sábado, 25 de junho de 2011

AL tem uma caminhada longa para o socialismo

Naelson Correia Guimarães é um desses comunistas da velha guarda que retratam o que há de melhor na esquerda. Combatividade, esperança, lealdade à causa e uma juventude que contrasta com os 90 anos registrados em sua carteira de identidade. Ex-conselheiro municipal e estadual da saúde, Naelson não perdeu o vigor da militância, nem depois de sofrer várias pontes de safena ao longo da vida. Para este aguerrido senhor, que viu duas ditaduras – a de Getúlio Vargas e a dos Militares – a eleição de Dilma Rousseff à presidência é um tremendo avanço para a sociedade brasileira.

Típico quadro da base do antigo Partido Comunista, muito antes da cisão que rachou os comunistas entre PCB e PC do B, Naelson procurava se manter na legalidade atuando em várias profissões, conforme a oportunidade. Foi tipógrafo, soldador, jornalista, mecânico, funcionário de estaleiro, dirigente sindical. Casado com uma católica e pai de oito filhos, é ateu convicto. Militou em Recife, quando jovem, bem como em Fortaleza, na região do Cariri, na cidade de Juazeiro, no Rio de Janeiro, em Angra dos Reis, em Niterói e em São Paulo. Conheceu desde o Brasil profundo, dos sertões nordestinos, aos estaleiros modernos da então capital da República o Rio de Janeiro. Hoje, morando em São Paulo, afirma que abraçou o PT. Quanto aos demais partidos, tece ácidas críticas. Ávido leitor de jornal, acompanha as transformações da América Latina, região que acredita ter ainda pela frente um longo percurso antes de atingir o socialismo.

Sua trajetória foi pontuada pela fome, nos tempos de militância, e por certezas. “Eu tinha a ilusão de que adormeceria no capitalismo e amanheceria o dia no Estado socialista. Às vezes, eu dizia para a mulher: paciência, porque não vai demorar muito”. Alguns momentos o entristeceram, como quando foi expulso do Partidão por não ter pedido autorização para deixar para trás a vida de miséria no Cariri. Mas eles foram compensados por várias alegrias, como a sua recondução ao Partido, e as vitórias de sua militância por onde passou.

Nesta entrevista, Naelson conta um pouco da sua rica trajetória de soldado do socialismo e fala da esperança que nutre para os avanços vividos no Brasil e em parte da América Latina.

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