sábado, 23 de abril de 2011

Para Gilberto Carvalho, movimentos sociais amadureceram mais do que partidos

Responsável por estabelecer a proximidade do governo de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, disse os movimentos sociais acabam compreendendo mais as demandas do país, do que os próprios partidos políticos. Para o ministro, os movimentos amadureceram no Brasil nas últimas décadas e, ao contrário dos partidos políticos, investiram da formação de seus quadros. Carvalho defendeu a necessidade de uma reforma eleitoral no Brasil e apontou o voto em lista e o financiamento público de campanha como forma de mudar a atual realidade, que na sua avaliação induz à corrupção.

Confira mais um trecho da entrevista de Gilberto Carvalho à Agência Brasil.

O governo tem limitações para atender as demandas do movimento social por questões orçamentárias. Como administrar esse conflito?

Gilberto Carvalho - É difícil ter uma resposta concisa para essa questão. Sempre digo para o pessoal do movimento social que, nesse conceito de o governo ter uma limitação e o movimento social ter uma demanda sem fim, porque nós temos uma demanda social reprimida no Brasil, histórica, imensa que não se vai conseguir responder nem em quatro nem em 12 anos. Essa tensão é inevitável. Eu brinco com eles dizendo que nós estamos sentados agora nesse lado da mesa, antes estávamos no outro lado com eles, o que faz de todos nós, oriundos do movimento social esperamos de novo estar sentados do outro lado. Nosso destino é voltar para os movimentos sociais. Nosso papel aqui é tentar forçar a barra ao máximo dentro das limitações orçamentárias e institucionais para atender essas demandas. Quando se faz o Orçamento é preciso levar em conta esses aspectos. Aí que está o jogo de governar, que é passar em grande parte pela sua filosofia, e por aquilo que se estabelece como prioridade.

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