Do Brasil 247
Quem baixou os juros, reduziu as tarifas de energia elétrica,
derrubou impostos, segurou o preço dos alimentos, manteve o emprego em alta,
ufa!, e está acabando com a miséria e promovendo redistribuição de renda?; para
o marqueteiro João Santana, Dilma, Dilma, Dilma; ele centra campanha à
reeleição da presidente na coleção de "marcas próprias" que ela pode
exibir, sem medo de mostrá-la como uma mãe social e uma ótima gestora de governo;
arsenal vai crescer em pronunciamento no feriado de 1º de maio
247 _Em dois anos de governo, a presidente Dilma Rousseff
conseguiu bater na própria figura uma série de carimbos que a distinguem, para
o bem, entre a maioria da população. Essa é a avaliação do marqueteiro João
Santana, coincidente com a da própria presidente e seus principais
conselheiros.
A queda dos juros bancários, a redução nas tarifas de energia
elétrica e a manutenção dos preços dos alimentos são, neste momento, as
"marcas próprias" de Dilma e seu governo que serão mais exploradas
nas mensagens que ela vai transmitir nos horários políticos do PT e, sem
dúvida, em seus pronunciamentos oficiais.
MOMENTO MIDIÁTICO _ O próximo grande momento midiático de
Dilma vai ocorrer no feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Um pacote de
desonerações de impostos para o setor de ônibus urbanos poderá ser anunciado. A
intenção é obter, ao menos, a manutenção dos preços das tarifas. Isso aliviaria
a inflação, tecnicamente, e politicamente deve trazer mais dividendos para a
imagem da presidente. Na mais recente pesquisa Ibope, com 76% de intenções de
voto Dilma exibiu taxa três vezes maior que a da soma de seus adversários.
Representaria uma vitória folgada, e consagradora, em primeiro turno.
Os porcentuais recordes e projeções otimistas sobre o
desempenho da economia no segundo semestre proporcionam um clima de otimismo
concentrado entre o staff para as principais questões de comunicação, do qual,
além de Santana, fazem parte os ministros Fernando Pimentel e Aloizio
Mercadante, o senador Delcídio Amaral e o secretário-geral do PT, deputado
Paulo Teixeira. Todos cruzam números, e já se espera comemorar o crescimento de
1% do PIB no primeiro trimestre, mas ainda é empírica a avaliação de que o
segundo semestre será de aquecimento econômico. A aposta é que as medidas do
governo, centradas nas desonerações fiscais, surtam mais efeito em combinação
com as reduções nos juros e nas tarifas de energia elétrica.
Entre dezembro e janeiro, o Ibope apurou um crescimento de 9%
nas intenções de voto da presidente. O dado levou o marqueteiro João Santana a concluir que não há o que
mudar na linha de comunicação presidencial, mas muito a aprofundar. O slogan O
fim da miséria é só um começo, usado no momento em que Dilma anunciou
ampliações do programa Bolsa-família será sucedido por outros sobre decisões
específicas.
A toda oportunidade, especialmente nos horários partidários
pela tevê, a imagem de Dilma será mostrada em dois planos: o de mãe social e
gestora eficiente. A mensagem que será bombardeada é a de uma presidente que
alavancou o desenvolvimento social e redistribuiu renda como forma de
patrocinar o ingresso do Brasil no primeiro mundo. Os benefícios distribuidos à
população, especialmente a mais pobre, fazem parte de um plano que está dando
certo, e vai tirando décadas de atraso nas políticas sociais.
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