domingo, 13 de novembro de 2011

Plínio de Arruda chama reitor da USP de fascista

Em ato, estudantes criticam a cobertura da mídia tradicional, que os rotulam de “maconheiros e playbozinhos” 

Por Igor Carvalho

Durante ato realizado na quinta, 10, Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, discursou diante dos estudantes e criticou a atuação do reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas. Ele condenou a ocupação, recebendo algumas vaias, mas justificou-se dizendo que “a ocupação foi precipitada”, porém colocou-se alinhado com as reivindicações. “Dou meu apoio e solidariedade ao movimento de vocês. Esse reitor é um fascista”, disse ele.

O protesto se encerrou no Largo São Francisco, sede do curso de Direito, mas, antes, cerca de três mil estudantes caminharam pelo centro da cidade. “Ah, mas que vergonha, achar que a greve é por causa da maconha.” Esse era um dos muitos gritos de ordem da manifestação. Na linha de frente, de braços dados, estavam os 72 estudantes que tiveram suas prisões decretadas após a invasão da Polícia Militar.

“Não vamos nos igualar a Polícia Militar, não vamos agir com violência, esse ato deve ser pacífico, pedimos a colaboração de todos”, disse João Victor, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Desde o princípio, algumas lideranças reforçaram que a ideia do ato era comunicar os objetivos do movimento à sociedade. “É um momento novo, vamos passar pelos pontos-chaves do centro. Comunicar à população os nossos eixos, nossas reivindicações”, disse Rafael Padial, estudante do curso de Letras.

A preocupação em dialogar é uma resposta dos estudantes à imagem do movimento criada pela mídia tradicional. Como explicou André Almeida, que cursa Direito, o debate vai além da maconha e isso precisava ser mostrado no ato. “Não é uma questão de legalização da droga, é um debate mais profundo de ideias. É triste você falar da grande mídia que nos acompanha, eles não estão aqui para fazer uma constatação objetiva do que acontece”, afirmou. Para ele, a cobertura dos veículos tradicionais rotula os estudantes como “maconheiros e playboyzinhos”.

A estudante Ravenna Veiga concorda: “A mídia disse que somos uma minoria dentro da USP, esse movimento desmente isso. Eles também dizem que somos maconheiros, hoje, em nenhum momento a palavra maconha foi usada. Esse diálogo (com a população) é fundamental para desmentir tudo que a mídia, o governo e a reitoria dizem. E agora, vão prender os três mil?”. Este foi o número estimado de presentes no ato.

Na passeata, dois momentos emocionaram os manifestantes: o encontro com os moradores que ocupam dois prédios na Av. São João, que foram cumprimentados pelos líderes no carro de som e aplaudidos pela multidão; e também na passagem da marcha pelo vale do Anhagabau, quando saudaram os ativistas do “Acampa Sampa”.

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