Mantega, da Fazenda, afirmou que o governo vai tomar as
medidas necessárias para manter a inflação sob controle. Ele aposta em uma
safra melhor para conter preços dos alimentos.
Por: Redação da Rede Brasil Atual
São Paulo – A anunciada desoneração na folha de pagamento
para mais 14 setores, estendendo o total a 56, é a “parte importante” da
reforma tributária, segundo o Ministério da Fazenda. O governo enfrenta o
desafio de, ao mesmo tempo, buscar expansão maior do Produto Interno Bruto
(PIB), aumentar a competitividade das empresas brasileiras, proporcionar meios
para aumentar o emprego e reduzir o custo da produção sem atingir direitos
trabalhistas. O anúncio feito hoje (5) coincide com a informação, pelo IBGE, de
que a produção industrial recuou de janeiro para fevereiro em 11 dos 14 locais
pesquisados. No primeiro bimestre, a atividade cresceu em metade dos locais.
O governo espera que as desonerações também provoquem aumento
dos investimentos. Segundo disse o ministro Mantega, a ideia é chegar a uma
“desoneração completa da folha de pagamento”. Para esses 14 novos setores, nos
quais a medida começará a valer em 1º de janeiro de 2014, a área econômica
estima uma renúncia fiscal de R$ 5,4 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões para
segmentos de indústria, construção e engenharia, R$ 1,8 bilhão em transporte e
R$ 1,3 bilhão para empresas de comunicação social.
Pelas medidas anunciadas, os 14 setores terão eliminada a
contribuição previdenciária de 20% na folha. Em vez disso, a empresa pagará
alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento.
De acordo com Mantega, as desonerações da folha de pagamento
vão atingir outros setores, que estão sob avaliação. O governo também estuda
ainda reduções de PIS/Cofins.
Enquanto mantém sua política de desoneração, o governo mantém
olho e lupa nos indicadores. Na quarta-feira que vem, por exemplo, sai o IPCA
de março, que ainda deverá se manter na desconfortável faixa de 6% em 12 meses.
Mas a expectativa já se forma em relação à divulgação do PIB do primeiro
trimestre, em 29 de maio.
Alimentos e inflação
Mantega disse que o governo deverá tomar todas as medidas
necessárias para manter a inflação sob controle. “O governo está atento e não
permitirá que a inflação fuja do controle”, disse, justificando a elevação dos
preços com as condições climáticas desfavoráveis para a agricultura, como a
seca. “Estamos esperando uma safra melhor e os preços de alimentos deverão
voltar a cair para um patamar mais razoável nos próximos meses”, disse. Ele
lembrou que o país deverá colher uma safra recorde este ano. O ministro
destacou ainda que a taxa de inflação no país está caindo a cada mês e que o
IPCA mostra trajetória descendente.
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