domingo, 19 de junho de 2011

Woody Allen - "Quero escrever um roteiro que capture a alma do rio"

O diretor americano estreita as relações com o Brasil, prepara-se para uma temporada carioca e diz que tem medo de uma coisa: o calor

Elaine Guerini, de Cannes

Um encontro com Woody Allen prova que os homens inseguros, neuróticos e pessimistas de seus filmes são mesmo versões de si mesmo. Mal o cineasta entra na suíte do Hotel Martinez, um cinco-estrelas às margens do Mar Mediterrâneo, em Cannes, já começa a reclamar. Primeiro, do calor que ele diz não suportar – e o deixa apreensivo em relação a filmar no Brasil. O rei da autoparódia também se mostra insatisfeito com o chuveiro do hotel, com as viagens e, claro, com a condição humana. “Há coisa pior do que já nascer condenado à morte?’’, pergunta o diretor de 75 anos. É justamente para se esquecer de tudo isso que Allen roda um filme por ano. São quase 50 títulos no currículo, completado agora com mais um, a comédia “Meia-Noite em Paris’’, em cartaz no País, no qual o seu alter ego é um roteirista em crise. Enquanto a noiva do escritor só pensa em futilidades, ele se distrai voltando no tempo, artifício que o permite conviver com intelectuais e artistas da Paris dos anos 1920. Gente como Ernest Hemingway, Salvador Dalí, Gertrude Stein e o casal Scott e Zelda Fitzgerald. “A magia me ajuda a não cair em depressão’’, diz o cineasta.

"Gosto mesmo é de dias cinzentos. Diversão para mim é assistir a um jogo pela televisão e tomar cerveja"

"Perguntei a Carla Bruni se ela nunca tinha pensado em fazer um filme.
Ela disse que gostaria, que seria divertido mostrar um dia aos netos"

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