domingo, 16 de outubro de 2011

Cheiro de 1964

Após a última matéria antigoverno Dilma da Veja, agora contra o ministro Orlando Silva, o portal da revista noticia que fontes da Fifa que a matéria não identifica estariam se dizendo “preocupadas” com as denúncias em um momento em que uma delegação brasileira chega à Europa para tratar com a mesma Fifa detalhes da Copa de 2014.

A matéria, já amplamente divulgada, alude a caso ocorrido no ano passado, quando “A polícia de Brasília prendeu cinco pessoas acusadas de desviar dinheiro de um programa criado pelo governo federal”. O grupo teria sido “Acusado de receber recursos do Ministério do Esporte” e “embolsar parte do dinheiro”. Segundo a revista, “Um dos principais envolvidos” seria “Militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-candidato a deputado e amigo de pessoas influentes e muito próximas a Orlando Silva, o ministro do Esporte”.

Sem dizer quais são, a revista afirma que esse caso se soma a outros “Casos semelhantes” que teriam ocorrido “Em vários estados, quase sempre tendo figuras do PCdoB como protagonistas das irregularidades”.

O tal “Militante do Partido Comunista do Brasil, ex-candidato a deputado e amigo de pessoas influentes e muito próximas a Orlando Silva” usado como “prova” pela Veja, além de fazer acusações ao ministro teria se reunido em algumas oportunidades com pessoas próximas a ele e, para a revista e para lideranças do PSDB no Congresso, isso seria motivo suficiente para afastar o titular da pasta do Esporte.

A fragilidade da matéria nem precisa ser discutida. O que se deve discutir é se o objetivo é tirar a Copa de 2014 do Brasil ou aumentar o placar de ministros que a Veja conseguiu derrubar desde janeiro. Ou, então, se tudo isso não faz parte de uma aspiração maior, por assim dizer…

Apesar de ser apenas mais uma denúncia sem sustentação material outra que não o ponto de vista de um meio de comunicação, parece perfeita em um momento em que outras frentes põem em dúvida a capacidade do Brasil de sediar o evento daqui a pouco mais de dois anos.

Aliás, junto a marchas “contra a corrupção” sendo agendadas e difundidas pela mídia e com o bom e velho apoio da Igreja Católica, essa nova “denúncia” vai se convertendo em um lauto banquete para uma oposição sem votos, sem estratégia, desorientada e minguante, faminta de uma janela de oportunidade para parar de sangrar membros dia após dia.

Contudo, a revista Carta Capital noticia nesta semana, já na capa, fatos que quem acha que ações como a da Veja não passam de “desespero” – que derruba ministros, lembremo-nos – deveria ler, pois grupos das Forças Armadas andam “vigiando comunistas” como há cerca de meio século. E o cheiro de 1964 vai ficando cada vez mais forte…

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