Com a arrogância, prepotência mesmo, habituais, o ex-governador José Serra, depois de duas semanas das denúncias de venda de emendas parlamentares em São Paulo dignou-se vir a público pela primeira vez para dar satisfação à opinião pública.
O autor da denúncia de que 30% dos 94 deputados estaduais paulistas negociam emendas com empreitiras e prefeituras, deputado Roque Barbieri (PTB), tem insistido que alertou o governo tucano paulista sobre esse esquema e que não foi tomada nenhuma providência.
"Não tem nenhum alerta. É um pedido de informações que veio por uma via heterodoxa. Em geral, quando um deputado tem um pedido de informações, ele manda para a Mesa (direção da Casa). Esta manda para o governo, e ele responde. Chegou lá (ao Palácio dos Bandeirantes) no dia 22 uma carta pedindo informações, nenhuma denúncia. Véspera de Natal, o governo terminando, é óbvio que não dava tempo para dar essas informações. Nem era nenhuma denúncia", tentou esclarecer José Serra.
Na prática, José Serra confirma o alerta
José Serra negou, assim, que o governo de São Paulo tenha recebido denúncia sobre negociação de emendas entre deputados, empreiteiras e prefeituras durante a gestão de Alberto Goldman (maio a dezembro-2010). Goldman é o vice que assumiu quando José deixou o governo em abril do ano passado para disputar a presidência da República em 2010.
Mas, depois de esperar duas semanas para dar algum tipo de satisfação, na verdade José Serra se adiantou e confirmou que o deputado Roque Barbieri fez, sim, um pedido de informações. Dizer que não dava tempo (investigar) e se auto-conceder direitos que a lei não permite não está certo.
Claro que podia responder. Era só querer ser eficiente e transparente. Mesmo no caso de não responder nos últimos dias do ano e do governo (Alberto Goldman), como o governo que o sucedeu é de seu partido este (Geraldo Alckmin, há nove meses) tinha obrigação de responder.
Novo governo tucano tinha obrigação de responder
Mas, lá se foram nove meses e nada. De qualquer forma, na prática, já sabemos que houve um pedido de informações. Que, aliás, já foi mostrado a vários interlocutores do deputado denunciante, Roque Barbieri.
Ou será que não foi dada resposta nesses mais de nove meses porque tem fundamento a pergunta colocada na já famosa carta enviada pelo deputado Barbieri à Comissão de Ética da Assembléia? Nela Barbieri faz a simples pergunta: "Por que será que o governo se manifesta com tanta veemência (sobre a denúncia) se eu não os acusei, ainda, de fazer nada de errado?"
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