quarta-feira, 27 de julho de 2011

“Nossa corrida não é de 100 metros”

Valor Econômico, Por  Raymundo Costa, João Villaverde e Rosângela Bittar

A demissão de dois ministros, em menos de 30 dias, disseminou a impressão de crise e paralisia de um governo cuja presidente, Dilma Rousseff, mal completou seis meses de mandato. Nada mais falso, segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. “Algumas coisas estão sendo tocadas, e bem, e outras estão sendo montadas”.
Para Miriam Belchior, o desenvolvimento da gestão de governo é o esperado: “O primeiro ano é o de o governo armar o bloco”, diz a ministra.
“Nossa corrida não é de 100 metros, mas de quatro anos. É em quatro anos que a presidenta pode ser cobrada de seus compromissos”, afirma.
Falsa também, na ótica da ministra do Planejamento, é a afirmação de que a execução do Orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano, só aumentou por causa do custeio. Miriam questiona a nomenclatura.
“As pessoas entendem custeio como manutenção da máquina administrativa”, diz. “O custeio a que nos referimos no PAC não é isso, mas boa parte pode e deve ser entendida como investimento.”
Este seria o caso do programa Minha Casa, Minha Vida, no qual a transferência de recursos públicos é feita diretamente para empresas privadas que asseguram o investimento. Na lógica normal da burocracia trata-se de custeio; para a ministra, investimento.
Sem entrar no mérito das demissões dos ex-ministros da Casa Civil e dos Transportes, a ministra afirma que a transparência da gestão pública é melhor hoje. ”Décadas atrás ninguém sabia que tinha problema de corrupção. Será que não tinha?”
Miriam defende o projeto de mudança da Lei 8.666 (licitações), em tramitação no Congresso, para absorver, em caráter definitivo, dispositivos do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) a ser adotado para as obras da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.

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