a Petrobras, Cemig e o Governo de Minas Gerais para a implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN V) e de um gasoduto (o gás é insumo desse tipo de fertilizante).

A obra começará em fevereiro de 2012 e será concluída em dezembro de 2014, e faz parte do PAC 2.

A presidenta, ao discursar, mencionou a situação encontrada em 2003, quando assumiu o governo junto com o então presidente Lula:

“Quando chegamos ao governo o Brasil não era autossuficiente em petróleo, gás... Essa situação implicava na falta de planejamento. A fábrica de fertilizantes faz parte da mesma estratégica da Petrobras. Mas não apenas ser autossuficiente em fertilizantes, mas tornar o Brasil um dos grandes exportadores do mundo. É um absurdo importamos 60%, pois aí vamos ficar nas mãos da oscilação grande do mercado.”

O discurso de Dilma na recepção a Obama

Excelentíssimo senhor Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América,

Senhoras e senhores integrantes das delegações dos Estados Unidos da América e do Brasil,

Senhoras e senhores jornalistas,

Senhoras e senhores,

Senhor presidente Obama,

A sua visita ao meu país me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos de nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Carrega também um forte valor simbólico.

Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas.

Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre, Presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos de cidadania.