quarta-feira, 27 de julho de 2011

Entrevista exclusiva / Juvândia Moreira Leite: OS DESAFIOS DE UM GRANDE SINDICATO


Do Blog do Companheiro Delúbio Soares

 Entrevistamos Juvândia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

01)      Como presidenta do maior sindicato de bancários da América Latina, qual sua avaliação do momento vivido pelo Brasil nos aspectos social e econômico?

O Brasil, como os dados econômicos mostram, vive um momento positivo, apesar da crise que se intensifica nos Estados Unidos e Europa. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5% em 2010, 4,2% no primeiro trimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado e a estimativa é que até o final do ano atinja os 5% de expansão. A produtividade permanece em alta, a taxa de desemprego caindo. Estamos com alguns problemas como o real valorizado e a inflação que teve uma alta. De uma forma geral a economia vai bem. Apostamos muito na política do crescimento com desenvolvimento fincado na geração de emprego e distribuição de renda. Se esses princípios forem mantidos, e vamos lutar por isso, o cenário vai se confirmar positivo à população.

02)      Quais os aspectos mais relevantes do governo do presidente Lula no seu entender?

A mobilidade social sem dúvida é um dos legados excepcionais do presidente Lula. Nos oito anos de governo, mais de 28 milhões de pessoas foram retiradas da situação de pobreza, outras milhares ascenderam à denominada classe C. Muito além da questão econômica, o mais importante são as pessoas e o resgate da dignidade. Contribuíram muito para essa melhoria a política de valorização do salário mínimo e os consecutivos aumentos reais de salários – em 2010, cerca de 90% das categorias conquistaram reajustes acima da inflação. Avançamos, mas ainda há um longo caminho pela frente. Apesar de sermos a 7ª economia do mundo, o índice de distribuição de renda do Brasil está entre os 10 piores do planeta. O país tem de sanar essa dívida com os trabalhadores.

Outro destaque do governo Lula foi a promoção do diálogo social, além dos empresários também com as centrais, confederações e sindicatos. No governo anterior ao do presidente Lula os trabalhadores não eram ouvidos. Houve ainda o fortalecimento dos bancos públicos, que durante a crise financeira global, tiveram papel fundamental reconhecido por grande parcela da sociedade. Banco do Brasil, Caixa Federal e BNDES aumentaram a oferta de crédito e contribuíram para que as empresas brasileiras pudessem manter seus negócios e sustentar o mercado interno. Merece destaque também a imagem do Brasil no exterior que foi propagada e melhorada não só pela ampliação e diversificação das exportações nacionais, como pela postura política ativa assumida pelo então governo Lula.

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