Editorial do jornal Folha de São Paulo em 3 de abril de 1964:
Como se vê, a "folha", mesmo quando ainda havia ampla articulação pública para confinar o golpe de 1964 na deposição de Jango e retomar o caminho institucional vigente desde a constituição de 1946, o jornal já achava o momento propício a uma ditadura militar.
Isso derruba a tese dos defensores do jornalão, de que teriam apoiado o golpe, defendendo a "democracia" (segundo o jornal, "ameaçada por Jango"), e de que o golpe é que teria tomado rumos diferentes em direção à ditadura.
A gênese da "ditabranda": escalada de mentiras para enganar a nação, endurecendo o regime passo-a-passo até chegar à ditadura.
Enquanto a ditadura era urdida nos bastidores (o golpe dentro do golpe) após derrubarem Jango, o jornal Folha de São Paulo serviu para preparar o terreno, como se observa no editorial.
O jornalão propagandeava, como se fosse fato, um falso "retorno à normalidade democrática". A nação era enganada nas páginas dos jornais com a idéia de que tudo não passou de uma crise militar, resolvida politicamente com a derrubada de Jango, e que consumado o fato, tudo estava seguindo a normalidade institucional após estes eventos.
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