A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta sexta (7), na Turquia, que brasileiros e turcos se unam em favor de reformas de instituições financeiras e econômicas internacionais. Segundo ela, a consolidação da democracia e da paz depende de mudanças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Dilma criticou ainda "políticas monetárias excessivamente expansionistas" adotadas por alguns países, diante da crise.
"O Brasil e a Turquia podem contribuir no G20, por exemplo, para o prosseguimento das reformas nas instituições econômicas e financeiras internacionais, aumentando a participação de nossos países nas decisões que afetam diretamente nossos povos", disse a presidente, no Fórum Empresarial Brasil-Turquia.
De acordo com a presidente, os dois países devem pressionar "por resultados concretos que superem a imobilidade política das lideranças". Segundo Dilma, Brasil e Turquia sofrem com as políticas monetárias do mundo desenvolvido.
"Como países emergentes, somos afetados pelas políticas de reação dos países desenvolvidos à crise, notadamente à expansão monetária, praticada por alguns bancos centrais, que levam a uma espécie de guerra cambial. Isso compromete os valores das nossas mercadorias", afirmou.
Em seguida, a presidente acrescentou que essas “políticas monetárias excessivamente expansionistas têm sido remédio privilegiado que as economias mais desenvolvidas têm buscado nos últimos tempos e têm como efeito secundário a valorização artificial” de moedas.
Manifestando preocupação com o momento pelo qual passa a União Europeia, Dilma defendeu uma “saída rápida da crise” por meio da busca de maior estabilidade econômica.
Depois de se reunir com o presidente turco, Abdullah Gul, e o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, ela defendeu mais uma vez a criação de um Estado da Palestina, como direito de convivência pacífica com os israelenses. Dilma disse ainda que o fim dos conflitos nos países muçulmanos depende da atuação da comunidade internacional.
“Defendemos o aprofundamento da democracia, a defesa da democracia e dos direitos humanos”, afirmou. “Possuímos uma visão própria sobre a tensão [em países muçulmanos]”, alertou ela. “Há uma nova geopolítica no mundo.”
Para a presidente, é fundamental ampliar a atual estrutura do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que é formado por 15 membros – cinco fixos e dez provisórios. O governo brasileiro negocia para que uma futura reforma amplie os assentos atuais garantindo um posto fixo ao Brasil, que é membro rotativo até dezembro.
Como fez no mês passado, na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Dilma declarou que o Brasil apoia os esforços dos palestinos na criação de um Estado da Palestina.
Segundo ela, apenas dessa forma será possível conquistar a paz entre palestinos e israelenses. “Sem uma solução para o povo da Palestina também não haverá solução para o povo de Israel”, disse.
No discurso, a presidente destacou também as semelhanças entre os povos brasileiro e turco, formados por diversas etnias. Ela lembrou que há muitos brasileiros de descendência turca. Segundo Dilma, os laços sanguíneos contribuirão para incrementar as relações entre Turquia e Brasil.
A presidente ressaltou que sua expectativa é que Brasil e Turquia atinjam US$ 2 bilhões em 2011 nas relações comerciais. Os governos dos dois países firmaram acordos de parcerias para a transferência de presos e auxilio jurídico.
Ancara anunciou a visita de uma missão de empresários da construção civil ao Brasil para o próximo mês. A presidenta convidou os empresários turcos do setor a participarem das obras de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014.
Com Agência Brasil
Postado por O TERROR DO NORDESTE
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