Ricardo Salles. Esse nome representa bem o dano que a
ditadura civil-militar causou ao país com a conivência de setores como a nossa
autoproclamada “grande imprensa”. Os aparelhos ideológicos do Estado, entre os
quais a mídia, reproduz os valores da classe dominante que, no Brasil, é
extremamente conservadora. Por que não dizer, medieval?
Salles é secretário do
governado Geraldo Alckmin em São Paulo (PSDB) e defensor do regime de 1964. Ele
tem apenas 37 anos. Como ele, é comum vermos jovens defenderem ideias
conservadoras, como a ladainha de que houve o golpe por conta dos comunistas.
Essa foi a “desculpa” para a implantação do terror que durou 21 anos no país. O
conservadorismo entre os mais jovens é algo que demonstra bem o “bom” trabalho
dos aparelhos.
Outro bom exemplo é sobre a PEC das Domésticas. O que tem
gente, jovem, reproduzindo o discurso de que agora não terão como pagar
empregadas e milhões estarão sem trabalho. Ou que irão se sujeitar a qualquer
coisa e acabarão trabalhando mais. O mesmo discurso dos donos de escravo quando
da abolição da escravatura (pelo menos a oficial). Diante dessa postura que não
é exagero afirmar que a PEC é a segunda Lei Áurea.
A maioria esmagadora dos jornais, telejornais, revista e Veja
(me recuso a chamar Veja de revista. Ela é uma coisa feita em papel couché),
deram foco à condição dos patrões. “quanto vai custar...”; “ficou mais caro ter
empregada...”, essa era a linha das manchetes e editoriais. Quando deveria ser
sobre a conquista de direitos de em torno de sete milhões de pessoas com um
atraso histórico sem precedentes.
Veja, logo elaborou uma capa onde lamenta a aprovação de lei
que fará os brancos, homens e de classe média lavarem os pratos e limparem as
próprias cuecas. Como para a coisa o ridículo não tem fim, às vésperas da
última eleição presidencial lançou uma capa com uma mulher negra, representando
uma empregada doméstica e lamentando o fato de “gente como ela” decidir o
resultado do pleito.
E tem gente que acha que a publicação do bicheiro Carlinhos
Cachoeira defende alguma coisa boa para o país. Essa postura não é nem liberal.
Aliás, a direita no Brasil não é liberal, é feudalista. Ela se agarra a
questões religiosas, pregando o debate entre “bem e mal”; sustenta valores
homofóbicos e racistas a todo tempo. E esse tipo de gente que o capitalismo, da
forma como se apresenta no Brasil, está formando.
Ricardo Salles é só mais um. Ganhou destaque por fazer parte
do governo tucano em São Paulo, mas simboliza parte de uma geração alimentada
intelectualmente pela nossa elite. Temos alguns jovens se mostrando como uma
nova geração, a geração brioche!
Nenhum comentário:
Postar um comentário