quarta-feira, 27 de julho de 2011

Carlos Franklin de Araújo


A melhor amiga deste influente advogado gaúcho é sua ex-mulher Dilma Rousseff. E vice-versa. Companheiros desde o tempo da luta armada, eles se falam quase todo dia
Por: Tom Cardoso
“Nega, você precisa aparecer por aqui”, diz Araújo, ao telefone, minutos antes de começar a conversa com a Revista do Brasil. Nega é a presidenta Dilma Rousseff. A relação dela com o ex-marido transcende a amizade. Ambos foram casados por quase 20 anos, tiveram uma filha, Paula, hoje procuradora do Trabalho, e viveram momentos de grande felicidade e sofrimento. Foram presos e torturados durante a ditadura – eram importantes quadros da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares. Dilma caiu primeiro. Passou dias no pau de arara, tomando choques elétricos, mas não entregou o companheiro. Araújo faria o mesmo por Nega.
Quando Dilma recebeu o convite para assumir o Ministério de Minas e Energia, sua primeira providência foi pegar um avião para Porto Alegre e conversar com Araújo. A viagem se repetiu quando foi indicada para chefiar a Casa Civil e, depois, para disputar a sucessão de Lula. Nas crises, ela também apareceu. Araújo, do alto de sua modéstia, nega o papel de “conselheiro”. Acha exagero. Diz conversar com Dilma mais sobre artes plásticas e literatura do que política. É difícil de acreditar.
Aos 73 anos, Araújo não perde o entusiasmo, apesar de o enfisema pulmonar limitá-lo fisicamente. Nos últimos tempos, as lideranças vão até ele. No dia anterior à entrevista, havia recebido para um jantar expressões como o ex-governador Germano Rigotto e o ex-prefeito Raul Pont. Araújo foi eleito três vezes deputado estadual entre os anos 1980/90 pelo PDT. Em 1988, perdeu para Olívio Dutra a disputa à prefeitura de Porto Alegre. Ao receber a reportagem em seu escritório com vista para o Rio Guaíba, disse que começou na política pichando muros da cidade com a inscrição “O Petróleo É Nosso” e relembrou momentos da época da ditadura, que incluem uma tentativa frustrada de suicídio. Divertiu-se ao falar de sua amizade com Leonel Brizola e de como o velho caudilho era temido pelo sindicalista Luiz Inácio da Silva. E contou sobre sua relação com Dilma Rousseff, a Nega.

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