sábado, 23 de abril de 2011

As outras Inconfidências Mineiras

Muito antes de Tiradentes, vários episódios em Minas mostraram a insatisfação popular com a monarquia, reproduzindo rixas locais

Leandro Pena Catão

Para muitos, a Inconfidência Mineira se resume ao movimento encabeçado por Tiradentes, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga em 1789. De fato, esta foi a mais conhecida revolta em Minas naquele século conturbado. Mas não a única.

A palavra “inconfidência” significava traição ao rei. Ou seja: um dos crimes mais graves que um súdito poderia cometer. No entanto, seu significado era um pouco oscilante. Podia se referir a uma verdadeira trama subversiva ou ao hábito, que se tornaria costumeiro após a expulsão dos jesuítas, de proferir blasfêmias e impropérios contra o monarca. É que o rei no período, D. José I, viu-se bastante contestado pelos seus súditos mineiros, principalmente depois que o marquês de Pombal comandou a expulsão dos jesuítas, em 1759.

A decisão provocou a eclosão de várias inconfidências em Minas, com abertura de processos e punição dos culpados. Essas inconfidências abririam caminho para uma “dessacralização” da Coroa portuguesa, e favoreceriam a ação dos autores da Inconfidência Mineira de 1789. A primeira das Inconfidências Pombalinas aconteceu em Curvelo (1760-1763), a segunda, em Mariana (1768), depois em Sabará (1775) e novamente em Curvelo (1776).

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