domingo, 10 de julho de 2011

Por um Estado forte

Sergio Lirio e Soraya Aggege – Revista Carta Capital

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, desenha o organograma em um pedaço de papel: num canto, o PT, com os partidos alinhados à esquerda. No extremo, aqueles à direita, como o DEM. Com uma flechinha, explica que o PSDB pode estar em transição para a direita. O PSD que ele acaba de criar ocupa o centro. “Fui mal compreendido quando disse que o novo partido não era esquerda, direita, nem centro. Somos centro. Nós queremos fortalecer o papel do Estado e isso não é ser liberal”, explica, em entrevista a CartaCapital. 

Kassab, 51 anos, monta uma estrutura de apoio nacional ao PT, enquanto sonha com sua eleição para o governo paulista em 2014. Mas na capital paulista, antevê uma briga ferrenha com os petistas pela sua sucessão em 2012. Ele conta que apoiaria o ex-governador José Serra, mas considera a hipótese remota e se volta para a base aliada do PSDB, como o PV e o PPS. Kassab tenta montar um cenário diferente para a disputa à Prefeitura: sem o PSDB, ele mesmo polarizaria com o PT em São Paulo.

Boa parte das suas promessas de campanha não será cumprida, mas Kassab guarda no caixa um superávit recorde, de sete bilhões de reais, que começará a ser liberado às vésperas da largada eleitoral para a sua sucessão. No mínimo, poderá dar um bom “banho de loja” na cidade.  Com a perspectiva de fazer o sucessor e ao lançar o novo partido, já atraiu 40 dos 55 vereadores paulistanos, aprovando todos os seus projetos, inclusive os estratégicos, como uma isenção de 536 milhões de reais ao Corinthians, que viabilizará um estádio para a maior torcida do Estado, e a construção de um novo caminho rumo ao Litoral Sul.

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